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"Sempre que um Homem morre é toda uma biblioteca que se incendeia" [PROVÉRBIO INDIANO] que se aplica na perfeição a António Borges.
O economista António Borges morreu esta madrugada, em Lisboa, fazia em Novembro 64 anos.
O maior inimigo do Homem é a doença
Aconteceu há dias, e há dias que penso em comentar isto, a partir dos jornais. Numa noite de copos, estudantes saltaram o muro do jardim de Évora, antigo Passeio Público, e um deles deu em pendurar-se ao busto de Guiseppe Cinatti (uma das figuras notáveis que trabalharam naquela cidade), que se desprendeu e caindo sobre ele esmagou-o fatalmente. Vozes vieram porrorar contra a insegurança. Ninguém disse uma palavra sobre o respeito devido àqueles que em tempos antigos foram melhores do que a larga maioria e por isso merecem ser recordados e estimados.
Pela minha parte sou levado a dizer que o espírito de Cinatti indignou-se e defendeu-se da barbárie, com todo o peso da sua razão e do seu bronze. Ora essa!!
Evangelho segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus dirigia-Se para Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava. Alguém Lhe perguntou: «Senhor, são poucos os que se salvam?». Ele respondeu: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. Aí haverá choro e ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas, e vós a serdes postos fora. Hão-de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus. Há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos».Irmãos: Estando nós rodeados de tão grande número de testemunhas, ponhamos de parte todo o fardo e pecado que nos cerca e corramos com perseverança para o combate que se apresenta diante de nós, fixando os olhos em Jesus, guia da nossa fé e autor da sua perfeição. Renunciando à alegria que tinha ao seu alcance, Ele suportou a cruz, desprezando a sua ignomínia, e está sentado à direita do trono de Deus. Pensai n’Aquele que suportou contra Si tão grande hostilidade da parte dos pecadores, para não vos deixardes abater pelo desânimo. Vós ainda não resististes até ao sangue, na luta contra o pecado.
Da Bíblia Sagrada
Difíceis não são audácias, conquistas ou tarefas hercúleas. O grande desafio é a manutenção de uma vida normal e decente.
Seria só uma ligeira alteração do Código Penal: porque o incendiário, quando executa o seu sinistro propósito, não ignora que do mesmo pode resultar a morte de alguém, e mesmo assim persiste em levá-lo a cabo. Age, portanto, com dolo eventual e pratica o crime de homicidio. Julgado e condenado, aguardá-lo-iam uns anitos largos de cadeia e a simples constatação da hipótese seria, sem dúvida, dissuasora.
Já agora, mesmo sabendo das contigências orçamentais do Ministério da Defesa, não se vê por que não aproveitar o tempo quente em exercícios militares (e para-militares) nas matas transmontanas e das Beiras interiores, onde o inimigo - o dito incendiário - é real e bem merece ser caçado vivo e, insiste-se, exemplarmente castigado nos tribunais.
Por tudo isto, a preparação dos bombeiros para lidarem com as súbitas mudanças do vento (assim escapando à morte na fogueira) não parece fundamental. Os bombeiros são, na sua esmagadora maioria, voluntários, gente com vida familiar e uma profissão de que vivem e sustentam os seus. Já basta os ensinamentos de mecânica e chaparia - por via dos quais diariamente desencarceram as vítimas dos acidentes rodoviários - para lhes acrescentar tempo à sua disponibilidade cívica.
Mas a República vive demasiadamente ocupada em explicar a sua «ética» a todos nós, cada vez mais incrédulos, para poder dedicar-se a quem vai morrendo (na tal fogueira, inquisitorialmente...) na defesa do património e da integridade fisica dos seus semelhantes. E por isso este ano não é diferente dos anteriores nem o será dos vindouros. Mesmo porque os bombeiros não pertencem ao género grevista.
