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Ferro Rodrigues responde a Cavaco: "Bom senso está ausente ao mais alto nível"

A comunicação social que temos:

por Vasco Lobo Xavier, em 08.11.14

Quando eu era garoto apanhavam-se na escola umas boas reguadas se não se soubesse colocar correctamente o sujeito numa frase.

 

Sobre as manifestações na Bélgica, tenho ouvido e lido na comunicação social que “a polícia envolveu-se em confrontos com os manifestantes”. Curiosamente, olhando atentamente para as imagens, era capaz de jurar que foram os manifestantes quem se envolveu em confrontos com os polícias.

 

 

Cecília Meirelles e Portugal

por Vasco M. Rosa, em 08.11.14

Publiquei hoje no «Observador» algo que me deixou contente — e representa uma chamada de atenção para o muito que há a fazer para conhecer o passado cultural entre Portugal e Brasil. E vamos ver se ou o que escrevem quem hoje alarda dessas relações, só porque elas começam e acabam nas suas próprias pessoas...

 

http://observador.pt/especiais/grande-cecilia/

O que de mais importante se retira da entrevista:

por Vasco Lobo Xavier, em 08.11.14

Quando o Presidente da República tem de vir a terreiro lembrar que as eleições para uma nova legislatura têm de ter lugar entre 14 de Setembro e 14 de Outubro, por causa da Constituição e da lei eleitoral, está a dizer que os jornalistas e comentadores são preguiçosos, não leram, não estudaram e não se preocupam.

 

Quando o Presidente da República se vê obrigado e sublinhar que a lei eleitoral foi proposta e aprovada pelo PS, com ajuda do Bloco e PCP (os mesmos que andam há três anos a ganir por eleições antecipadas) e votos contra do PSD e CDS, está a dizer que os jornalistas e comentadores são preguiçosos, não leram, não estudaram e não se preocupam.

 

Quando ainda por cima o Presidente da República tem de esclarecer que a situação do verão de 2013 era de grave crise e que a solução então sugerida tinha como objectivo resolvê-la e por acordo, está a dizer que os jornalistas e comentadores são preguiçosos, não leram, não estudaram e não se preocupam.

 

Face a coisas tão simples e óbvias, não sendo jornalista nem comentador enfio a carapuça. Gostava de ver quantos mais o fazem e principalmente quais os que irão assumir a desonestidade intelectual.

 

 

 

 

Ponto final

por João Távora, em 08.11.14

A lei portuguesa é muito clara. As eleições para início de uma nova legislatura têm que ocorrer entre 14 de Setembro e 14 de Outubro. A fixação desta data ocorreu na alteração à lei eleitoral que teve lugar em Junho de 1999. A proposta do artigo respectivo foi apresentada pelo Partido Socialista e votada favoravelmente pelo PS, PCP e Verdes e contra pelo PSD e CDS. O legislador quis deixar de forma muito clara que a data das eleições é entre meados de Setembro e de Outubro. O presidente da república tem de respeitar essa lei. (…) Se a Assembleia da República no ano de 2014 pensa diferente de 1999, então deve mudar a lei e o PR respeita essa decisão. Isto quer dizer que se a AR não mudar a lei que aprovou em 1999 *, se não ocorrer uma grave crise política que ponha em causa a governabilidade, então as próximas eleições legislativas terão lugar em 2015, entre 14 de Setembro e 14 de Outubro. (…) O artigo 133 da Constituição diz que o PR fixa a data das eleições em harmonia com a lei.   

* Lei aprovada durante o 1º governo de Guterres , negociada por António Costa à época ministro dos Assuntos Paramentares.

