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Mas a verdadé que prefiro os estufados a cozidos. Um estufado rico e lento, bem a passo de caracol.
Desde a surpreendente contratação de Mário Jardel que o Sporting não gerava semelhante impacto mediático. A contratação de Jorge Jesus de que já se falava mas ninguém acreditava constitui uma assombrosa notícia que ecoa das bocas dos portugueses incrédulos pelas ruas, cafés e empregos por esse hiper-mediatizado Portugal profundo que há muito perdeu a inocência. As notícias que circulam da rede à velocidade da luz para o bolso ou secretária dos portugueses antes de chegarem aos escaparates dos quiosques são mais marcantes pelo espanto que causam do que pela substância que podem espelhar. É a civilização “Jornal do Incrível”. Nesse sentido a transferência dum lado para o outro da 2ª Circular do incontornável personagem nacional Jorge Jesus por Bruno de Carvalho é um golpe de mestre. Se, como tudo indica, o golpe significar uma injecção de capital que potencie a competitividade do plantel leonino. Se, como queremos acreditar, Bruno de Carvalho se souber entender com o novo treinador quando a pressão apertar... Se assim for, na pior das hipóteses, esta história significará simplesmente um estrondoso regresso do filho pródigo.
Publicado originalmente aqui.
Quando certas pessoas se queixam de que outras pessoas se esquecem de que, actualmente, são as pensões de muitos reformados que pagam a vida de muitos filhos e netos, provavelmente estão a esquecer-se de que são também alguns filhos e netos que, actualmente e sem se queixarem, estão a pagar – e muito! – as ditas pensões que nunca irão ter.
Na última sessão de À Volta dos Livros no IDL João Vacas apresentou a obra "The Soul of the World" de Roger Scruton. A ver aqui vídeo integral, para mergulhar fundo na boa leitura.
Voltar às Memórias Políticas (1941-1975) de Freitas do Amaral - O Antigo Regime e a Revolução - é, vinte anos depois, uma delícia. Por uma série infinda de razões, desde logo a circunstância de 1941 ser o ano em que nasceu o menino Diogo, confirmando a célebre boutade de Aristóteles, um pouco mais antiga, - o homem é um animal político.
Pormenores à parte, Freitas - que considera a sua primeira «medalha no combate democrático» ter sido demitido «pelo Governo de Salazar», em 1962, do cargo de presidente da Assembleia Geral da Associação Académica da Faculdade de Direito (da Universidade de Lisboa) - estriba a sua formação doutrinária no «catolicismo social» da sua Família, na sua «vivência diária» com a democracia britânica e na aprendizagem teórica com Raymond Aron e prática com De Gaulle e Giscard d'Estang. Aos 17 anos, ouvindo um orador maldizer a Rainha no Speacker's Corner, apupado pela multidão e defendido (no seu direito de expressão de ideias) pela polícia, terá concluido, assim jovem, quão errada era a II República monolítica, e vantajoso o pluralismo - «a democracia pluralista em que a esquerda e a direita democráticas se alternassem no Poder» - como meio de «combater a ameaça comunista».
Agora, em entrevista ao Boletim da Ordem dos Advogados, lá foi esclarecendo que, «liberal» por alturas do 25/A, era-o com certeza; quanto à democracia, «tinha apreensões» dado temer «fortes partidos comunistas e fascistas»...
Enquanto não sai uma nova edição, revista e actualizada (1975-2015), das suas Memórias, sempre Freitas do Amaral permitirá, democraticamente, que opine: esta segunda versão será mais conforme à realidade. Freitas cresceu políticamente à sombra de Marcelo Caetano - cujos pavores e convicções cautelares seguia - e a nova República apanhou-o na curva distraído, esbarraram um e outra. Salvou-o Adelino Amaro da Costa; perdeu-o a sua ambição de estadista, para o que não tem qualquer vocação. Assim se deitou fora um administrativista com todas as propriedades de um mestre excelente no mais maçador ramo do Direito.
Parece que a contragosto de boa parte dos cientistas sociais e da oposição em geral, o número de suicídios não aumentou com os efeitos da crise em Portugal. Ainda fica por provar que os confrontos no Parque Eduardo VII nos festejos do Benfica sejam directa ou indirectamente da responsabilidade do resgate assinado pelo governo Sócrates (no tempo em que éramos todos felizes).
Hoje chegam notícias que o desemprego atingiu em Abril o valor mais baixo desde Agosto de 2011. Afinal os portugueses, depois da coça, em vez de pegar fogo à cidade ou suicidarem-se, estão a virar-se. Uma chatice, a traiçoeira realidade.
Não tarda, o trânsito automóvel entupirá o funil. As auto-estradas são muito esse logro, nas horas que todos conhecem, e os juizes deram agora em ser pontuais, exigindo pontualidade. Para muitos, muitíssimos, é como se a gasolina brotasse da torneira da cozinha, e a incógnita persiste sempre: o que demora mais - chegar ou estacionar?
Em meia hora de boa marcha a pé está-se lá, na estação. A manhã quase implora pela caminhada. E a pontualidade dos combóios pede meças à dos juizes de hoje. Aqui para estes lados tudo é harmonia de horários. As carruagens seguem cheias: de ouvintes de música, leitores de jornais, conversadores inveterados, algumas cabeças tombando de sono. Será coisa de três quartos de hora e os derradeiros vestígios da Provincia, antes dos primeiros nacos do estranho mundo dos arrabaldes citadinos: um sistema solar com planetas como a Travagem, Ermesinde, Rio Tinto, Contumil e vestígios dos rios de antes da chuva de meteoritos e codornizes de ontem à noite, ainda nas montras das churrasqueiras. Mais uns quantos salões, ora de cabeleireiras, ora de seitas religiosas. Ou o chalé brasileiro abandonado, ali a dois passos de um inusitado "arranha-céus" onde amarelecem papeis oferecendo o arrendamento das suas galerias inferiores.
A vida faz-se muito destes contrastes e mal é não atentar neles. Sem pressas, o julgamento está marcado para as 9.30, e viajar assim, no espaço sideral, não custa mais do que as portagens. Poupa-se no combustivel e ganha-se em inimagináveis visões. Sem perturbar a camada de ozono.
Hoje o meu filhote pequeno veio da escola dócil, meigo e corado, até viu as notícias, a chegada da equipe do Sporting com a taça à varanda da Câmara de Lisboa e assim, cúmplice encostadinho a mim.
Pena que esteja com febre.
... é um ser em permanente extinção... a cada ano que passa. Mime-as!
Diz-se da pessoa generosa e amável que foi "bem amada".
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