Por artes que não vêm ao caso, a escultura jacente e acéfala de um guerreiro lusitano, oriunda da Galiza e datada do século I a.C., há muito foi posta de pé no coração de Cabeceiras de Basto. E, no correr dos tempos, acrescentada: sobre o pequeno escudo circular, com a inscrição «Ponte de S. Miguel de Refoyos 1612»; já no século XIX, com um estupendo par de botas de montar, um facies e uma bigodaça de granadeiro e a barretina de quem ousou enfrentar as tropas de Napoleão. Ali ficou, encostada à parede, devotamente baptizada - o Basto.
Também outrora se roubavam pedras às ruinas dos castelos para fabricar as lareiras dos lares. Há neste portuguesíssimo desrespeito pelo património histórico (no arquelógico caso de o Basto, as estátuas gémeas terão todas permanecido do outro lado do Minho...) qualquer coisa do mais sincero carinho. Em redor do lar se reune a família, enregelada e esfomeada; naquele pitoresco o Basto se revê a região inteira, prenhe de lendas, tradições, episódios de coragem, valentia e resistência - assim catita, meio Viriato meio Gomes Freire, general por inteiro, o Basto foi elevado à dignidade de um símbolo!
E tudo as gerações acabam por perdoar, deixando crescer acima do pecadilho os mimos devidos aos adoptados. Quem ponderaria restituir hoje o Basto às suas origens, à sua essência? Quem enfrentaria, po isso, as hostes, reunidas em fúria, de Cabeceiras, Celorico e Mondim?
Pois se até as torres de Ofir ou o mamarracho Coutinho de Viana vieram para ficar...
Sagrado património individual, o nome de cada um jamais deveria ser motivo de chacota ou causa de discriminação, tanto mais que não constitui mérito ou demérito próprio. Curioso como a oposição da candidatura de Fernando Seara à CML subitamente descobriu-lhe um apelido "novo" na cédula pessoal que não se cansa de evidenciar com sarcasmo. Tal foi o caso há momentos na SIC Notícias de João Soares, ressabiado príncipe desta miserável república. Uma vergonha a snobeira da nossa esquerda.
*Gente ordinária
(...) “Ao longo da década de oitenta (do século XIX), o fonógrafo tomaria cada vez mais contacto com a alta sociedade lisboeta, através das visitas que esta fazia às inúmeras exposições que se realizavam no estrangeiro. O próprio rei D. Carlos, em visita à Exposição Universal de Paris em 1889, ficou fascinado com a reprodução da sua voz num dos cilindros de Edison.
Alguns anos mais tarde, em 1894, o rei oferece o iate ‘Lia’ a D. Amélia, e numa das melhores salas de bordo, o salão das senhoras, podia ouvir-se o som dos cilindros de um fonógrafo.“ (...)
Luís Cangueiro in “Fonógrafos e Gramofones” – Edição Quinta do Rei Lazer e Cultura, Lda. 2008
Os três temas principais de capa do Público são interessantes:
Guerra na Síria
Há a suspeita que Bashar al-Assad terá ordenado ataque com gás sarin nos arredores de Damasco (Síria). A confirmar-se (e tudo indica que sim) este é o maior ataque com armas químicas desde que em 1988 Saddam Hussein (aquele que desapareceu deste mundo porque felizmente tivémos um George Bush para dar cabo dele) ordenou contra os curdos do Iraque, com um cocktail de gás mostarda, sarin, tabun e VX e que provocou a morte de quase 5000 pessoas. E ainda houve quem achasse que foi injusto o ataque dos EUA ao Iraque, só se perderam as que caíram no chão.
Hoje temos um Obama, que tanto agrada à esquerda europeia, e o resultado é este na Síria."A indecisão norte-americana. A fraqueza da ONU está a matar-nos" disse George Sabra, adjunto do líder da coligação da oposição Síria.
Muitos mortos depois e o Obama parece agora estar a acordar.
Segundo tema de capa a destacar:
IGF destruiu papéis essenciais para avaliar swaps
Seis dossiers com documentos de 2008 sobre contratos swaps foram destruídos pela IGF em nome da rotina de eliminar papéis com mais de três anos (ai que rotina tão conveniente).