 

Cavaco Silva em entrevista ao Expresso 

Ordem dos Cata-ventos

por Luísa Correia, em 08.11.14

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A revista L'Histoire, no seu número especial dedicado a Napoleão, dá-nos conta de que, em 1815 - na sequência de 25 anos de mudanças políticas radicais, que incluíram, desde a anarquia revolucionária até ao despotismo imperial - o jornal satírico francês «Le nain jaune» anunciava o nascimento da grande «Ordem dos Cata-ventos», na qual tinham lugar, de direito próprio, todos os franceses invertebrados (e teriam, seguramente, alguns portugueses de então, como de agora). A Ordem integrava quatro categorias, acedendo-lhes os indivíduos com as características ou comportamentos seguintes:

 

1) Grande cata-vento para todos os ventos - exigiam-se apostasia, conduta oblíqua, astúcia e velhacaria, violação de juramentos, insolência e falsidade bem caracterizadas, palinódia permanente, traição, baixeza. No caso francês, exigia-se ainda uma opinião diferente em 1789, 1792, 1796, 1814 e 1815.

 

2) Cata-vento duplo - os prestativos das antecâmaras e os jornalistas (com raras e honrosas excepções) acediam automaticamente à categoria. Seguiam-se-lhes os lambe-botas, os poetas aduladores, os parasitas, os vis complacentes e, em geral, os típicos cortesãos e «[in]dignitários».

 

3) Cata-vento de primeira classe - exigiam-se, pelo menos, dez sermões de fidelidade a favor e contra as ideias liberais em dez períodos distintos; ou seja, uma versatilidade, uma inconstância e uma cupidez indefectíveis. A composição de um acróstico em honra dos inimigos do seu país caía como ouro sobre azul.

 

4) Cata-vento de segunda classe - cabiam nesta última categoria os ingénuos, os ociosos, os intriguistas, os políticos de café e, em suma, os imbecis de todas as cores e seitas. Exigiam-se, como únicas provas, muitos bravos, muitos vivas e outras mostras de grande entusiasmo e adesão ao primeiro aparecido.

 

É sempre interessante constatar como, para além dos desenvolvimentos científicos e tecnológicos, a nossa condição humana se tem mantido, nas suas linhas gerais, tão fiél a si própria.

A sabotagem do Citius

por João-Afonso Machado, em 07.11.14

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Esta história dos dois informáticos da PJ, em comissão de serviço no IGFEJ, agora constituidos arguidos por suspeita da prática do crime de sabotagem agravada na instalação da plataforma Citius, é muito estranha.

Por isso mesmo, será de prever mais um processo arquivado - quando a fúria dos "agentes" forenses acalmar e já nem sejam necessárias quaisquer explicações, as quais, a serem dadas, pela entidade denunciante, decerto constituiriam mais um elevado momento do humor político da República.

Não, admitamos que houve uma vontade (aliás, concretizada) de, por algum meio, impedir o funcionamento do sistema, assim lesando ou prejudicando todo o universo judicial português, e pondo de cabelos em pé os cidadãos e os advogados. Sobretudo...

Essa vontade, então, em primeiro plano, dirigir-se-ia ao acto de sabotagem em si mesmo considerado. Mas só? A sabotagem pela sabotagem? Tal qual uns miúdos que se entretêm a partir vidros à fisgada?

É um cenário perfeitamente inverosímil. A conduta dolosa da sabotagem, a ter ocorrido, terá sempre de implicar um segundo plano, o da intencionalidade final. Lucrativa? Política? Mercenária?

É bom não deixarmos o assunto morrer. Seja qual for o desfecho, alguém vai sair muito mal. E isso é bom.

Porque em certos casos de lepra, a reclusão na gafaria - o ostracismo -  é mesmo a única solução.

 

Costa propõe-se governar como Sócrates

por José Mendonça da Cruz, em 07.11.14

Em calhando governar, António Costa desejaria, como escreve na moção apresentada hoje ao XX Congresso socialista, novas regras que «permitam a não contabilização para as metas de défice anual de investimentos realizados com financiamento europeu ou considerados como objectivos prioritários para a consolidação das redes europeias nos domínios da energia, dos transportes e da economia digital». Ou seja, diz a notícia do Jornal de Negócios, para Costa os investimentos públicos não devem contribuir para aumentar o défice. Ou seja, é o regresso à despesa escondida debaixo do tapete e destinada a mais «renováveis», a mais tgvs e aeroportos, a mais Magalhães.

