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Honra lhe seja feita

por João Távora, em 05.01.16

Naturalmente Bruno de Carvalho cometeu e cometerá erros. É importante que haja sentido crítico em alvalade para o futuro. Sempre. Mas é na sua ambição que reside a impossibilidade de um regresso ao estado apático, conduzido ao descalabro de ontem, personificado na direcção de Godinho Lopes. E por mais que uma imprensa desportiva “dependente” procure desvalorizar, foi tudo o que BDC e a sua direcção incutiram no Sporting em dois anos - com a sorte e engenho de um muito maior número de boas decisões do que más – que permitiu colocar o clube no lugar em que se encontra hoje com a contratação de Jesus.

Unitel dá raspanete à administração do BPI

por Maria Teixeira Alves, em 03.01.16

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"Foi sem surpresa da nossa parte que recebemos a notícia da não aceitação pela CMVM da solução de cisão simples com recomposição do capital social. Mas foi com inaudita surpresa que recebemos a informação que o Banco BPI, tendo já recebido duas informações da Unitel que não aceitava a cisão simples, entendeu aprovar essa mesma cisão no Conselho de Administração, apresentar o seu projecto a registo na Conservatória, encontrando-se prevista para proximamente a convocação de uma Assembleia Geral  para sujeitar à decisão dos seus accionistas".  É com esta frase que a empresa de Isabel dos Santos torna pública a guerra com a administração do BPI. Chega a usar o adjectivo "desrespeitoso" para se referir ao board do BPI, por este ter abandonado o processo negocial para aprovar uma solução que será rejeitada pela Unitel de modo "final e definitivo". Assim, sem papas na língua.

Aquela frase da Unitel num comunicado em que relata o confronto de posições e propostas alternativas apresentadas é bem reveladora da guerra fria que se vive no BPI. Mas neste caso há um prazo para uma solução: Março de 2016. 

Dado esse prazo a Unitel, de Isabel dos Santos, nesta altura, já só deixa uma alternativa ao BPI: comprar a maioria do BFA. O negócio que está em cima da mesa é válido até ao fim deste mês de Janeiro. Ainda deixa ao BPI a porta a uma parceria com acordo parassocial (que será alterado face ao actual) que deixa, por exemplo, o pelouro do risco do BFA ao BPI, numa clara tentativa de agradar ao BCE que excluiu Angola de país equiparado à Europa em termos de regulação bancária.

A Unitel chumba assim peremptoriamente a cisão dos activos africanos e avança com uma proposta firme de compra 10% do BFA, oferecendo em troca 140 milhões de euros (dos quais 50 milhões são pagos imediatamente e o resto ao longo de três anos). A Unitel diz que será possível obter as autorizações regulatórias e fechar a compra até 10 de Abril, já depois de Março, que é o prazo dado pelo BCE para o BPI cumprir a obrigação de reduzir a sua exposição a Angola, que agora pesa a 100% no rácio de capital do BPI. Mas será que vender 10% do BFA é suficiente para que o BPI cumpra a regra europeia em termos de capital?

Em primeiro lugar é preciso perceber porque é que o BPI, pelo facto de ter 50,1% do BFA em Angola, passou a ultrapassar a exposição a grandes riscos com consequências violentas no rácio de capital do banco liderado por Fernando Ulrich? O Banco Central Europeu, liderado por Mario Draghi, introduziu no início de 2015 uma nova forma de contabilização da exposição indirecta dos bancos supervisionados pelo BCE a Angola, país que não adopta regras de supervisão e regulação idênticas às da Comissão Europeia. Esta situação alterou o cálculo dos activos ponderados pelo risco, ou seja, que são tidos em conta nos rácios de solidez de capital dos bancos exigidos pelos reguladores. Na prática os investimentos dos bancos portugueses naquele país passaram a ser ponderados pelo risco a 100% e não a 20% como era antes da decisão do BCE.

Tem, depois disto, o BPI condições de manter a parceria com Isabel dos Santos em Angola e cá? Parece-me pouco provável. O BPI vai perder esta guerra em Angola. Angola é deles. Acabará por ter de vender mesmo o BFA, se calhar mais do que os 10% que a empresária angolana se propõe comprar.

