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Coisas verdadeiramente importantes da carta do BES aos colaboradores:
Mensagem do Presidente da Comissão Executiva aos Colaboradores do Grupo BES
(blá, blá, blá)
o Grupo tem um perfil elevado em termos de visibilidade e atenção. É alvo de uma permanente e impar curiosidade. Tudo o que tem dircta e indirectamente a ver com a marca Espírito Santo é sujeito a uma, muitas vezes desproporcionada, atenção por parte da comunicação social. A essa atenção também não é alheia a vontade de alguns de promover fugas de informações incendiárias para a comunicação social com o objectivo único de boicotar as soluções que estão a ser desenhadas.
Este fim de semana foi publicada uma informação relativa à possibilidade de extinção da BESPAR o que se traduziria em que tanto o GES como o Crédit Agricole passariam a ter participações directas no capital do BES.
(...)
A acontecer, será, portanto, uma evolução positiva e corresponde às recomendações da regulação. No entanto, a decisão de extinguir a BESPAR é uma decisão exclusiva dos accionistas e a ocorrer terá de ser devidamente comunicada ao mercado. Independentemente do que alguns dos nossos detratores possam dizer, o BES está bem e recomenda-se.
(...)
Somos o banco privado com maior envolvimento no financiamento à actividade empresarial e ao comércio externo. Essas serão apostas que nos farão crescer mais rapidamente que os nossos concorrentes.
Uma última palavra em relação ao Grupo Espírito Santo (GES). Dada a proximidade entre as designações - Grupo Espírito Santo e Banco Espírito Santo - há tendência para confundir uma com a outra. Mas sabemos todos que são dimensões empresariais diferentes. Jurídica e formalmente diferentes.
O GES está colocado perante a necessidade de fazer uma profunda reorganização e algumas mudanças estruturais. O modelo de organização em que o GES assentou tinha a sua razão de ser num processo histórico de todos conhecido e que começou há mais de 145 anos e que teve um momento fracturante em 1975 com as nacionalizações. Mas esse modelo está ultrapassado e o GES prepara-se para um novo horizonte de desenvolvimento. Entretanto, terá de fazer uma reestruturação que não será isenta de dor e que passa por dimensões de deleverage, de redução do perímetro de actuação em termos de sectores de actividade e de recapitalização. Este trabalho está a ser feito e haverá no curto prazo mais novidades sobre o GES. Não vos escondo que, entretanto, haverá desafios muito exigentes para ultrapassar. O GES está a preparar-se para todos eles e enfrentá-los-á de frente, sempre defendendo os interesses dos colaboradores e dos investidores, como é apanágio do Grupo.
Algumas das notícias publicadas podem gerar dúvidas e perguntas. Gostava desde já de vos deixar um repto: enviem-me por email as vossas questões. Se há algum tipo de questão que entendam por oportuno colocar, enviem-me sem qualquer constrangimento ou reserva. Eu tentarei responder a todas com o maior grau de informação possível. A explicitação das vossas dúvidas agora contribuirá para construir o nosso futuro mais próximo tal como construímos o passado recente: coesos e firmes!
Ricardo Espírito Santo Salgado
Presidente da Comissão Executiva
31 de Março de 2014
Mistérios por descodificar:
Mistério número 1: porque razão a carta é dirigida aos colaboradores do Grupo BES e os colaboradores do BESI não a receberam?
P.S. O BESI é uma espécie de Crimeia do Grupo...
Mistério número 2: O que quer Ricardo Salgado dizer com "a vontade de alguns de promover fugas de informações incendiárias para a comunicação social com o objectivo único de boicotar as soluções que estão a ser desenhadas". Está a falar de pessoas do Grupo BES? Do Grupo BES, com ou sem o BESI?
Essas pessoas querem boicotar solução que estão a ser desenhadas para quê? As soluções que estão a ser desenhadas prejudicam quem?
Mistério número 3: "Independentemente do que alguns dos nossos detratores possam dizer, o BES está bem e recomenda-se". A quem se referirá? Aos jornalistas? Ou a quem faz as alegadas fugas de informação?
Mistério número 4: "Algumas das notícias publicadas podem gerar dúvidas e perguntas. Gostava desde já de vos deixar um repto: enviem-me por email as vossas questões. Se há algum tipo de questão que entendam por oportuno colocar, enviem-me sem qualquer constrangimento ou reserva. Eu tentarei responder a todas com o maior grau de informação possível". Porque razão Ricardo Salgado opta por esta "presidência aberta"? Qual será a resposta a este repto? Milhares de mensagens? Ou nenhuma, tal o medo?