Para que fique claro, o socialista insiste que pretende recuperar a economia e promover o crescimento através de «um ambicioso programa de investimentos públicos». Ou seja, mais betão, mais auto-estradas e PPPs, mais «recuperação urbana», também chamada construção civil. É a reedição da política de «crechimento» que nunca fez crescer o país.

Quem acaso o elegesse não poderia admirar-se depois. Os socialistas não aprenderam nada e o homem avisou: foi um digno ministro de Sócrates e é a agenda de Sócrates que quer recuperar.

Revelações

por Maria Teixeira Alves, em 07.11.14

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 O Fim da Era Espírito Santo

Sabia que?

Foi Fernando Ulrich o primeiro a enviar para o Governador do Banco de Portugal e a fazer avisos ao Governo que o BES estava a ser alvo de elevados riscos, e que estavam a passar despercebidos. Fê-lo em 2012 com documentação. O enfoque era a exposição do capital do BES ao BES Angola. Mas também o Fundo Espírito Santo Liquidez que mais tarde é tratado na denúncia de Pedro Queiroz Pereira. O BPI tinha conhecimento do risco da ESI porque era sua cliente e avisou o Banco de Portugal que aquele fundo tinha dívida de empresas em carteira que não tinham rating, nem eram avaliadas por ninguém.

Sabia que foi Ricardo Salgado que pediu o rating de 2012 da ESI a Carlos Calvário da direcção de risco, directamente?

Sabia que Nuno Amado, do BCP, também alertou o Governador para o facto do fundo Espírito Santo Liquidez traduzir uma lógica de financiamento das holdings familiares?

Sabia que foi por José Maria Ricciardi ser administrador da EDP que nunca esta empresa investiu em papel comercial das holdings da família Espírito Santo?

Sabia que o Banco de Portugal impôs um aumento de capital no BES, de mil e quarenta e cinco milhões de euros, para capitalizar o banco porque nesta altura ainda não sabia da exposição indirecta do banco às holdings familiares?

Sabia que O Banco de Portugal, na reestruturação com vista ao ring fencing queria que a Rioforte ficasse directamente com o Banco (acabando com a ESFG) para ficar com acesso directo aos dividendos do banco para poder pagar a dívida? Solução que é sugerida por José Honório.

Sabia que Vítor Bento convidou Amílcar Morais Pires para administrador com o pelouro internacional porque Ricardo Salgado lhe pediu e recomendou, mas foi desconvidado depois porque Vítor Bento soube de novas circunstâncias pelo Banco de Portugal (que lhe ia retirar a idoneidade)?

Sabia que Ricardo Salgado se zangou com Joaquim Goes quando ele alerta para os riscos da exposição do Banco às holdings do Grupo?

Sabia que Vítor Bento ficou surpreendido quando ouviu Marques Mendes falar da solução do Banco de Portugal para o BES?

Sabia que Vítor Bento reuniu-se pela primeira vez, desde que era presidente do BES, com a Ministra das Finanças na Quinta-Feira antes da Resolução?

Sabia que a iniciativa de deixarem o Novo Banco não foi de Vítor Bento, mas sim de um dos outros dois?

Sabia que foi sob a ameaça de perda de idoneidade para ser administrador do BESI que Carlos Costa forçou à saída de Ricardo Salgado do BES?

Sabia que foi Pedro Passos Coelho que contactou António Horta Osório para pedir ajuda para o Novo Banco, e que foi daí que saiu o convite do Banco de Portugal a Eduardo Stock da Cunha?

Sabia que à última da hora Ricardo Salgado convenceu pessoas da família a investir em papel comercial das holdings?

