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Ontem, em sala de espera, folheando uma dessas revistas da tolice, a entrevista a um casal gay, ele cabeleireiro e ele modelo "internacional": agora pais de três filhos adoptivos.
A fotografia no sofá, a indisfarçável pose de quem assim ostentaria os seus caniches de estimação. Ele é tratado por "Pai" (o mais autoritário) e ele por "Papá" (presume-se que o mais dócil). E a pergunta do entrevistador surge inevitavelmente - então e quando tiverem de explicar às crianças a vossa condição de casal homossexual?
O plano delineado para esse efeito resume-se a uma história de início triste e final feliz - a mãe deles era pobrezinha, não dispunha de meios para os sustentar, para lhes oferecer os brinquedos e as roupas que hoje os rodeiam. Iam viver mal e deste modo vivem bem, com todo o conforto. Não se chega a dizer que de outro modo levariam porrada, assim substituída pelo afecto do Pai e do Papá. Estes aliás, manifesta-se a disponibilidade para visitas de e à progenitora, o Pai e o Papá nada têm a opor.
São factos narrados pelos próprios. Falta-me sempre, em casos destes, a paciência para considerações de ordem moral. Entre o caricato e o dramático, daria para muitas páginas o que a consciência de cada um julgará acerca do destino de três crianças crescendo entre a moda e as bonecas e os chocolates, entre o Pai e o Papá.
Há o futuro delas (e de quantas outras nas mesmas condições?), há a manápula da Esquerda sobre o que chamam "causas fracturantes". Compreende-se: para a Esquerda é o caminho possivel e actual (o passo mais recente) da Revolução: o Pai e o Papá.
Segundo a imprensa: “A protecção, sem limites, dos contribuintes” é a preocupação do ministro das Finanças quanto ao Novo Banco e Banif. Mário Centeno reconhece ser “um problema sério” e avisa que quer “zelar pela estabilidade do sistema financeiro”.
Ora “proteger contribuintes” dos custos do Novo Banco e do Banif é o oposto das suas nacionalizações, defendida em directo na SIC por Jerónimo de Sousa. O líder comunista, alegado parceiro de António Costa, disse em entrevista recentemente que no seu partido: “Defendemos o controlo público da banca, neste caso concreto em que se corre o risco de vender barato um banco com esta dimensão [Novo Banco] e em que o Estado já pôs dinheiro e corre o risco de pôr mais. [Então], entrega à privatização e depois quem paga?”, começou por perguntar o líder comunista. “Mais uma vez a solução parece ser sempre a mesma. Esta realidade tem de ser tratada politicamente. Depois de tantos escândalos, depois do BPP, BPN, do BES, o que é preciso mais para acabar com esta sangria que estão fazer aos portugueses para acudir aos desmames da banca?”, interrogou Jerónimo de Sousa, antes de criticar o “falhanço redondo do sistema de supervisão”.
E o Bloco não era também defensor das nacionalizações?
Na pré-história, única época em que vigorou qualquer coisa parecida com a filosofia do "Imagine" de Lennon (ou de JJ Rousseau), imperava a mais cruel lei da moca, da sobrevivência do mais forte. Sem direito a um charrito sequer.
"Nós seremos o Governo que repõe as prestações sociais. Vocês serão sempre o Governo que as cortou", diz António Costa no debate do programa do governo que decorre no Parlamento ao PSD/CDS.
Repare-se no programa:
-Descongelar pensões
-Reposição do pagamento dos complementos de reforma nas empresas do Sector Empresarial do Estado
-Repor o valor de referência do CSI (complemento solidário para idosos) no montante anual de 5.022 euros
-Intenção de acelerar a recuperação do rendimento dos trabalhadores do Estado com "o fim dos cortes salariais e a reposição integral dos salários da Função Pública em 2016, de forma gradual (25% no primeiro trimestre; 50% no segundo; 75% no terceiro; 100% no quarto).
-Descongelamento das carreiras na função pública a partir de 2018.