Mas pode ser que nas respostas pessoais por mail, algumas das charadas da carta sejam desvendadas.
P.S. O BES esclareceu que a carta não foi enviada, ao contrário do que sugerem as notícias publicadas, mas sim publicada na intranet do Grupo e como tal qualquer pessoa podia ter acesso.
Apanhaste o sinal no ar. E logo estacaste, aspirando-o, em busca de uma orientação que o vento te dará. Concentrado, o olhar semicerrado como se, entre muitas, fosses escolher apenas uma nota musical. A partir de agora reinará o vagar, um andar quase de estátua, até ao recorte belíssimo do mármore dos antigos, atitude própria dos deuses olimpicos.
Nesse momento despertará um voo, o estampido da arma e a recolha da ave caída a depositar nas mãos do teu parceiro de caça. Tudo se resumindo, afinal, em mais um hino à perfeição.
Ao longo do ano o campo e o monte conhecerão as mais díspares colorações. Esse é o mundo imenso onde aprenderás cada dia o diálogo com quem te criou e guiou o teu instinto. A Natureza viverá em ambos, e ambos saborearão a Natureza assim tão próxima, contrariamente aos que a supõem distante, inacessivel, moribunda.
Apreciei conhecer-te. Bem mereces o orgulho dos que te rodeiam. A meu lado (embora por acaso não aí), um sorriso feminino e enternecido repete as minhas palavras. És um rapaz cheio de sorte!
Já nos apercebemos que nas próximas semanas o País está condenado a massivas doses de propaganda "educativa" a propósito dos quarenta anos do golpe militar do 25 de Abril. Por exemplo, esta manhã ao pequeno-almoço, o programa “Sons de Abril” com a insuspeita Helena Matos na Antena 1 deixou-me algo inquieto: nele se elogiavam as virtualidades da rádio como meio de comunicação em contextos de clandestinidade - pudemos escutar a transmissão de Argel de um apelo de Manuel Alegre à insurreição em 1968, ou conhecer a Rádio Portugal Livre do Partido Comunista Português que, imagine-se, era difundido a partir de Bucareste, esse paraíso de liberdade, desenvolvimento e abundância de Ceausescu.
Como incondicional amante de liberdade e compenetrado democrata, dou todos os dias graças a Deus por viver numa democracia liberal e representativa, que não tenho como dado adquirido, facto que não impede que a efeméride me provoque sentimentos contraditórios de adesão ou sobressalto e até, mediante determinados estímulos (como algumas canções de intervenção) repulsa. Como poderia nessa época a minha família, que transportava na genética mais de duzentos anos de atribulações revolucionárias trágicas para o País persistentemente miserável, olhar sem reservas aos tempos instáveis que se seguiram à queda do Estado Novo? Nesses tempos, em que se tornou proibido ter uma vida anterior à revolução que não fosse clandestina ou de explorado, testemunhei demasiados arbitrariedades e agressões por parte daqueles que, em nome da sua quimera tudo fizeram para cingir a liberdade a uma matriz ideológica. São os mesmos que hoje, de fato e gravata, se apropriaram da simbologia (e não só) da efeméride, incutindo-lhe um estranho cunho religioso a que pretendem ajoelhar toda uma população acrítica.
É evidente que urge que a historiografia da Revolução dos Cravos desça da academia para as bocas do mundo, com serenidade, sem complexos nem enganos que a ninguém servem. Urge também questionar o empenho devotado pelas oligarquias partidárias na sacralização duma narrativa do 25 de Abril a preto e branco. Talvez quando o acontecimento fizer meio século e se tornar absurdo continuar atribuir a Salazar a responsabilidade por todas as nossas incapacidades e falhanços - até agora tem dado muito jeito.
Foto: Expresso
O meu miúdo pequeno ficou algo confuso desde que há dias levou uma ensaboadela na aula sobre a chegada primavera, que coincidiu com a chegada da chuva que lá na escola obriga as criancinhas a ficarem fechadas num barracão ensurdecedor durante o recreio. Hoje pela manhã, quando pela mão o levava debaixo dum temporal, em vão tentei consolá-lo mostrando-lhe uns tímidos rebentos de folhagem verde no topo das árvores. Não os vê ainda mas acho que acreditou em mim.
Vem no jornal de hoje e faz confusão. A Câmara Municipal de Amarante paga 12 500€ por um bom livro de poesia publicado em 2013, em louvor do nome do poeta Pascoaes, ícone da cidade. O júri (talvez pago) é duma instituição dinossáurica, a Associação Portuguesa de escritores, um anacronismo criado no tempo antigo para reagir à ditadura mas que desde o berço se sujeitou a uma estreita tutela política, para não dizer finalmente partidária.