Sabia que Kopelipa investiu 700 milhões no capital da ESI?

Sabia que a saída de dinheiro do BESA, pelas mãos de Álvaro Sobrinho, ocorre na mesma altura dos aumentos de capital das holdings familiares, em que eram convidados aliados e amigos de várias geografias? 

Sabia que em todas as geografias onde estava o Grupo BES e os bancos da ESFG havia aliados e parceiros que eram convidados a entrar nas holdings familiares (Control e ESI, e outras), ou a investir na dívida delas?

Sabia que o GES preparava-se para fazer uma emissão de nova dívida da Rioforte a 20 de Junho?

Sabia que Eduardo Stock da Cunha convidou para ficarem com ele no Novo Banco João Freixa e Jorge Martins e estes não aceitaram?

Sabia que o Hotel Palácio ofereceu a estadia a Ricardo Salgado?

Sabia que a casa da família de Ricardo Salgado, que era da mãe, pode estar já à venda?

Sabia que há pessoas da família que tentaram levantar o dinheiro antes do congelamento e ficaram com um processo no Ministério Público?

Fernando Ulrich na Quadratura a dar cartas

por Maria Teixeira Alves, em 07.11.14

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Fernando Ulrich podia ficar na Quadratura como residente. Foi verdadeiramente independente sobre o tema BES/Novo Banco. Sobre a venda do Novo Banco: «É preciso que seja feita a gestão até à venda com algum rigor. A qualidade dos activos vai ser avaliada pelos compradores. Os trabalhos em curso tem de evitar que na fase da venda sejam os potenciais compradores a identificarem insuficiências. Para que isso não aconteça é preciso que os trabalhos agora em curso, sejam feitos com todo o rigor». Sobre a medida de Resolução: «Só no momento da venda se avaliará a eficácia da medida de resolução. Um prejuízo pequeno ditará que esta seja uma história de sucesso. Quanto maior o prejuízo pior porque nesse cenário provoca risco sistémico».Depois sobre a Comissão de Inquérito, disse temer que acabe por ser um fogo de artificio de informações soltas, e explicou que «o Aumento de Capital em que os investidores perdem mil milhões em um mês e meio, dava um inquérito. Como é que o BES chegou a esta situação? que se divide em três grandes problemas: A Relação com do BES com as empresas da família? Dívida colocado nos clientes... Só isto dava um inquérito.Depois o crédito a Angola. Um banco português ter metade do seu capital aplicado num crédito a Angola é motivo para um inquérito. Depois há o resto da gestão do banco. E por fim há a questão de como é que este problema foi resolvido? Se quiserem o que aconteceu desde 4 de Agosto para cá é outro tema de inquérito.», Enumerou estes temas para apelar que este trabalho tem de ser bem feito.

José Pacheco Pereira levantou um tema interessante. A questão da litigância que ameaça a venda do Novo Banco. A litigância de clientes, da família (a notícia de que Ricardo Bastos Salgado e Rita Amaral Cabral e outros puseram uma queixa no Tribunal contra o Banco de Portugal por ter aplicado uma medida de resolução do BES, assim como outros como os clientes) é uma pedra no sapato da venda. Fernando Ulrich diz imediatamente «Nenhum comprador aceita ficar com o risco da litigância do Novo Banco. O risco pode ser tal…».

Toda o busílis da questão residirá nessa venda do Novo Banco. Se as perdas na venda forem baixas é uma história de sucesso, o contrário se as perdas forem muito altas, Fernando Ulrich lembra que a «dimensão do problema do Novo Banco, se for muito grande, os bancos poderão ter de litigar com o Estado». 

