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A excursão organizada pela Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB), composta de quatro magníficos autopullmans, partiu hoje do Largo da Feira, manhã cedinho, e eu com ela. Destino: Santiago de Compostela, até porque as excursões minhotas nunca se afastam muito dos lugares do Culto, com todas as concertinas e garrafões que possam ainda comportar. Para mim, além do passeio, tratava-se de um aconselhável reconhecimento visando um outro empreendimento já para breve. Na expectativa de que não chova então o que impiedosamente choveu hoje, a transtornar todo o programa de festas, obrigando os farneis e as ditas concertinas a recolherem, húmidos e roucas, ao Colégio La Salle e a abreviar o regresso, com mais um pedaço de bródio em Valença, num parque de romarias onde, justamente, o sol reapareceu.
Não obstante a negligência de San Jacobo, Compostela vale sempre a pena. As suas ruas e os seus becos, o seu granito e os seus galegos (no fundo, uns minhotos com um falar esquisito), a imponência da catedral e das cerimónias nela realizadas. Sobretudo isso. Evitando sempre discutir os temas relacionados com a Espiritualidade, que considero do foro íntimo de cada um, a verdade está em ninguém se manifestar indiferente à majestade dos ritos. No curso dos quais, o Cardeal que presidiu à celebração deu as boas-vindas, em várias línguas, a todos os presentes, fossem eles cristãos ou crentes de outras religiões, fossem eles laicos, curiosos meramente.
E essa é, muito elevadamente, a "boa nova" do mundo em que nasci, vivo e tenciono morrer. Ou melhor: adquirir passagem para o seguinte, em que não consta haja desemprego.
A receita da ACIB, obtidas com esta iniciativa, reverteu toda, entretanto, em favor das actividades da Liga contra o Cancro.
Leitura dos Actos dos Apóstolos
Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem. Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua. Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar? Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».
Da Bíblia sagrada
Extraordinário concerto o dos Evanescence, ontem, no Rock in Rio/Lisboa. Intérpretes e criadores imaginativos, inovadores, intensos e de grande qualidade, os Evanescence vão actuando e vão-nos fazendo pensar que aquela vocalista e teclista vale por si uma banda. Que não, que aquele baterista vale por si uma banda. Que não, que cada um dos três guitarristas vale por si uma banda. E fazem pensar, depois, que é a banda que vale uma banda. Ou antes: aos Evanescence quadra muito melhor a antiga denominação de «conjunto». Os Evanescence são um conjunto, a qualidade individual está estreitamente entretecida por muitas horas de ensaio, os talentos sintonizaram-se, os cinco intérpretes formam uma unidade. E se há evidência gritante nesta sua actuação é que o sucesso dá muito trabalho. E só favorece a empatia (além de demonstrar sanidade e inteligência) o facto de este conjunto ter consciência do que é efémero.
É uma tristeza da vida e uma prova de subjectividade que a principal atracção da noite fossem uns velhos e entediantes Metallica.
Em plena década de 80 do passado século, frequentei, durante 14 semanas, um "curso" de "Jovens Empresários Agrícolas" que me habilitou à candidatura de um apoio financeiro visando a instalação de um plantio de kiwis. O qual, por acaso, continua lá no sítio, em vez de se ter transformado, como a abóbora da Gata Borralheira, em algum automóvel da gama média...
O facto é que no dito "curso", vivido no Sameiro (Braga) e na Apúlia, os participantes dormiam dois em cada quarto, se calhar por contenção de custos, propaladamente para contrariar o espírito individualista dos minhotos e abrir as portas ao associativismo e ao cooperativismo. Essa a explicação de tão indigesta comunhão.
Talvez compreendam: o meu parceiro nunca deixou de manifestar a sua incompreensão face aos meus hábitos de leitura antes de adornecer e ao acordar, pela alvorada; no que me toca, espantavam-me as tainadas de salpicão e vinho imediatamente antes de fechar a luz e ferrar o galho. Sem falar já no duche matinal, um comportamento que eu, nessa idade, desconhecia ser não pavloviano...
