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Partidas e Destinos

por José Mendonça da Cruz, em 30.11.15

33 ex-membros do governo Passos/Portas, a maioria, regressam às actividades produtivas de onde provinham: o direito, a academia, as empresas, ou seja, a sociedade civil, em suma. A maioria dos novos governantes do ilusionista Costa provêm de federações socialistas, das fileiras das autarquias, dos orgãos do partido ou do refugo do governo da bancarrota, ou seja, os pendurados no dinheiro dos contribuintes. As consequências seguem dentro de momentos.

Toda a sua complacência

por José Mendonça da Cruz, em 30.11.15

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Na primeira deslocação oficial como primeiro-ministro, o malabarista Costa discursou e enganou-se sobre a data de fundação da OTAN (1949; ele acha que é 1959) e sobre os membros fundadores (lembra-se que Portugal foi um deles; acha que a Turquia também). A notícia foi omitida na generalidade da comunicação social, tendo sido difundida pelas redes sociais.

Na primeira declaração sobre o instrumento de governo mais importante, o Orçamento de Estado, Costa fez divulgar pelos seus homens que ele poderia ser entregue na AR em Março, só após o fim do mandato de Cavaco, ao mesmo tempo que ia dizendo que o OE seria entregue «o mais depressa possível», sem, porém, alvitrar uma data. Foi mais uma picardia contra o PR, por parte do malabarista que se queixa de picardias, mais um comportamento hostil da parte de quem salga feridas que proclama querer sarar. Foi uma ligeireza e um vagar de pasmar no tratamento de instrumentos políticos fundamentais por parte do malabarista que ttanto se queixava de quem não respeitava a sua pressa de tomar o poder. 

Presente na Conferência Mundial sobre o Clima, em Paris, o malabarista Costa não quis falar por julgar que o facto de ser um dos últimos oradores sujava os seus putativos pergaminhos. Em Lisboa, os seus homens tentaram inculcar, em vão, a ideia de que fora o anterior governo que se esquecera de inscrever o país. Como depressa se viu que era mentira, a notícia desapareceu das peças televisivas sobre a conferência de Paris.

Os malabarismos de Costa para o assalto ao poder fizeram congelar decisões de investimento, do que resultou a desaceleração da taxa de crescimento e a estagnação da taxa de desemprego. Os serventes de Costa nas televisões esforçam-se penosamente por demonstrar que o abrandamento e a estagnação resultam da acção do anterior governo.

Entretanto, desapareceram do léxico das televisões o chico-espertismo e a impertinência de expressões como «gaffe», «irresponsabilidade», «recuo», «contradição», «polémica», e «só não explicou...». Na comunicação, com destaque para as televisões, os serventes curvam a espinha perante o bem-amado e sonham com assessorias no governo mais populoso da democracia. A informação nunca foi a sua missão. 

 

P.S. (salvo seja) A meio da tarde, o bem-amado veio explicar que a trapalhada do silêncio na Cimeira era, afinal, um mero pormenor «burocrático». Logo os serventes ficaram livres para dar a notícia do pormenor «burocrático». Ao contrário do costume, não se sentiram tentados a dizer que se tratava de um «falhanço» (como eles gostavam de classificar tudo o que era do anterior governo), ainda por cima «histórico» (como eles gostavam de dizer antes) porque Cavaco, Barroso e Sócrates nunca deixaram de falar em cimeiras semelhantes.

Os serventes conseguiram também noticiar a gaffe sobre a data de fundação e os membros fundadores da OTAN, que, explicaram eles, não tem importância nenhuma e se resolve consultando o site da organização.

Querem mais desvelo e fraternidade?

O país está dividido

por João Távora, em 30.11.15

O Governo vai impedir despedimento de funcionários na requalificação, recuperar as 35 horas semanais, reversão das privatizações, avaliação dos professores, ordenados da função pública, requalificação da função pública. Sim. O país está dividido. Mas não é entre esquerda e direita ou socialistas e não socialistas. O país está dividido entre aqueles que recebem do orçamento de estado e aqueles que recebem do Orçamento de Estado.