 

Mas também sobre o país Fernando Ulrich deu cartas: "Visto do meu posto de observação. Eu considero que o país está melhor do que há três anos. Há mais investimento. Não tanto como gostaríamos que houvesse e ainda não há tanta criação de emprego como o país precisa, mas tem vindo a baixar. Penso que o próximo Governo, seja ele quem for, os portugueses decidirão, vai ter mais margem de manobra que o actual, porque a situação financeira do país está melhor do que era, porque não temos cá a troika, não vejo as pessoas muito preocupadas com as eleições daqui a um ano, o que está implícito na cabeça das pessoas e dos investidores, é que o rumo central não pode ser muito diferente, mas as enfâses, e os sublinhados podem ser diferentes, e portanto mesmo que haja uma nova maioria e um novo primeiro ministro, os investidores pensam que não pode haver mudanças muito radicais, porque o país continua a ter divida, ter que se financiar, tem regras europeias. Há muitas limitações e condições... [interrupções] os investidores acreditam numa estabilidade da linha essencial mesmo sem acordos de regimes, uns podem ir para o aumento do IVA, outros no IRS, uns poderão preferir ir para a TSU outros para o IRC"

Ainda se ouviu o Pacheco Pereira a dizer "António Costa está tramado". 

P.S. No rescaldo do programa imediatamente surgiu uma notícia que adultera o pensamento de Fernando Ulrich quando diz, com alguma ironia, que a solução melhor para os bancos seria a que o PCP defende que é a da Nacionalização do BES. Evidentemente que Fernando Ulrich estava a dizer que a solução que agora a esquerda defende, como critica ao Governo, é aquela que melhor protege os bancos e a que mais penaliza os contribuintes, mas não foi entendido e rapidamente o puseram como defensor das nacionalizações, e até lhe chamam costela de esquerda. Ora Fernando Ulrich não tem nenhuma costela de esquerda.

Politicamente Fernando Ulrich defende obviamente a Resolução, dado o momento em que essa solução se impôs. Era uma crítica à solução defendida pela oposição.

A comunicação social que temos...

por Vasco Lobo Xavier, em 06.11.14

O PCP defende que, em 2016, o salário mínimo deve ser de 600 euros e a comunicação social faz eco acrítico disso, como se fosse possível. O líder da CGTP diz que recusa a desculpa de que não há dinheiro e ninguém o interpela para saber onde ele o vai buscar. O Bloco apregoa que a austeridade não funciona como elemento de consolidação das contas públicas e não há um microfone que o interrogue como é que o desbaratar de dinheiro que não existe fará a consolidação das contas públicas. Freitas, Félix, Carvalho da Silva, Louçã e outros, sempre contra qualquer corte da despesa pública, contra aumento de impostos, e críticos de cada vez que o Estado se arrisca a não cumprir o défice ou as previsões, exigem agora que o Estado gaste uma catrefada de centenas de milhões de euros dos contribuintes na PT, coisa que os media divulgam aplaudindo. O desemprego desce e a TVI vai para a porta dos centros de emprego interrogar as pessoas desempregadas. PCP e Bloco desmentem o INE em todos os noticiários e ninguém se lembra de lhes perguntar em que estudos, análises ou estatísticas foram eles basear-se para tais afirmações.

A Troika, com o FMI à cabeça, passou a ter razão plena a partir do momento em que criticou o Governo, e com o aplauso entusiástico de toda a oposição, não obstante as críticas se centrarem no aumento do salário mínimo aprovado pelo Governo e na diminuição de austeridade. O INE só é uma entidade boa, séria e credível quando o desemprego sobe. Acaso desça o desemprego, o INE passa a ser o pior dos malfeitores. Ler os jornais ou ouvir noticiários passou a ser um enjoo. E ninguém se indigna.

 

A única coisa que este país merece, mesmo, é a comunicação social que tem.

 

Tem tudo a ver

por João Távora, em 06.11.14

A propósito da novela da PT lembrei-me que o Sporting ontem começou o jogo com 8 jogadores portugueses 8 e espetou 4 batatas aos alemães. Ou o que dizer do Mónaco que tinha mais jogadores lusos em campo no estádio da Luz que o Benfica? O mundo está perdido. 