Os anos correram e cada um seguiu o seu rumo. Recentemente encontrei um dos comparsas desse "curso". Em cima de um tractor, vendia melões na borda da estrada. Foi um grande abraço amigo e a conversa óbvia na circunstância: que é feito de cada um?
Todos (quase todos) tinham mudado de vida. Trocado a lavoura pelo emprego. Muitos (muitissimos) roçavam os males da penúria. Valia-lhes a nossa resistência no desenrascanso.
Eu só quero todo o bem, o melhor, para os meus conterrâneos, colegas e amigos. Essa a principal realidade. A seguinte é uma constatação: esta tropa que legisla nunca será capaz de compreender o país real. E lava as mãos, qual Pilatos, inventando parcerias do aludido calibre. Cumprido o regimento, o resto que se lixe.
E o resto - que é tudo - lixou-se. Amén.
Imensamente grato por tanto serviço a Portugal e à causa da monárquica, no dia que em que o Arqº. Ribeiro Telles celebra os seus 90 anos, é com especial gosto que divulgo uma entrevista que, com o Vasco Rosa, tive o privilégio de fazer no final do ano passado para o Correio Real, o boletim da Causa Real. Aqui»»»»
(...) Hoje, na era do email e da internet, é muito mais fácil zangarmo-nos uns com os outros do que na do carteiro. Muitas foram as cartas que se rasgaram ou queimaram antes de chegarem onde não deviam.Hoje, uma guerra mundial está à distância de um clique. Graças a Deus, os chefes de Estado ainda não se correspondem por email, acho eu. E não dão grande importância ao facebook. Só o Cavaco é que dá, espero eu. O tempo faz bem.
Para ler com vagar e sem preconceito esta reflexão do Nuno Pombo, aqui.
A propósito já não sei de quê, o presidente portista disse que vozes de burro não chegam à UEFA. Luís Filipe Vieira chamou a si a carapuça, enfiou-a com força até às orelhas e defendeu-se com galhardia, como só ele sabe: “As nossas razões podem não chegar à UEFA (…) mas nós não vamos parar enquanto não limparmos o desporto português.» Ele sabe de si, é dar-lhe um balde e uma esfregona.
Será que sou só eu, ou também vós se indignam com esta mania pirosa de apoio à Selecção Nacional de dois em dois anos? A moda começou com Scolari e, com uma dose de tolerância do tamanho do mundo, até digo que, na altura, foi original o conceito das Bandeiras Nacionais nas janelas e tal. Agora, repetir a graça de dois em dois anos, de cada vez que há Europeu ou Mundial?
Não há pachorra, confesso. Para mim, a Pátria sente-se e vive-se todos os dias. E não preciso de ter a maior Bandeira Nacional do mundo para mostrar o quanto eu gosto do meu País. Ou comprá-la, made in China, numa grande superfície - que descura sempre o facto dos castelos serem pagodes chineses - e colocá-la com suposto orgulho Pátrio à janela.
Irrita-me esta coisa verdadeiramente bimba de achar que lá porque uns rapazes jogam pela nossa Bandeira, temos todos de ser contagiados pelo espírito da piroseira atroz à volta da Bandeira, do Cachecol ou da T-shirt made in BES ou Continente.
Gosto de futebol gosto de ver a bola, torço pela Selecção Nacional como qualquer bom Português que se preze e adorava que Portugal ganhasse esta competição. Dito isto, detesto a euforia criada à volta disto, como se o País não tivesse motivos bem mais graves para se preocupar.
Publicado originariamente aqui
Até estranhei ontem ao final da tarde ao ver um punhado de divertidas raparigas, talvez entre os 9 e os onze anos, trajando farda de colégio a atravessar o jardim em frente ao meu escritório. Isto é coisa rara por estes dias, em que o contacto dos miúdos com a rua, com a cidade, é feito do asséptico e seguro habitáculo do automóvel dos pais, pelo menos até à idade do liceu. A verdade é que actualmente também não há muitas crianças, aspecto que é decisivo para o seu desaparecimento da paisagem urbana.