Não se nega méritos à Câmara Municipal de Amarante no elogio e respeito ao nome do poeta, tanto mais que recentemente adquiriu o seu espólio, garantindo desse modo, institucionalmente, a sua boa conservação.
Pascoaes é uma das figuras mais fascinantes e heterodoxas da cultura portuguesa do século XX, e precisamente por isso acredito que todas as verbas disponíveis neste período de mínguas envolvendo o seu nome deveriam ser doadas ao estudo, divulgação online e publicação impressa da sua obra, incluindo a sua publicação no Brasil ou tradução em línguas europeias, o que está bem longe de acontecer.
A sua correspondência com Raul Brandão, por exemplo, está esgotadíssima há décadas, e precisaria duma nova edição revista e aumentada com o fruto da pesquisa mais actualizada.
Há ainda esse resquício dos pequenos prémios literários que nada acrescentam e afinal desviam o que deveria ser aplicado no essencial.
Guimarães e Amarante podem tornar-se pólos de arqueologia e história literárias, mas isso depende da capacidade política de decidir com fasquia alta.
Premiar uma banalidade do momento e dar força a uma instituição caduca é o caminho inverso.
Ouvir o treinador do Porto na TV dizer que a sua equipe se sente prejudicada pela arbitragem é um curioso sinal dos tempos.
Mais considerações aqui
Não tenho nenhuma intenção de me candidatar à Presidência da República. Mas… “uma ideia é o próximo Presidente da República ser apoiado pelas principais forças políticas. Porque não? Nunca se fez isso. Acho que tem sentido”.
Em parte, a culpa foi da mudança da hora. Mas o culpado maior foi o jantar de ontem, essa proeza madrugada fora conseguida de escabeche de sável e de perna de porco molhados por quantos molhos e experiências etílicas a imaginação alcançou. A que tudo acresceu o queijo. Ouvira-se já o cornetim da alvorada quando as tropas recolheram à caserna.
E o resultado foi esse. Uma grade e dois pescadores, apenas, dormindo na borda do rio. Isto por volta do meio-dia.
Não, essa história da truta trazida quase ao alcance da mão não convence. A do veado em fuga das serranias galegas, atravessando as águas um pouco a montante, juro ser verdadeira, pena foi a máquina fotografica não estar a postos.
Deixa lá. O especialista da pluma também vinha a seco e aqueloutro, de suspeitissima expressão, valeu-lhe a caixinha das minhocas...
E depois, ao meio-dia... provavelmente as trutas tinham ido à missa. Sim, deve ter sido isso mesmo. Está tudo explicado.
Acho perfeitamente natural que ninguém ache a mais pequena piada ao arroz de pato mas apenas porque não tem a mínima piada um pato cozido com arroz branco e umas fatias de bacon por cima para derreterem uns míseros líquidos de gordura sobre aquele nada no forno. Assim é repelente e convida-nos a fugir da festa e refugiarmo-nos na marisqueira mais próxima abusando de todos os limites de velocidade impostos pelo poiticamente correcto.
O pato é para se tratar com respeito e deixo hoje de lado o seu fígado, que merece observação mais prolongada. Se a malta do talho não lhe pela a ave, coisa que sei ser difícil, deve abandonar de vez o estabelecimento e então dar uma cozedura ligeira ao bicho para a poder tirar com relativa facilidade. Depois estufe o pato. Sim, a cozedura não serve para nada; estufe-o, com tudo aquilo a que ele tem direito: boa cebola, azeite, alho francês, vinho branco, etc, etc. Depois esfiape aquilo. E depois volte a estufar o esfiapado no molho rico para se enriquecer como um bom banqueiro nos seus belos tempos. Dá trabalho? Demora? Esqueça então a minha receita do arroz de tomate, que leva um dia.
Falando em arroz, ele deve ter um refogado à parte e bem forte para ficar escurinho. Talvez até com um meio copo de vinho tinto. Simplificando as coisas, a calda do arroz deveria ser feita com um pernil (pode ser fumado) cozido umas meras cinco horas em abundante água e desfiado fininho, podendo integrar o prato final. Mas isto são sugestões, não obrigo ninguém. O bacon e a linguíça também devem ser fritos à parte, recolhendo-se com carinho a banha que geram para a aspergir no final sobre o resultado. Entretanto, deve estar o prato de forno já quente, onde depois se misturará tudo até à hora de levar à mesa. Se assim for, acrescido de alguns segredos que agora não me apetece revelar, não me venham dizer que arroz de pato não presta.