O centro de negócios PS

por João-Afonso Machado, em 30.11.15

Em duas palavras - nada mudou. Apenas se tornou mais clara a percepção de que o Centro ideológico não existe e o Centro ponto de convergência democrática também não. O Centro é um lugar de negócios, uma plataforma para o Poder, e assim o PS nele se instalou sem vergonha e sem travões. No melhor estilo republicano-maçónico.

E a partir desse Centro de negócios o PS vem logrando comprar o Poder, coligando-se sequencialmente com o CDS, com o PSD e agora com a Esquerda unida. Sempre tudo correu mal, com os seus parceiros a virarem-lhe as costas a meio das respectivas legislaturas. Quando, de permeio, governou sozinho foi o pântano de Guterres e o repentino e escandaloso enriquecimento de Sócrates, o auto-proclamado desempregado. E foi também o tempo da bancarrota portuguesa.

Agora não será diferente. Como bem lembrou Marques Mendes, no seu habitual comentário da SIC, o Governo socialista realizará semanalmente dois conselhos de ministros: às terças-feiras em S. Bento, com Carlos César e os seus acólitos tentando demover os "ministros" do PCP e do BE e conseguir o seu agreement para as medidas a tomar pelo das quintas, presidido por António Costa.

É nesta lógica que deveremos esperar sentados o natal do Orçamento de Estado. De olho fito em eleições que Costa tentará promover na altura mais favorável, outro esquema que com Tsipras também funcionou.

A caminho do Natal

por Vasco Mina, em 30.11.15

Os católicos iniciaram ontem a caminhada espiritual de preparação do Nascimento de Jesus Cristo. A leitura de ontem, aqui editada no Corta-Fitas, aborda a última vinda de Jesus e por isso o Natal é e será o momento de encontro do Filho do homem que nasceu em Belém há cerca de 2.000 anos mas também o tempo de Esperança n’Aquele que os cristãos acreditam ser o Salvador do Mundo. Estamos, pois, em tempo de Advento, de preparação, para a celebração do Natal. É este o significado do tempo Advento e que termina no dia em que celebramos o nascimento de Jesus Cristo. Tudo isto parece ser do domínio do óbvio mas os tempos que vivemos, com o relativismo como nota dominante, em que tudo é possível e sempre e como um homem quiser, levam a esquecer a essência, o significado profundo, das celebrações. O que celebramos há séculos (e que as últimas décadas têm procurado esquecer) é o encontro com Jesus Cristo que é Filho de Deus que se quer encontrar connosco. Jesus está vivo e no meio de nós sempre que nos reunimos em Seu Nome. Por outras palavras, o que preparamos neste tempo não é a chegada do Pai Natal nem dos presentes que oferecemos e recebemos. Claro que dar e receber faz parte do Advento mas não nos esqueçamos que é Deus Quem se oferece através do Seu Filho. Por isso e porque Ele nos pediu, este é o tempo de acolhimento do outro pois será a Ele quem acolheremos quando visitarmos os pobres, os doentes, os abandonados, os refugiados e todos aqueles que sofrem. O Papa Francisco na Homilia de Natal do ano passado salientava o seguinte: ”temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes mas desprovidas do calor do Evangelho? Quão grande é a necessidade que o mundo tem hoje de ternura! Paciência de Deus, proximidade de Deus, ternura de Deus”. Pode o mundo esconder Jesus para não ferir suscetibilidades e assim o relativizar na ordenação dos valores e das causas que nos movem mas não pode impedir que  Deus nos bata à porta. Abrir a porta e reconhecer Jesus em cada rosto é a nossa tarefa!

 

 

Lido no Facebook (começaram as gaffes do novo PM)

por Maria Teixeira Alves, em 30.11.15

“A Turquia é um velho e estratégico aliado de Portugal, nosso parceiro como membro fundador da NATO, em 1959 (...)"- António Costa, em declarações ao Conselho Europeu, pela primeira vez como primeiro-ministro.

1-A NATO foi fundada em 1949, não 1959.
2-A Turquia não foi membro fundador da NATO.