-Redução progressiva e temporária das contribuições sociais dos trabalhadores com um salário base inferior a 600 euros, uma redução que deverá atingir um valor máximo de quatro pontos percentuais em 2018 (atirar para 2018 é sempre uma solução). O primeiro ministro acredita que esta medida fomenta o consumo e mais uma vez é este que vai dinamizar a economia.
-Criação de um complemento salarial anual para os trabalhadores com salários mais baixos. Um mecanismo que é aplicado através de um crédito fiscal.
-Propor em sede de concertação social uma trajectória de aumento do salário mínimo nacional que permita atingir os 600 euros em 2019. O percurso previsto começa em 530 euros em 2016
-O programa de Governo do PS prevê eliminar a sobretaxa em dois anos: 2016 e 2017. Metade em cada ano.
-O PS pretende também repor nos valores de 2011 as prestações do Abono de Família, Complemento Solidário para Idosos (CSI). Quanto ao Rendimento Social de Inserção (RSI), o objectivo passa por repor os níveis existentes até 2010 e "reavaliar a eficácia dos programas de inserção"..
Eh lá! Isto é que são uns mãos largas!
Vamos cá a ser sinceros: António Costa sabe que não há dinheiro para isso, Costa sabe que não vai cumprir as promessas, Costa vai é procurar argumentos no legado anterior para não cumprir as promessas. Neste momento o executivo de Costa não está à procura de soluções, está à procura de argumentos.
Ou então eu estou totalmente enganada e António Costa, apesar de ateu, acredita no milagre cristão de multiplicação dos pães e do peixe para alimentar tantas prestações sociais.
Para quem quiser saber: Segundo os evangelhos de Marcos e Mateus (o milagre da multiplicação dos pães, de Mc 6,30-44 e Mt 14,13-21), Jesus manda aos discípulos que dêem de comer a cinco mil pessoas, ao que respondem que gastariam duzentos denários para comprar pão para tanta gente. Verificando, porém, que tinham consigo cinco pães e dois peixes, acomodam a multidão no chão, em grupos de 100 e de 50. Jesus toma os pães e os peixes, eleva os olhos ao céu, abençoa e parte os pães. São os discípulos que os distribuem à multidão. Os peixes são igualmente repartidos entre todos. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram 12 cesto cheios de pedaços de pão e peixes. Eram, os que comeram, cinco mil homens.
Ontem Santana Lopes no cândido debate semanal com António Vitorino na SIC Notícias, a propósito da Cimeira de Paris, notava apreensivo que por cá não chove há quinze dias. Já sabíamos como o ambiente - um tema sério - se presta não só a muitos disparates, mas através da exploração do medo e da culpa, ao mais despudorado aproveitamento para propaganda política – quem anda na rua por estes dias bem vê as pessoas no pára-arranca das filas de trânsito a fumar cigarros consumidas pelo tema. Mas o que eu confesso é que não julgava ser possível no século XXI ouvir um líder político de uma grande potencia ocidental (Obama) prometer todo o empenho para "acabar com as catástrofes naturais". Esta moderna crença é tão estapafúrdia quanto aquela que imperava no século XVIII e atribuía à imoralidade das acções humanas as causas do grande terramoto de Lisboa.
Juiz Rangel anula penhora de milhões a Álvaro Sobrinho.
Poucos dias depois, Sobrinho acaba com dois dos jornais seus atentos à operação Marquês e que dão pormenores da investigação a Sócrates, Santos Silva e Vara.
Exercício: relacione estas duas notícias.
Há uma parte da direita que se orgulha de cultivar rectidão, recta pronúncia e minudência tão grandes que com elas fabrica alegremente o próprio caixão. Nessa direita se incluem os que eram demasiado liberais para votar numa coligação PSD/CDS -- para eles, «social» demais; os que inconfessadamente tomaram por bom o argumento da esquerda de que a austeridade é uma maldade, e não uma consequência -- e que, zangados com os cortes em salários ou pensões, decidiram não votar, ou protestar com o seu voto; e os que se julgam urbanos e desempoeirados, e julgaram divertido e inofensivo pôr a cruz no quadradinho de alguma agremiação exótica.