 

A resposta portuguesa à Srª Merkel

por Vasco Mina, em 06.11.14

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Marta é mãe, portuguesa e a melhor aluna de MBA do mundo

 

Mais do que estatísticas ou rácios são sempre as pessoas que marcam a diferença. O exemplo de Marta Cunha vale por si bastando para tal ler a notícia que se encontra no link acima. Tudo o resto é conversa política para entreter audiências mesmo que tal tenha origem na chanceler alemã. Parabéns à Marta Cunha!

O poder e o risco

por Luísa Correia, em 06.11.14

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A propósito dos enormes riscos que são inerentes à condição de «poderoso», não resisto a transcrever esse excerto da carta que Madame de Noisseville, emigrada na Rússia nos princípios do séc. XIX, enviou ao Conde O'Donnell, camareiro do Imperador da Áustria, aquando da cerimónia de coroação de Alexandre I (excerto reproduzido na biografia deste Czar «que venceu Napoleão», escrita por Marie-Pierre Rey):

 

«Vi o jovem príncipe encaminhar-se para a catedral precedido dos assassinos do seu avô [Pedro III], rodeado dos assassinos do seu pai [Paulo I] e, ao que tudo leva a crer, seguido dos seus».

Tejo

por Luísa Correia, em 06.11.14

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Uma cidade sem água de rio, de lago ou de mar, tem de ser uma cidade incompleta. Os seus habitantes conhecem o significado da palavra infinitude, mas não podem senti-lo.

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Na minha aldeia

por João Távora, em 06.11.14

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 Não sei se é por ter crescido lá, mas sempre que revisito Campo d' Ourique, mesmo não sendo um bairro antigo, sinto que como mais em nenhum outro sítio de Lisboa ali as pessoas são mesmo antigas. Pelo menos tanto quanto as minhas recordações. Quando passo em Campo d’ Ourique ando mais devagar e com os sentidos mais atentos. Atrevo-me a pensar que distingo os residentes dos forasteiros: a mãe que regressa a casa com os filhos da escola, o professor reformado na esplanada do café, as amigas quarentonas a tomar um chá, a senhora velhota que agora usa bengala. Aquele bairro de vida densa, cheiro próprio e sonoridades urbanas é a minha aldeia: as suas gentes são-me familiares. 

Tão-badalão

por José Mendonça da Cruz, em 05.11.14

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O FMI e a Comissão Europeia dizem que o governo não está a ser tão austero como devia e que o défice em 2015 não ficará nos 2,7% previstos pelo governo. Visto isto, o PS veio muito contente dizer, pela boca de João Galamba, que pois, a gente bem dizia, este orçamento não presta.

E eu agora fiquei sem perceber nada. O PS que acusava o governo de ir além da troika, acusa agora o governo de ficar aquém da mesma? Ou o que o PS dizia antes não era para levar a sério? Ou não é para levar a sério o que o PS diz agora? Ou foi só o Galamba a dizer coisas que não devem ser levadas a sério, como de costume?

Terá sido uma decisão correta?

por Vasco Mina, em 05.11.14

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Durão Barroso (DB) foi esta semana condecorado pelo Presidente da República e com uma das mais distintas ordens honoríficas – O Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique. De acordo com esta notícia, Cavaco Silva dirigiu palavras de muito apreço ao homenageado pelo desempenho que teve ao longo dos últimos dez anos como Presidente da Comissão Europeia. Este respondeu, comovidamente, destacando os vários desafios que teve pela frente e os sucessos que obteve muitas vezes contra marés e ventos tempestuosos. Sem qualquer dúvida, a UE enfrentou, neste período, uma das suas maiores crises e o contributo de DB foi fundamental para assegurar a tão necessária coesão e estabilidade comunitárias. Mais, cumpriu dois mandatos até ao fim (julgo que apenas Delors o conseguiu) e assegurou a transição de uma Europa a 15 para uma União a 28 países. Também no que a Portugal e aos seus destinos respeita, estou em crer (até pelos públicos reconhecimentos de Sócrates e Passos Coelho) que tudo, ou quase, terá feito para ajudar a resolver os graves problemas com que nos defrontámos (e continuamos a debater). Ou seja, este reconhecimento nacional, através da condecoração agora atribuída, é inteiramente justificado. As condecorações servem para homenagear o trabalho feito e não opções políticas. Durão Barroso ficará para a História como um dos mais prestigiados políticos nacionais e internacionais do início do sec. XX