E cá? Poderá Isabel dos Santos manter-se accionista com 19% do BPI? Quererá Isabel dos Santos ficar na estrutura de capital do BPI à espera de ver cair a actual administração? À espera que o Caixabank desista de se manter accionista? Haverá no Caixabank interesse em ficar num BPI doméstico, sem qualquer participação num banco em Angola?

Acho que a situação de Fernando Ulrich é hoje muito complicada. Terá de aproveitar esta oportunidade para negociar a bem com Isabel dos Santos um divórcio completo e amigável. Saída completa do BPI em troca da venda da maioria ou tudo do BFA. Não há outro caminho. Doutra forma o BPI acabará no cair no colo de Isabel dos Santos.

Vasco Graça Moura

por Vasco M. Rosa, em 03.01.16

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Os jornais anunciam que Eduardo Lourenço recebeu o prémio VGM de cidadania cultural. Acredito que o «homenageante» gostasse de felicitar pessoalmente o homenageado, de quem foi, aliás, editor na Imprensa Nacional, em especial de livros sobre Fernando Pessoa e sobre a Europa.

VGM foi um magnífico editor, e a INCM actual deve-lhe imenso, porque ele construiu a editora do Estado, publicando centenas de bons livros essenciais, antecipando-se aos editores comerciais no esforço de criar uma bibliografia portuguesa com um mínimo de dignidade. Quem assumiu idênticas funções depois dele, recebeu obra feita e não foi capaz de melhorá-la, antes pelo contrário...

Dois anos depois da sua morte, era já tempo de a mesma INCM lhe dedicar ao menos um Essencial, esses livrinhos de divulgação que ele criou ao «preço dum maço de cigarros». Por todas as razões e mais essa, que acabo de enunciar.

Porém, a prioridade parece sempre outra, a de fazer esquecer quem fez bem antes (dos protagonistas actuais e pretéritos). Fora isso, a figura e a obra de VGM merecia inteiramente esse pequeno ensaio que o apresentasse nas múltiplas facetas do seu espantoso talento cultural.

Talvez prevaleça ainda o preconceito político, com que alguns o tentaram atingir, para desonra de quem («democratas» certamente...) o praticou. 

Ou ainda, que a sua recusa da «nova ortografia» não seja bem acolhida por uma instituição que cedeu à ditadura dessa aberração cultural, impondo-a aos seus autores, sem lhes deixar a margem de arbítrio que é a base duma sociedade livre.

Seja como for, aqui fica o apelo: que a INCM não esqueça VGM.

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Ano novo, novos provérbios:

por Vasco Lobo Xavier, em 03.01.16

"Elogio em boca própria soa a impropério."

 

(Edgar Silva para Maria de Belém)

Será que é desta vez?

por Vasco Mina, em 03.01.16

Tsipras avisa que a Grécia não cede a “exigências absurdas”

Está reposta a boa ordem no universo

por João Távora, em 03.01.16

A vitória do Sporting no clássico de ontem era fundamental para a consolidação do estatuto de candidato ao título. Acontece que a leonina mentalidade ganhadora imposta por Jorge Jesus, de que os vizinhos de Carnide já foram vitima por três vezes, ainda não tinha sido posta à prova num desafio com o Futebol Clube do Porto, que sem dúvida possui o mais caro conjunto de jogadores alguma vez participante num campeonato nacional. 

Duas notas mais: 1º - Espera-se que Fernando Santos preste atenção àquele assombroso triângulo de meio campo composto por Adrien Silva, William Carvalho e João Mário. 2ª -  À 15ª jornada o Sporting exibe-se no 1º lugar da tabela classificativa com a defesa menos batida do campeonato - onde pontua uma jovem certeza que é Paulo Oliveira - um facto para relevar também à atenção do selcionador nacional.

 

Publicado originalmente aqui.

Domingo

por João Távora, em 03.01.16

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 "Adoração dos Reis Magos" André Gonçalves 

 

Evangelho segundo S. Mateus 2, 1-12

Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.   

 

Da Bíblia Sagrada

Ministro propaganda

por Vasco M. Rosa, em 02.01.16

João Soares foi a Belém visitar hoje um museu nacional com a família.

É um gesto simpático e exemplar, porque o fim de semana é o tempo que a maioria das pessoas pode dispor para estas coisas. E é bom que figuras públicas ou governantes o façam, e não apenas as do sector. Cada um de nós até, porque nos faz bem.