Evangelho segundo São João
Naquele tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nascença. Cuspiu em terra, fez com a saliva um pouco de lodo e ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Vai lavar-te à piscina de Siloé»; Siloé quer dizer «Enviado». Ele foi, lavou-se e começou a ver. Entretanto, perguntavam os vizinhos e os que o viam a mendigar: «Não é este o que costumava estar sentado a pedir esmola?». Uns diziam: «É ele». Outros afirmavam: «Não é. É parecido com ele». Mas ele próprio dizia: «Sou eu». Levaram aos fariseus o que tinha sido cego. Era sábado esse dia em que Jesus fizera lodo e lhe tinha aberto os olhos. Por isso, os fariseus perguntaram ao homem como tinha recuperado a vista. Ele declarou-lhes: «Jesus pôs-me lodo nos olhos; depois fui lavar-me e agora vejo». Diziam alguns dos fariseus: «Esse homem não vem de Deus, porque não guarda o sábado». Outros observavam: «Como pode um pecador fazer tais milagres?». E havia desacordo entre eles. Perguntaram então novamente ao cego: «Tu que dizes d’Aquele que te deu a vista?». O homem respondeu: «É um profeta». Replicaram-lhe então eles: «Tu nasceste inteiramente em pecado e pretendes ensinar-nos?». E expulsaram-no. Jesus soube que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: «Tu acreditas no Filho do homem?». Ele respondeu-Lhe: «Quem é, Senhor, para que eu acredite n'Ele?». Disse-lhe Jesus: «Já O viste: é quem está a falar contigo». O homem prostrou-se diante de Jesus e exclamou: «Eu creio, Senhor».
Da Bíblia Sagrada
Revista familiar que lia desde pequenino mas olho agora apenas para o sentido auditivo. Da primeira vez que a ouvi foi há uns anos já largos, num cd feito pelo próprio em ambiente doméstico, juntamente com outra dezena de ensaios, e gastei o cd no carro até à exaustão. Achei deliciosa a letra e a música. Acho que os miúdos me roubaram os restos do disco mas prefiro não investigar a fundo, não o vão ter oferecido mesmo estragado a uma antiga namorada. É que tinha lá outras músicas que bem merecem divulgação e ele ainda não se decidiu. Depois o Miguel ofereceu-a a António Zambujo, que tão bem a trabalhou, destacando eu esta versão, excelente, que não me canso de ouvir.
Julgo que já se terá percebido algum fascínio que o Miguel me merece, mas perceber-se-ia que mereceria outra coisa quem pôs os rapazes de hoje a pensar que Reader’s Digest e Fizz Limão são apenas nomes de excelentes músicas e não de uma revista americana ou de um gelado da Olá?
Miguel Esteves Cardoso — que eu muito amo e admiro — cedeu hoje a fazer lobbing na sua crónica do Público pela Porto Editora, que o publica, pressionando directamente o SEC Jorge Barreto Xavier a conceder 225 000 € para a feira do livro na Invicta.
Uma feira do livro é o maior negócio possível para os editores: vendem sem comissões de livreiros (35 ou mais %) nem (a 90% dos casos) recibo, pelo que recebem o IVA dos livros sem pagá-lo. É por isso um banquete para os grandes grupos editoriais concentrados e concentracionários (isto fica para depois mas é claro de ver!), que pela penúria do mercado parecem aflitos por ocasiões desse tipo, ainda por cima subsidiadas até ao tutano e além desse, como se a verdadeira vida livreira duma cidade se sustentasse durante um ano através desse balão (ou botija) de oxigénio que são duas ou três semanas de mercado ao ar livre, sem maiores despesas.
O que uma cidade precisa é de livrarias e de bibliotecas!!!!
Se a CMP e a SEC querem ajudar o Porto a ler mais, concedam facilidades fiscais a pequenos livreiros que queiram recuperar velhas e lindas lojas abandonadas, que a cidade do Poto providencialmente ainda tem. Além disso, com muito menos que 300 000 euros — ah, muito muito menos —, compravam excelentes livros, nacionais e estrangeiros (brasileiros, por exemplo, e por uma vez, sem exemplo...), coisa que todos sabemos não acontece de todo, ou acontece a patamares ou prateleiras mínimas.