Muita gente surpreende-se quando conto que antigamente eu e a maioria dos meus colegas a partir dos oito ou nove anos íamos e vínhamos da escola pelo nosso pé. Era aos magotes que a miudagem se juntava gradualmente no caminho das aulas, ou se dispersava ao final da tarde pelos trajectos para suas casas. Claro que às vezes chegávamos mais tarde por conta duns minutos a jogar aos pontapés numa lata velha, ou embasbacados numa montra de brinquedos. Claro que uma ou outra vez tivemo-nos de esconder dos miúdos do Casal Ventoso.
De resto o pretenso aumento de inseguraça da modernidade, não passa de uma ilusão promovida pelo excesso de informação. Os dias que corriam há 50 anos tinham os seus perigos (eu lembro-me bem de algumas aflições por que passei). Mas as famílias tinham mais filhos, e não se podiam dar ao luxo duma paranóia securitária. Sem dúvida a contracepção trouxe uma radical mudança de mentalidades, e estamos a construir uma sociedade de "filhos únicos", com o que isso tem de bom e de perverso.
Os tempos hoje mudaram em muitos aspectos para melhor. Mas do que eu estou certo é de que uma cidade sem crianças nas ruas é um muito mau sinal.
Imagem daqui
Os esclarecimentos de Miguel Relvas à Entidade Reguladora para a Comunicação Social não chegam para explicar algo de muito importante em todo este “caso” com o Público: como é que o líder do gabinete governamental responsável pela comunicação social, tão experiente no relacionamento com os média cai numa esparrela destas. Não me custando a acreditar nas explicações do ministro, certo é que alguma coisa correu muito mal nesta história toda: este foi um acontecimento que infringiu pesadas perdas de reputação, não só ao seu gabinete, mas a todo um governo vergado na hercúlea tarefa de executar um impopular e doloroso programa de resgate financeiro no País. Miguel Relvas conhece melhor do que ninguém as regras do jogo, os jornalistas que temos e as sensibilidades imperantes na comunicação social. E contra factos não há lamentos: falhado parece o pescador que não gosta do mar.
Publicado originalmente aqui.
Esta fotografia é escandalosa: quem pode gritar a agentes da polícia sem que seja imediatamente advertido ou preso? quem pode tentar condicionar e coagir uma força de autoridade (a polícia, precisamente) sem que esta lhe faça saber, sem ambiguidade, que a autoridade é ela mesma e não quemberra?
Um dia, quando se fizer a crónica da quebra do estado de direito às mãos duns habilidosos, que foram capaz de impor as regras pessoais a uma comunidade — de que a corrupção e o nepotismo são apenas algumas facetas, negras e devastadoras —, que esta imagem seja lembrada e ampliada como merece.
E mais: que uma cidade de tradições liberais como o Porto se tenha deixado dominar por figurões deste calibre, não é apenas um mistério, é uma prova de declínio.
Aqui temos o líder do PS, com a sua cara de acólito, a criticar a direita que sempre criticou as rendas socráticas e que teve de renegociar os pactos energéticos herdados do governo socrático. Recorde-se que estes pactos energéticos nunca foram criticados pelo dr. Seguro. Para o dr. Seguro, as "rendas" eram uma coisa boa, moderna, verde e socialista. E, claro, os jornalistas deixaram Seguro passar entre os intervalos da chuva. Ninguém lhe perguntou "mas onde é que V. Exa. andou nos últimos, vá, cinco anos? A dormir no parlamento?"
Henrique Raposo a ler mais aqui
Neil Young está de volta com os Crazy Horse ao fim de nove anos. O álbum estará disponível em Junho (também com suporte em vinil). O tema de abertura do disco "Oh Susannah" é bem sugestivo, ora cliquem!
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