A nova ordem

por João Távora, em 29.11.15

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Se os exames do primeiro ciclo provocam ansiedade e acentuam a discriminação das crianças desfavorecidas, o que dizer dos erros ortográficos? O meu filhote pequeno que o diga, as lágrimas vêem-lhe aos olhos sempre que lhe corrigimos um. A caligrafia, essa é uma causa perdida. Não será a escrita afinal um elemento opressivo da livre expressão e criatividade da miudagem, um obstáculo à sua afirmação entre iguais? Consta que alguns sistemas de ensino já adoptaram esta filosofia igualitarista, em prol da felicidade e bem-estar dos fedelhos. Como se a felicidade não fosse acima de tudo um dom ou uma aprendizagem empreendida por cada pessoa no seu interior justamente na superação das dificuldades. No mesmo sentido a “retenção”, uma designação benigna e simpática atribuída ao antigo “chumbo” que tanto pesou como ameaça nas cabeças de alunos cábulas como eu, há muito está em vias de ser banida como instrumento pedagógico. Porque não se lembraram ainda estas sumidades libertar a comunidade da repressão da matemática? Afinal é a aritmética a base ideológica da austeridade, e as contas de multiplicar a ferramenta preferida do capitalismo. Depois, o resultado exacto e indiscutível de uma conta de diminuir pode significar uma violência traumática para o inocente infante. Claro que os números podem servir sempre para a recriação da criançada, disponibilizados em peluche para serem apertados com muito carinho ou arremessados uns aos outros como numa luta de almofadas. De caminho, sugiram-se também medidas preventivas em relação à capacidade de concentração, definitivamente um atributo a reprimir entre os alunos, por ser profundamente discriminatória quanto aos resultados da aprendizagem. Pior ainda se essa qualidade for associada à eloquência e à criatividade - não estaríamos nós na iminente ameaça de um perigoso cidadão autónomo e livre?

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Domingo - 1º do Advento

por João Távora, em 29.11.15

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».


Palavra da salvação.

Não stressem as criancinhas!

por João Távora, em 29.11.15

O próximo passo é a extinção dos erros ortográficos. Liberdade de escrita já!

A capitulação

por João Távora, em 28.11.15

(...) Causa alarme este constante renegar das nossas raízes, o culto da ignorância daquelas que são as traves mestras sobre as quais se foi construindo o pensamento europeu, a grelha de valores que nos define. Mas quando o politicamente correcto chega ao ponto de se ter medo de um pai-nosso, exibido entre um anúncio de Coca-cola e outro de Hambúrgueres, possa “ofender” alguém, e amedronta uma reacção de protesto, estamos a aceitar um processo de amnésia colectiva que deve repugnar a todos, crentes ou não crentes. Porque, afinal, corresponde a renegar a nossa história e o nosso passado, deixando em seu lugar um vazio, um sentimento de orfandade, mesmo que mais ou menos inconsciente. Depois, admiramo-nos que os mais novos busquem a sua identidade em fanatismos… Afinal, nós não temos orgulho em quem somos e escondemos aquilo em que acreditamos por medo de perturbar alguém (como se perturbar fosse necessariamente mau…), imaginando que o respeito pelas convicções dos outros, passa por lavar as nossas com lixívia! (...) 

"Livrai-nos do mal" Isabel Stilwell no jornal i 

A falha de Costa

por Maria Teixeira Alves, em 27.11.15

António Costa esqueceu-se de levar um chinês para o Governo. Grande falha nas quotas.

O caminho para o socialismo e o outro

por João Távora, em 27.11.15

De pequenino....jpg

Às vezes o meu pequenote lá deixa escapar os comentários que a voluntariosa professora na intimidade da sala de aula partilha com os meninos, não só sobre os mais diversos assuntos da actualidade, mas também sobre as aterradoras consequências das alterações climáticas: a água que vai acabar, os animaizinhos que vão desaparecer etc., tudo por nossa incúria ou maldade (frequenta um pequeno e solidário colégio católico gerido pelas bondosas irmãs da congregação do Amor de Deus). Cuidado redobrado teremos que ter agora com a legislação aprovada pela frente de esquerda, para o ensino obrigatório às nossas criancinhas do esplendoroso "Caminho para o Socialismo" recomendado na Constituição da República Portuguesa. Já não basta toda a sorte de mitologia urbana que nós os pais nos vemos obrigados a  "desensinar" em casa. Mas vendo bem, numa perspectiva egoísta é indiferente, eles vão extinguir os exames burgueses e elitistas... os meus filhos num ambiente doméstico de exigência, sentido crítico e conhecimento digamos que... "por osmose", são uns privilegiados.