No entanto, ao fazer um balanço do cargo que agora findou, considerou que “o abandono do Governo em 2004 foi uma decisão correta”. Ora esta auto avaliação assentou, exclusivamente, na perspetiva do seu desempenho na UE e, em nada, considerou as consequências da sua opção no que se refere à governação do País. Recordo que tinha sido eleito em Março de 2002 e formado governo de coligação com o PP e que quando se demitiu, em Junho de 2004, do cargo de PM, tinha pouco mais de dois anos de exercício nesta função. Pelo meio tinha deixado várias críticas à governação de Guterres e ao elevado despesismo do Estado que se confrontava já com uma crescente e preocupante subida da dívida pública. Mais, numa afirmação que ficou para a história das frases políticas e que gerou grande polémica, disse que Portugal estava de “tanga”. Para tratar deste grave problema na santa terrinha deixou cá o seu “amigo” de sempre e então segundo na hierarquia do PSD – Pedro Santana Lopes. Este, que sempre tinha sido um acérrimo defensor das eleições diretas no PSD, aceitou ser PM sem qualquer sufrágio partidário e muito menos nacional. Tudo à conta de um Conselho Nacional que, como sempre, se mostrou servil ao líder que está no Poder (aqui uma exceção honrosa para Manuela Ferreira Leite e Luis Marques Mendes que se opuseram à saída de Durão Barroso). DB interrompe mandato como PM e Santana Lopes interrompe mandato como Presidente da CML. Para quem tinha defendido, como estes dois, a democracia parlamentar com base no sufrágio direto e universal, foi um excelente testemunho do pior que a política pode oferecer! Despois forçaram Jorge Sampaio a aceitar uma solução que, desde logo se percebeu, mereceu a sua crítica. Ficou claro, desse o primeiro momento, que o PR não iria facilitar o novo Governo. Assim foi e há que dizer que as várias gaffes (diga-se assim) do PM e de alguns dos seus governantes deram um sério contributo para que Sampaio (embora com legitimidade política formal pouco ou nada sustentada pois o Governo dispunha de maioria na AR) “despachasse” Santana Lopes. Depois e até à eleição de Sócrates (com maioria absoluta, recorde-se) foi um “salto”. Menos de um ano após a partida de DB para a Comissão Europeia, os portugueses elegeram Sócrates e os feitos dos seus governos são de todos conhecidos e sofridos por todos. As árvores conhecem-se pelos seus frutos e, nesta perspetiva, a decisão de Barroso (abandonar o Governo de Portugal) foi não uma má mas sim uma péssima decisão. DB conseguiu o feito de “entregar” a governação do país a José Sócrates e aos socialistas. Algo que os portugueses da área não socialista jamais irão esquecer! Por outro, não se interrompe um mandato a meio (atente-se ao exemplo de Jean-ClaudeJuncker) pois tal significa quebrar um compromisso com os eleitores. Estes votaram num PM e não no futuro presidente da Comissão Europeia. Mais ainda quando um país “está de tanga”. É que nestas circunstâncias o abandono tem outro significado – Fuga!                                                                                                                                                          

À João Semana

por João-Afonso Machado, em 05.11.14

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Avelino Moreira Padrão é um nome ainda agora sonoro na sua terra - Santiago de Bougado, do concelho da Trofa, na quase extremidade sul da provincia minhota. Filho de lavradores de longa tradição, deixou as várzeas entregues aos cuidados dos irmãos e cursou Medicina.