Escusava era de levar a «comunicação social» atrás. Isso é propaganda, e não acção política, ou educação dos filhos. 

E a «comunicação social» podia poupar-se a esse servilismo.

Até JPP o diz.

 

Cristas para cima

por João-Afonso Machado, em 02.01.16

Ninguém é amigo de perder e Paulo Portas sê-lo-á menos ainda. O seu afastamento dos cenários políticos próximos traduz isso mesmo e o resto que o tempo dirá.

Fica por saber da sua sucessão. A dúvida está já numa formulação final: Melo ou Cristas?

A resposta é Cristas, Assunção. O CDS não pode deixar de acompanhar a sua própria fasquia eleitoral e Catarina Martins há-de ser traduzida à direita: sem o que a envolve de mitos urbanos, antes no contexto pessoal, familiar - axiológico -  que nós, os pós-pós-modernos, livremente, despreconceituadamente, muito prezamos. Assim como quem não sente necessidade de esconder que é da Província...

Portanto, uma previsível liderança feminina no CDS. Uma personalidade simples, cativante, inequivocamente honesta e trabalhadora. O que tudo não deverá significar ingenuidade. Não se espera de Assunção Cristas uma actriz, no palco político ou em outro qualquer. Mas pede-se-lhe tenha sempre presente a reacção de Ricardo Araújo Pereira, no Isto é tudo muito bonito, mas, quando lhe propôs a tratasse simplesmente por Assunção e ele perseverou no "Sra. Ministra" até ao fim da entrevista. É que basta naturalidade para cativar muito mais do que a pose, colocada a três quartos e um olhar sedutor, de Catarina Martins.

Sobre a Quadratura do último dia do ano

por Maria Teixeira Alves, em 01.01.16

No último programa do ano da Quadratura do Círculo o discurso que dominou os já habituais comentadores de esquerda Jorge Coelho e Pacheco Pereira (este de esquerda em nome da independência ideológica de que não prescinde) foi este: a direita teve o que merecia, estava a pedi-las e por isso foi violada pelo PS de António Costa. Mal comparando com a metáfora do Homem que quer violar e justifica o seu acto com a provocação da mulher.

Pacheco Pereira chegou a falar de uma coligação negativa contra o anterior Governo que "era também internacional". O PaF ganhou as eleições mas perdeu o Governo porque estava a pedi-las, é o que se retira do discurso do comentador. Pacheco Pereira demoniza a direita e diz que a radicalização da direita é que justifica a coligação negativa pós eleitoral para impedir que o Governo que ganhou as eleições chegasse ao poder.

Ora eu acho precisamente o oposto. Acho que a direita esteve onde sempre esteve, quem se radicalizou, quem se deslocou para a esquerda foi o PS, e dessa forma aumentou o fosso entre a ala esquerda e a ala direita. Esta nova ordem nacional que põe o governo a ser decidido pelo Parlamento leva a que a direita se tenha de unir para crescer e formar o bloco de oposição à esquerda que sempre se coligará para chumbar Governos de direita.

As políticas europeias são hoje vistas como radicais de direita por esta nova ordem e Jorge Coelho chegou mesmo a dizer que este modelo faliu. Como se a Europa se vergasse à posição de Portugal. A Europa é soberana para cada Estado-Membro, e ainda mais tratando-se Portugal de um país mais receptivo do que contributivo. Essas alternativas e esse poder de impor alternativas aos parceiros europeus são mitos que costumam atacar comentadores políticos.

Depois o tema passou para o Marcelo e os seus 52% de intenção de voto nas Presidenciais, segundo as sondagens. Diz então Jorge Coelho que Marcelo Rebelo de Sousa beneficia do tempo de antena na televisão, que teve enquanto comentador, nesta campanha eleitorial, e será isso que justifica a liderança nas sondagens e justificará a eventual vitória eleitoral à primeira volta.  Mas recordo que António Costa comentava semanalmente na Quadratura do Círculo e nem por isso ganhou as eleições legislativas. 

Jorge Coelho estava a tentar a todo o custo retirar a Marcelo o mérito da sua campanha. Eu penso que a esquerda anda baralhada com isto das eleições presidenciais, é que não dá margem para coligações negativas pós-eleitoriais. Quem ganhar as eleições vai mesmo para Presidente. Como Marcelo está à frente isso torna-se um grande problema para a esquerda.

 

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