Seria informação essencial para avaliar o controlo feito à subscrição destes contratos. Quando foi pedida a auditoria pela Ministra (em Maio de 2012) já só havia dossiers com o trabalho associado a processos de fiscalização de swaps de duas empresas (CP e Carris), os outros desapareceram.
Ou seja, quando Maria Luís Albuquerque pediu a auditoria eles já não existiam para seis empresas do Estado.
Um tema real que compete com a ficção de Dan Brown.
Terceiro tema:
Jobs
Durante semanas quase sem filmes para ver, estreia hoje o Jobs, a história do pai da Apple (e não eiple como vulgarmente se ouve na televisão). Não li as críticas mas tenho um vontade enorme de ir ver. Espero que seja pelo menos tão bom como a Rede Social (Facebook story).
Ontem à tarde no parque infantil em má hora decidi elogiar efusivamente um menino vestido com uma t-shirt do Jubas (a mascote do Sporting) com quem o meu filho brincava animadamente. Então, o miúdo estacou à minha frente e, chocantemente prolixo, tratou de me esclarecer que era simultaneamente adepto do Sporting e do Benfica, porque o pai sportinguista e a mãe benfiquista eram divorciados e só assim ficavam os dois felizes. Confesso que embatoquei.
Surgida ainda no final do século XIX de uma cisão na equipa de Emile Berliner que então laborava arduamente nos melhoramentos técnicos do gramofone e do disco, a "Zon-o-Phone" é uma marca fundada pelo vendedor de máquinas de escrever Frank Seaman. No fundo trata-se de um dos primeiros rótulos discográficos a surgir no mercado e a competir com o cilindro de cera de Edison. Aqui vos deixo em primeira mão a reprodução dum disco de 1903 “Bonnie Sweet Bessie” (ainda com 7 polegadas – o formato mais tarde normalizado fixou-se nas 10 polegadas). Após resolvidos os múltiplos diferendos com a justiça a Zon-o-Phone veio a ser integrada na Gramophone Company de Emile Berliner e de Eldridge Reeves Johnson como marca “económica” que irónicamente hoje ainda publica como marca de culto nos catálogos da EMI.
Prometo um dia destes partilhar uma gravação desta "etiqueta rebelde" produzida em 1898.
Fernando Seara, autarca de Sintra há doze anos, teve a 13 de Agosto resposta positiva do Tribunal Judicial de Lisboa para avançar com a candidatura à câmara de Lisboa. E as eleições são a 29 de Setembro. Entretanto Lisboa está esburacada e cheia de espectáculos de luz, com o patrocínio de António Costa, actual presidente socialista. Por todo o lado se vêm cartazes de todos os candidatos a Lisboa, e praticamente não se dá pelos cartazes da coligação PSD/CDS/MPT Sentir Lisboa. Dá-se o absurdo de Fernando Seara ser conhecido como líder desta coligação, pelos lisboetas, apenas por causa da polémica em tribunal e pela suposta separação da mulher, a tão subitamente contestada, Judite de Sousa.
Não auguro nada de bom à coligação Sentir Lisboa, pois eles não se sentem e os atrasos deste processo não ajudaram a que se fizessem sentir.
Os juízes entretanto decidem sobre os mandatos dos autarcas a seu bel-prazer (Deus nos livre de cair nas teias da lei, não há nada mais arbitrário que o critério de decisão de um juiz em Portugal). Uns aprovam que os candidatos se recandidatem, outros chumbam.
Decisões contraditórias sobre a lei da limitação de mandatos (discutida e aprovada em 2005) levam o caso ao Tribunal Constitucional e aí a decisão (a vontade dos juízes) é soberana! Entretanto as eleições são a 29 de Setembro. A maior parte dos candidatos deverá só ter a resposta lá para o mês que vem, em cima das eleições. Não me parece abusivo concluir que este será um jogo em que os dados estão viciados.