Essa mesma parte da direita desunha-se agora em diatribes contra Marcelo Rebelo de Sousa, recomendando-lhe, nomeadamente, que vença as eleições presidenciais com a mesma maioria da coligação que a esquerda afastou. Que esta direita minudente e recta se considere, por cima, inteligente, é coisa que me ultrapassa. Mas façam favor, insistam e obtenham uma Maria de Belém criada no Rato, ou (melhor ainda) um Nóvoa com o fervor cego dos recém-convertidos. Insistam nos rancores minudentemente patetas em que insistiram em 4 de Outubro. Resultou tão bem, não foi?
O ilusionista Costa diz que vai fazer maravilhas para a classe média, aumentar-lhe os rendimentos, baixar-lhe os impostos, dar-lhe uma vida afluente e feliz. Alguém pagará, mas a classe média não, diz o ilusionista Costa.
Disto resultaria inevitavelmente a pergunta que, porém, os serventes da comunicação social jamais farão ao ilusionista: que é para Costa a classe média e qual o seu nível de rendimentos?
A partir de Timor onde se encontra para participar nas comemorações da chegada dos portugueses, SAR D. Duarte Duque de Bragança na sua habitual alocução de I de Dezembro sugeriu a criação de um programa semelhante ao Erasmus europeu de forma a aproximar os jovens oriundos dos países da CPLP.
Os serventes do PS «noticiaram» que o governo do ilusionista Costa vai atrasar a apresentação do OE2016 porque o anterior governo não deixou nada feito (como se tivesse que o fazer). O anterior governo esclareceu esta tarde, pela voz do secretário de estado do Orçamento que, ao contrário, tudo estava feito e que um governo da coligação Para a Frente Portugal terminaria o documento em dois conselhos de ministros.
Se, por momentos, os serventes nas televisões forem substitídos por jornalistas, estes verificarão que alguém está a mentir, que alguém é um aldrabão sem escrúpulos nem vergonha, e determinarão quem é.
Quem será?
Ao contrário do que diz o inefável Santos, o qual alucinava por as pernas dos alemães a tremer, a moção de rejeição não é um reforço da união das esquerdas avulsas; é o sublinhado de uma geringonça periclitante e oportunista que arruinará novamente o país e produzirá inúmeros enriquecimentos sem causa, como é hábito do PS, com aliados ou sem eles.
Ao contrário do que diz um pobre diabo do Ajuntamento de Esquerda, os vencedores das eleições de Outubro têm «validade» para apresentar uma moção de rejeição, e nem é a uma minoria patética e assanhada que a vontade de dois milhões de eleitores tem que pedir licença ou selo de aprovação. Ao contrário dos sonhos do pobre diabo, ainda estamos em democracia, e - como o pobre diabdo compreenderá, mais devagar do que eu gostaria, mas mais depressa do que ele julga - as vanguardas histéricas depressa serão restituídas ao bolor e à irrelevância.
Ao contrário do que os serventes da Sic e Tvi dizem, a moção de rejeição não é «simbólica» nem «vã». É a afirmação clara de oposição e rejeição de um arranjo político oportunista, inescrupuloso e feito com sacrifício do país.
Esta manhã na praça dos Restauradores tiveram lugar as cerimónias do 375º Aniversário da Restauração da Independência de Portugal. Se eu não tivesse presenciado estas emotivas celebrações, não podia adivinhar a dignidade que a Sociedade Histórica da Independência de Portugal e uns quantos patriotas teimam imprimir a este acontecimento que a agenda mediática condena à quase clandestinidade. O problema não está na indiferença da cidade que bule indiferente à nossa volta num dia de trabalho normal. Está a montante na boçal adolescentocracia em que vivemos.
PSD e CDS reuniram e decidiram que vão apresentar uma moção de rejeição do programa do governo minoritário do PS de Costa, derrotado nas eleições.
Qual é, portanto, o título do Público? Este:
«Moção de rejeição ao Governo dividiu PSD e CDS»
Querem mais fervor socialista?