O livro é um negócio. É risco, é indústria, e o MEC sabe como ninguém que não é a quantidade de livros que importa, antes a qualidade. Então, queridíssimo Miguel, o que deverias proclamar é a compra de livros muito muito bons para as bibliotecas do Grande Porto, e que os grandes grupos editoriais, um dos quais comprou a Assírio e Alvim para a espezinhar na sua exibição na feira do livro de Lisboa (sei que não viste esse ultraje!), se façam à vida com os meios que têm, os quais, sejamos sinceros, resultam no igualmente escandaloso monopólio diacrónico dos livros escolares.
E uma pequena nota para protestar contra o que MEC chama «nacionalidade literária» — supondo que as editoras portuguesas valorizam clássicos nacionais. Meia dúzia de linhas e uma dúzia de nomes bastariam para exibir o flagelo e a indiferença que elas concedem aos grandes escritores portugueses.
Miguel, os teus «bons e informados amigos» não te deveriam enganar.
O grande abraço, de sempre,
Vasco
Nem mesmo se a discussão fosse ideológica a desculpa seria maior. Assentemos as ideias: o "Estado Social" surgiu, conceptualmente, com Marcelo Caetano, em finais da II República. Não é, por isso, uma invenção socialista. Nem interessa saber quando, o facto é que, no correr dos tempos, o aparelho estatal foi crescendo desmensuradamente, ao ponto de se tornar incapaz de se alimentar a si próprio. Tal a voracidade com que chamava a si vorazes comedores descuidados de outra forma de sustento.
A breve trecho, passaram os cidadãos a dar de comer ao Estado, em vez de este a providenciar o bem-estar daqueles. Como? Obviamente através da carga fiscal.
Entre a demagogia eleitoralista e a despesa pública (do dito Estado) gerou-se o famigerado deficit.
Torneando a questão, a Oposição criou um discurso novo - o do ataque ao neo-liberalismo. Na realidade, um meio de captar simpatias entre um povo inteiro que havia de - pela dita via dos impostos - aguentar o equilibrio das contas até o mencionado desmando se esbater.
Nesta ordem de ideias, a opção pela chamado desenvolvimento económico é puro sofisma. Um país não cresce em produtividade de um mês para o outro, mas todos os meses os funcionários públicos aguardam o seu vencimento, o seu ganha-pão. Ninguém tem razão, todos têm razão...
Assim o problema subsiste. Na formulação da Esquerda, o Estado Social existe por causa de e para os cidadãos. Como não há como o manter, taxam-se os contribuintes especialmente para esse efeito. Contas feitas: nós pagamos o Estado Social para que este nos custeie. Se calhar haveria meios de obter, menos complicadamante, o mesmo resultado final.
E, entretanto, entre greves e outras formas de protesto, a economia nacional não descola...
Fiquei sempre a "encucar" na questão da criação de um novo banco para financiar a economia. Todos os leigos perguntam porque não usar a CGD?
Mas finalmente soube a resposta.
Para este papel de Banco de Desenvolvimento tem de ser um banco grossista e a Caixa não o é. A CGD está em concorrência comercial directa com os outros bancos, e por isso seria altamente irregular que a CGD recebesse os projectos de bancos concorrentes e os escolhesse para canalizar o dinheiro que será depois distribuído aos projectos empresariais. Isto é, quem vai ao Banco de Desenvolvimento negociar o dinheiro para os projectos de investimentos são os bancos comerciais que depois os entregam aos seus clientes empresas. Se fosse a CGD a fazer isso haveria um risco de incompatibilidade, uma vez que se poderia pôr em causa a independência da escolha da CGD.
O que ganham os empresários (empresas) com este financiamento dado pelo Banco de Desenvolvimento? O Banco de Desenvolvimento vai buscar fundos ao BEI e ao KFW a taxas mais baixas, logo pode financiar as empresas a taxas mais baixas do que a banca comercial, e a longo prazo, que hoje praticamente desapareceu do crédito a empresas.
O Banco de Desenvolvimento é um banco, está neste momento em curso o processo de pedido de uma licença bancária, e terá de cumprir rácios de capital, por imposição do Banco de Portugal. Mas ao contrário do que acontece com a banca comercial, terá de ter um rácio entre os 25% e os 30% (os bancos têm de cumprir 10%) pois o grau de risco é maior. Mais um motivo para não ser a CGD.
Julgo que o Banco de Desenvolvimento irá também dar apoio técnico na engenharia financeira das empresas.
Os Fundos comunitário são fundamentais em países com baixo Orçamento de Estado, como é o caso de Portugal.
É importante este banco para dinamizar o financiamento à economia, pois não nos podemos esquecer que a economia ficou sem 20 mil milhões de euros nos últimos quatro anos.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
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