 

Sr. Ministro, visite a Biblioteca Nacional

por Vasco M. Rosa, em 27.11.15

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Muito bem, agora que já temos um ministério da cultura (eh pá, eh pá!!!), o que por si resolve logo muita coisa, vale a pena pedir ao Dr. João Soares que visite demoradamente todos os serviços da Biblioteca Nacional, fale com as pessoas, saiba o estado em que aquilo (o aquilo é apropriado!) se encontra, verifique as carências de meios e pessoal qualificado que tem, e diga publicamente o que vai fazer para consertar (também apropriada) aquela calamidade pública.  

Se o fizer nos próximos dias ou semanas, pode ser que até ao orçamento de estado (Março — fantástico!) consiga convencer os seus pares e o PM que a principal biblioteca de Portugal, uma biblioteca patrimonial dum país quase milenar, não pode continuar como está — em resultado, não dos últimos anos de «neoliberalismo» e coisa que o valha, mas dum descaso de décadas, com muitos fascinantes ministros socialistas pelo meio, além dos directores da instituição.

O estado da BN é — acreditem — de estrondoso colapso iminente.

Terá remédio? Vamos esperar para ver.

Uma medida: acabar com o Instituto do Livro, uma inutilidade e um sorvedor de dinheiro. Só com isso resolve coisas. Outra medida: pedir o patrocínio da Fundação EDP (socialista), que oferecendo a electricidade, permitirá concentrar meios para coisas que a BNP literalmente não faz: conservar, estudar, catalogar e digitalizar o seu arquivo de cultura contemporânea (paralisado!!!), preservar jornais, e mais. Ainda outra: melhorar as condições da sala de microfilme, com mais de metade das máquinas avariadas ou defeituosas.

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Ontem, quando tudo corria bem...

por João-Afonso Machado, em 27.11.15

Diga-se de passagem, a Direita defendeu-se sempre desajeitadamente ante a triunfal cavalgada de Costa. Insistindo em brandir a "tradição", quando já a revolução desprezava argumentos, e invocando a "legitimidade" como quem faz uma vénia à "democracia", tendo por interlocutor apenas a ganância do poder. Esquecendo, enfim, que fomos e somos  o País da "maioria silenciosa".

Entretanto, ontem mesmo a Esquerda Unida desentendia-se no Parlamento. O motivo: a eliminação dos cortes salariais na Função Pública, da sobretaxa do IRS e da Contribuição Extraordinária de Solidariedade. As pressas do PCP, o compasso do PS.

E estavam nisto - e estariam - quando se deu a intromissão da bancada da Oposição, apontando a verdade verdadeiríssima da instabilidade à vista, das inocultáveis divergências da "Maioria", etc, etc. Mas...

O resultado foi a súbita re-união dos socialistas, comunistas e bloquistas. A discussão entre eles ia gira... mas cessou: a questão será discutida apenas na especialidade - em privado, digamos assim - e só então votada. Com Costa pelo meio, decerto, em mais um passe contorcionista qualquer.

Deixem-nos. Não una a Direita o que desunido nasceu à esquerda.

Coisas em que ninguém repara:

por Vasco Lobo Xavier, em 26.11.15

Eu gosto da intimidade:

 Fernando Rosas, na TVI 24, trata o Primeiro-Ministro como "o Costa".

 "O Costa" para aqui, "o Costa" para acolá. " Costa disse", "o Costa desdisse-se...." (bem..., esta estou a inventar, por enquanto...).

 

O que dá ser dono de uma pessoa... Gente do Bloco a gozar a sensação de propriedade é coisa muito engraçada...

Coisas em que ninguém repara:

por Vasco Lobo Xavier, em 25.11.15

A sempre simpática comunicação social tem sublinhado a competência de João Soares para o Ministério da Cultura indo ao sótão desempoeirar uma vereação na cultura da Câmara lisboeta, era ainda Jorge Sampaio Presidente da dita. Está tudo dito sobre as suas capacidades.