Voltaria, com a prosaica ambição de ser médico entre os seus e para os seus. A gente de Bougado. Em 1916, dois anos volvidos sobre o tenebroso episódio dos exames finais, em tempo de cárcere politico, um policia de cada lado enquanto decorriam as provas. Comunista? Não - monárquico. Mártir? Não - português, apenas.

Em respeito das suas convicções e em protesto pela bandalheira instalada - a bandalheira republicana - para a história ficaram as longas, hirsutas, barbas, com promessa testemunhada de que só as cortaria após a Restauração. Promessa cumprida, refira-se, até ao dia da sua saída do Tempo...

Era o Dr. de Bairros, o lugar onde vira a luz do dia. Uma alma boa, invariavelmente dizendo - Não é nada! - quando, fossem que horas fossem, o chamavam a acudir algum enfermo. Nem a Câmara de Santo Tirso dispensou os seus préstimos, pese embora a cor da bandeira a que nunca renunciou. E sempre prescindiu honrarias, ocupado que andava com a saúde dos seus conterrâneos.

Os anais locais fizeram-lhe justiça toponímica. Ao menos isso. O Dr. de Bairros talvez nem tenha de que se queixar. Mais - só se fosse da oposição esquerdista, picasse a barriga da burra grevista e se fizesse paladino de algo modernaço. Porque a modernidade, definitivamente, ninguém parece saber o que é nem de onde vem.

 

 

«As razões do descalabro e desmembramento da PT, no contexto da sociedade e da economia portuguesa, advêm, ao longo deste século, de graves erros de gestão por parte do Estado, distorções do mercado, falta de visão estratégica nacional em favor do benefício de interesses de grupo, e diluição ética de diferentes níveis de decisão, tudo procedimentos de que os signatários do "Apelo para resgatar a PT" foram actores, cúmplices e instigadores. Importa, por isso, aprofundar as ilações a extrair desta situação.»

 

«Mas, olhando para o próximo passado, a gravidade da situação da PT é incompatível com silêncios, omissões ou acomodações. Esteve em causa o interesse nacional na sua mais genuína interpretação. Esteve em causa a prossecução do bem comum e a defesa estratégica da soberania nacional. Por isso, quando se exigia das autoridades políticas e públicas uma actuação intensamente séria e moderna, tivemos, em vez disso, intromissões danosas apoiadas na existência jurídica de uma “golden share” e em manobras abusivas diversas. O assunto deixou de ser empresarial, e assumiu contornos políticos obscuros que traduziram uma atitude de desprezo pelo primado do interesse e da responsabilidade públicas em nome de vantagens partidárias e pessoais.»

 

«Este problema não pode, agora, ser nem exclusiva nem marginalmente deixado à lógica estrita dos interesses particularistas, retrógrados e prejudiciais ao povo que os signatários do "Apelo ao resgate da PT"  tão bem e tão insistentemente corporizam. Não pode ser tratado como se tratasse de um assunto de quase rotina sujeito à lei mecânica da indiferença e da passividade. Exige apuramento profundo e integral de responsabilidades passadas, e a recusa do pensamento dos signatários do "Apelo ao resgate da PT" e das intervenções que propõem, como salvaguarda de aspectos inalienáveis da liberdade e do bom governo.»

 

«Portugal não pode ficar desarmado perante quem julga ter um lugar perene à mesa do orçamento ou perante agentes arcaicos que, perante a ruína provocada por aquilo mesmo que defenderam, propõem como resposta mais do seu mesmo. Os órgãos de soberania devem proteger os contribuintes e o povo em geral de apetites insaciáveis e parasitários, optando antes pela a prossecução do bem comum que é pertença da Nação.»



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