As trapalhadas do PS, as desculpas e os dedos acusatórios começam com o instrumento mais importante da governação, o Orçamento de Estado. O estado da arte acerca do OE2016 está como segue:
- não seria para apresentar antes de Março, segundo meios próximos do ilusionista Costa;
- afinal deveria ser apresentado antes de Março, segundo o flexível Centeno;
- afinal deverá ser apresentado «o mais depressa possível», segundo o ilusionista Costa, não se sabendo quando é que «depressa» é;
- afinal não se sabe quando será apresentado, porque -- diz a espécie de governo de Costa -- o anterior governo não fez nada, que maus que são, vejam lá...
Na Sic e no Expresso os serventes já começaram a divulgar amplamente, como se lhes exige, que o anterior governo -- sendo até há pouco «ilegítimo» e protagonista de uma «política de direita» com que a esquerda revolucionária quer cortar -- afinal devia ter feito o OE2016 e tem culpa de qualquer atraso.
Não é bom ter a comunicação social no caderno de encargos?
O Metro de Lisboa regressa às paralisações, desta vez com interrupções para a estragar a vida aos utentes durante 3 dias seguidos.
Fica assim explicado:
- por Jerónimo de Sousa ao ilusionista Costa, por interposto Arménio, que os papéis da geringonça são muito bonitos, mas aqui quem manda sou eu, e quero mesmo os transportes públicos para alimentar os meus sindicatos;
- por Arménio Carlos aos utentes dos transportes públicos que os transportes públicos não são dos utentes, são da CGTP;
- e pelo ilusionista Costa aos Portugueses que (para usar uma linguagem à altura dos governantes actuais) se está cagando neles, e que rifa tudo o que for preciso para tomar o poder.
Os discursos do Presidente e do primeiro-ministro empossado colidiram frontalmente: enquanto Cavaco relevou os riscos de uma inversão das dolorosas reformas encetadas no resgate do país, António Costa ignorou olimpicamente as causas desse resgate e o acordo com a ‘troika’ assinado pelo seu partido em 2011.
Num discurso rancoroso quanto ao seu antecessor, ensaiou uma mensagem “aspiracional” clamando por amanhãs que cantam, libertos das circunstâncias corpóreas em que se desenrola a vida neste mundo global. Coincide este delírio com o período maravilhoso chamado Advento, em que nós, os cristãos, somos convidados a reviver o nascimento do menino Jesus - que nos devolva a inocência no lugar da tentação do cinismo.
Curioso é como os socialistas tendem a confundir tudo. A mim parece-me que a arte da política decorre de outra dimensão e o seu discurso deveria ser balizado pelos limites da prosaica e humana realidade. Sob o risco de em breve incorrermos em mais um trágico desastre.
Publicado originalmente no Diário Económico
Imaginem, por um momento, que o conteúdo do cartaz era o seguinte: “Ramadão dos Animais” e o local não era um bairro da grande Lisboa mas sim a chamada banlieue de Paris. Muito provavelmente o cartaz já não existiria e o prédio estaria reduzido a um monte de escombros. Porquê? Porque os muçulmanos não perderam o significado dos seus valores religiosos e revoltam-se contra quem não os respeita. Os cristãos da Europa levaram tão a sério a palavra de tolerância, relativizando tudo ou quase, que ficaram indiferentes ao que acontece à frente dos seus olhos. A tal ponto que o significado das celebrações se vai perdendo pois o Natal (ou a Páscoa, ou até a Independência Nacional que hoje se celebra) é aquilo que quando e como um homem quiser. Justifica-se assim rasgar o cartaz e colocar uma bomba no edifício? Claro que não! Mas são estes os extremos com os quais cada vez mais convivemos: uma sociedade europeia da tão proclamada matriz judaico-cristã que tudo relativizou a viver em conjunto com uma sociedade não europeia e de matriz islâmica. No meio estão os grandes defensores do estado laico que quando levam com uma bomba em cima logo se apressam a parar com os actos que afrontem os muçulmanos (como aconteceu com o “Charlie Hebdo” que deixou de publicar caricaturas do profeta e passou a caricaturar os bispos franceses) e se dedicam a eliminar os sinais cristãos dos espaços públicos.
Não, o Natal não é dos animais!
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inventa o direito de toda a gente a ir à praia à b...
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Excelente texto.
A conclusão a tirar é que o valor de que o autor f...