 

A mim parece-me antes que João Soares serviu para preencher a quota “Mário Soares” no Governo e que, ao contrário do que sempre andaram a dizer, os socialistas vêem a pasta da Cultura como coisa menor: basta ter Ministério e qualquer Ministro serve. Bloco e comunistas aplaudem. Parece que vão à cerimónia e tudo.

Coisas em que ninguém repara:

por Vasco Lobo Xavier, em 25.11.15

A sempre simpática comunicação social tem sublinhado que o Governo socialista tem tantas mulheres Ministras como o Governo da Coligação, esquecendo-se de que este último foi o mais pequeno nos últimos 40 anos de liberdade (faz hoje) e que o actual Governo socialista é o segundo maior de sempre.

 

Para quem está sempre a encher a boca com quotas femininas e coisas do género, como o BE, a CDU ou mesmo o PS, não sei como aplaudem tal coisa. Parece que vão à cerimónia e tudo.

40 anos do 25 de Novembro

por João Távora, em 25.11.15

25 de Novembro.jpeg

Tenho para mim que, se celebramos a liberdade no 25 de Abril, deveríamos festejar a democracia no dia 25 de Novembro. Num país cujas efemérides sacralizadas são tantas vezes duvidosas, é importante relembrar os acontecimentos e os protagonistas que, faz hoje quarenta anos, travaram o "Processo Revolucionário" que então paulatinamente instaurava um regime militar comunista em Portugal. É bom hoje lembrar esses tempos agitados, com as cadeias cheias de presos sem culpa formada, a comunicação social condicionada pelos comunistas, uma deriva de nacionalizações e muitas empresas e propriedades ocupadas por piquetes revolucionários. Hoje é bom lembrar que foi a partir do 25 de Novembro de 1975 que as armas e os militares iniciaram a sua lenta recolha aos quartéis e uma verdadeira transição democrática pode ser finalmente negociada entre as forças politicas sobreviventes. Encaremos a democracia não como uma conquista, mas uma tarefa que não acaba mais. 

ACosta-CavacoSilva.jpg

Aí está o Governo que sai do sonho de António Costa. O xeque-mate resultou. Estava escrito nas estrelas. 

A esquerda está desnorteada. Já só lhe resta Cavaco Silva para exercitar o seu natural papel de oposição. Mas mesmo isso vai acabar em Janeiro. E depois, em quem vai bater o PCP e o Bloco de Esquerda? No Carlos Costa? No futuro presidente? Na oposição?

Vamos ao Governo de Costa, que é um verdadeiro jogador de xadrez na política:

Há muitos ex-governantes de Sócrates (o primeiro-ministro incluído): Augusto Santos Silva, Vieira da Silva, Capoulas Santos e Pedro Marques.

Nota-se uma preocupação com as minorias na composição do elenco governativo.

Há quatro mulheres. 

Há muitos académicos, muitos amigos de António Costa, e muitos políticos. 

Na Justiça? Temos a representante da melhor família de Angola: Uma eficiente procuradora há mais de 30 anos, que ocupou nos últimos oito anos um dos cargos mais importantes do Ministério Público, como procuradora-geral distrital de Lisboa, responsável pelo maior dos quatro distritos judiciais do país. Foi pioneira ao criar um site onde se reporta diariamente a actividade do Ministério Público. 

Próxima de José Eduardo dos Santos.

Para as Finanças? O Centeno, claro. Mário Centeno leva consigo Ricardo Felix Mourinho.

Para a Economia? Manuel Caldeira Cabral, claro. Um parente do Dom Duarte no Governo socialista. Economista e académico da Universidade do Minho. Era próximo de António José Seguro.

Estes dois economistas eram mais do que esperados, pois são considerados os melhores quadros na esfera do PS.