Voltando ao mesmo assunto aqui lançado pela Maria Teixeira Alves, o jornal “Público” (não por acaso) volta hoje ao tema com destaque na 1ª página e com longo artigo assinado pela jornalista São José Almeida. Claro que existem situações de ambiguidade genital externa mas são muito raras e devidamente acompanhadas medicamente. Esta questão do sexo indefinido no registo de nascimento e no BI vai ser, pelas nossas bandas, uma questão ideológica. Para quem tenha dúvidas aqui vai a opinião, expressa no mesmo artigo, do Miguel Vale de Almeida sobre a legislação alemã: "deixa em aberto a identidade de sexo, deixa aberto o neutro de sexo, que pode ser definido depois. Mas pode deixar também a identidade de género para quem a queira definir mais tarde". Concluindo depois "Andamos há demasiado tempo com o binarismo entre feminino e masculino, que é autolimitativo, é altura de começar a resolver isso." Ou seja, estamos no patamar mais avançado da ideologia do género.
Este é mais um daqueles temas fracturantes bem queridos à ILGA, ao BE, ao PS e a alguns sectores do PSD e na linha dos anteriores (a co-adopção é um assunto ainda em discussão na AR). Poderia ser um assunto para ser discutido com a especificidade necessária para resolver situações raras. Mas para estes sectores não é e não será. É ideológico!
O artigo de Carolina Larriera ontem no Público lembrando o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que tanto fez pelo equilíbrio de Timor, coloca algumas interrogações acerca da procedência do atentado em Bagdad que o esmagou. Achei um depoimento amoroso, acerca de um homem especial que a Barbárie fez questão de o afastar de nós. Passaram-se dez anos sobre essa infâmia! Dez anos. Já poucos se lembram disso. Seremos dominados pela contínua exibição do descalabro humano, a pouco da amnésia e da anestesia? Isso arde com um estilhaço na carne que não nos atingiu.
O Correio da Manhã acompanha-se agora de borla, entre muitos outros canais televisivos. Está lá tudo: os prolegómenos do crime hediondo, o depoimento dos vizinhos, a ambulância e o carro funerário esvaindo-se no horizonte, os orfãos ou o testamento que a vítima deixou. Tem também Maya e futebol em farta quantidade. E coisinhas cor-de-rosa, incluindo notícias da Família Real inglesa.
Os portugueses são o que são. É reconfortante saber mantemos esta nossa tradição da conversa à sombra da oliveira centenária, a tarde toda no adro da igreja paroquial. Somente, como escasseiam agora os senhores abades, podemos falar mais desbragadamente, esmiuçando incansáveis a sordidez de cada novo caso. Uma delícia!
Esta tarde, pela 1 da tarde, esperando o verde no semáforo de peões na avenida de Berna, vejo aproximar-se lentamente um Mercedes preto com um condutor que falava ao telemóvel. Esse condutor era Moita Flores, candidato a uma autarquia, depois de anos como autarca de outra. Não é uma pessoa qualquer, como tantas outras. É indesculpável que faça aquilo que não pode fazer, se quiser ser, como suposto, um exemplo social.
Cada vez que nos confrontamos com uma cena destas só podemos concluir que o país está estragado. Qualquer coisa que MF diga de pouco vale. Não vai mudar nada. Quem sabe que está sob escurtínio público e permite-se fazer o que não pode ser feito por lei, fica à merçê de todas as suspeições. Fica mesmo!! Mao precisa de ser multado, precisa de ser politicamente chumbado!
Curiosidade: o condutor refractário duma lei de bom senso social levou o seu automóvel para um estacionamento subterrâneo, o que pode induzir que fosse almoçar... ao Polícia!!! Antes assim.
"O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo, todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem portugueses, só vos faltam as qualidades."
Piadas fáceis, porém boas, que se ouvem quando se trabalha numa redacção de um jornal:
Mosquito fica com 66,4% da Soares da Costa
As acções da Soares da Costa arriscam-se a apanhar malária!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Muito bem, nada a apontar
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