Para os Negócios Estrangeiros? O "amigo" do Sérgio Figueiredo (chamou-lhe uma vez num artigo “O ayatollah de Barcarena”): Augusto Santos Silva (ainda acabarão amigos e aos abraços). A pasta de Santos Silva ganhou importância pois os Assuntos Europeus ficam no Ministério dos Negócios Estrangeiros. O tema Europa passa para as mãos dos Negócios Estrangeiros, o que parece ser um sinal de desvalorização dos assuntos europeus. Margarida Marques será secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

O Mar fica com Ana Paula Vitorino (a "amiga" - espero que se perceba a ironia - de Armando Vara). A ex-senhora dos transportes passa a governar sobre os mares.

De entre as amigas do Primeiro Ministro, constam a Constança Urbano de Sousa que será ministra da Administração Interna e Maria Manuel Leitão Marques que terá a tutela da Presidência e da Modernização Administrativa - levando consigo como secretária de Estado, Graça Fonseca. Ambas são colaboradoras de sempre de António Costa.

Eduardo Cabrita fica como ministro adjunto e é a primeira vez que é Governo. Grande amigo de Vitalino Canas.

Eduardo Cabrita é casado com a ministra Ana Paula Vitorino.

A Defesa foi entregue a Azeredo Lopes, que liderou a Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Foi porta-voz da candidatura de Rui Moreira à autarquia do Porto. Será agora o sucessor de Aguiar-Branco na Defesa. 

Miguel Prata Roque secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e Mariana Vieira da Silva (filha do ministro com o mesmo nome) secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro.  

O jurista Miguel Prata Roque, apontado como secretário de estado da presidência do Conselho de Ministros, é o advogado de José Sócrates na providência cautelar interposta contra o CM e a CMTV em relação à publicação de notícias sobre a Operação Marquês.

António Costa jogou em quase todas as frentes. Reparem, pôs o advogado que assina o processo que proíbe o Correio da Manhã de publicar notícias sobre a Operação Marquês e ao mesmo tempo um ex-presidente da ERC vai para o Governo.

O Ministério do Planeamento e Infraestruturas, o ministério que mais caro costuma ser aos socialistas (keynesianos), vulgo Obras Públicas. Fica com Pedro Marques (não Lopes). 

Este economista, que foi secretário de Estado da Segurança Social entre 2005 e 2011, foi um dos responsáveis pela reforma da Segurança Social de 2007, quando o ministério era liderado por Vieira da Silva. 

O meramente político Carlos César será um “super” líder parlamentar.

Diz o Expresso que a ligação institucional entre o Palácio de São Bento e a residência oficial do primeiro-ministro caberá ao secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos (foi por pouco que não apanhámos com o outro... ufa...), também representa qualquer coisa, mas não me lembro bem o quê.

Vieira da Silva volta ao Trabalho e Segurança Social e Capoulas Santos volta à Agricultura.

O ministro da saúde Adalberto Campos Fernandes, ex-administrador do Hospital de Santa Maria, será ministro da Saúde (já confirmou!)

Há dois génios académicos no Governo de António Costa: Tiago Brandão Rodrigues, investigador bioquímico, ocupa a pasta da Educação e Manuel Heitor, professor catedrático do Técnico, antigo secretário de Estado de Mariano Gago, fica com a Inovação, Ciência e Ensino Superior. É a quota dos oficialmente inteligentes.

O Ambiente (renomeado Ministério do Ambiente e Mobilidade) será entregue a João Matos Fernandes, que ocupava até aqui a presidência das Águas do Porto. Isto não será incompatível? Este é o único gestor do Governo.

E a cultura? Essa deram a João Soares, o filho do fundador do PS.

Este patchwork quase levava para o poder alguém de direita, ou um ex-banqueiro, só para que todas a forças de poder estejam representadas. Suspeito que António Costa ainda pensou nisso. Mas não se atreveu a tanto.

Latest news: António Costa acaba de integrar no seu executivo, uma secretária de estado cega: Ana Sofia Antunes. Muito bem!

São Bento já deve estar a preparar uma rampa para handicapé, como num célebre filme do Woody Allen onde o retrato de um homem perfeito era loiro, musculado, fazia ginástica todos os dias, com voz aveludada, e a sua casa perfeita à beira mar tinha uma rampa para cadeirinhas de roda.

Governo de Costa

por Maria Teixeira Alves, em 24.11.15

Onde é que a gente põe o João Soares? Temos sempre a Cultura.

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