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Não creio fosse inevitável. Nem que a culpa seja dos ribeiros e da sua força motriz tão barata, ou do fácil vazadouro que oferecem aos detritos. Porque a visão das águas é um espelho, o reverso da estupidez das gentes. Tudo começou há algumas décadas.
E de fábrica em fábrica, fabriquetas, da ilusão para a ambição, as bouças e as várzeas, as cores da natureza e os carreiros a curvetear no espaço, tudo se transformou na impossibilidade de um retrato atraente. Confirmei-o ontem.
Vieram os tempos de agora. As falências, o abandono da lavoura, a terra transfigurada em talhões para construção. De onde surgiu tanta gente?
Ao longo de quilómetros, a paisagem é isso. Com cada vez mais de ruina e abandono. O verde é, sobretudo, a triste extensão dos silvados.
Passa-se mal. Todos passam mal, com crescentes dificuldades. Alternativas? Não sei. Esta feira parece dificílima de desmontar.
Assinala-se este ano o 80º aniversário da prematura morte do último Rei de Portugal, o Senhor Dom Manuel II.
Apesar de ter sido curto o seu reinado, não tendo sido também longa a sua vida, a figura de S.M.F. , nas diferentes facetas da sua acção pública, merece a atenção de todos os Portugueses.
Assim, a Real Associação de Lisboa organizará durante o corrente ano algumas iniciativas que visam dar a conhecer o reinado e a vida posterior deste nosso Rei, tendo procurado e obtido a colaboração de renomadas personalidades e instituições nacionais. A primeira dessas iniciativas será uma conferência sobre a dimensão política do reinado, com alocuções dos Profs.Drs. Maria Cândida Proença e José Miguel Sardica, que será já no próximo sábado, dia 5 de Maio, a partir das 15h30, no Centro Nacional de Cultura ( Largo do Picadeiro, ao Chiado ), lembrando o dia 6 de Maio de 1908, data da Aclamação de Dom Manuel II nas Cortes. A entrada é livre.
Acho que o Barcelona não devia deixar passar esta oportunidade de contratar Jorge Jesus. Além de treinador genial, o "Mourinho encarnado" já está até habituado a balneários onde só se fala espanhol.
Estamos aqui, condenados à morte, em busca de força para fazer um caminho que traz inquietações a cada momento, mas que também nos leva mais a cada passo. Não estamos sós – nunca se está só quando se espera alguém –, porque há quem queira construir este caminho connosco, esquecendo-se do seu.
Há alguém que nos segue em silêncio. Diferente dos outros, não nos ajuda a levantarmo-nos quando caímos, mas também não se aproveita da proximidade para nos derrubar. Anda por aqui à nossa espera, admirando a forma como sonhamos e a força com que lutamos pelas realizações da nossa vida. Por vezes empresta-nos a sua vontade e dá-nos mais firmeza e coragem para sermos felizes. E somos. Mesmo quando não nos damos conta disso.
A vida de cada um de nós é essencial para Deus. Mas, que razão o terá levado a criar para si mesmo esta prisão?
O amor é a entrega da vida. É saber que se é um meio para que o outro seja feliz. Uma força pura para a realização dos sonhos de outrem. Um sentido para a vida.
Neste mundo, os dias do amor são sempre curtos.
É urgente perceber que não vamos ficar aqui para sempre. Este mundo não é, contudo, um lugar menor. É um espaço e um tempo de belezas infinitas.
É preciso olhar de forma pura o que nos rodeia, aprender a ver outra vez o sol e a chuva, a areia e as ondas. Que são sempre belas, desde que quem as sente as faça assim.
Se tudo te parecer cinzento e calado, talvez esteja assim... porque tu queres.
Afinal, para mudar uma paisagem, é preciso mudares o que sentes.
(publicado no jornal i - 28 de abril de 2012)
ilustração de Carlos Ribeiro
(...) Agora queria que me deixassem em paz. Se calhar já é tarde. Os cartuxos só admitem vocações até aos 40 anos, já tenho o dobro, não sei se tenho capacidades de viver sozinho. Mas pelo menos queria, com a liberdade pessoal suficiente e sem imposição de tempo, dedicar-me à oração. Mais do que isso: dedicar-me a descobrir o valor da palavra, o autêntico significado da palavra, no sentido de linguagem, de expressão da realidade, no sentido de logos. Encontrar-me na meditação da palavra como expressão do mundo, da existência, da história, e descobrir-lhe um sentido.
Muito mais Dalai no Blog do Dalai Lima
Diz que Rio quer taxar festejos dos campeonatos do FCP.
Segundo fonte próxima que não se quis identificar, em tempos de crise nacional não quer deixar de aproveitar uma receita anual deste calibre. Mas não acredito que seja verdade...
Acho esta situação inconcebível e espero que a Liga e a FPF investiguem e analisem o assunto ao pormenor, pois tudo leva a crer que o resultado do jogo com o Rio Ave foi falseado.
Não se acredita que uma equipa que se dizia pretender discutir o título, ganhar a Champions, o euromilhões e eu sei lá o que mais seja assim derrotada e humilhada a norte do Porto. Ouviu-se ao longo do ano de quase tudo: iramos ganhar todos os jogos, bagalhataremos em todos os estádios, até no lavar da vindima há cestos, enquanto há réstia há esperança e outras coisas que tais..., e depois borregam em Vila do Conde?!?... Para tristes figuras não poderiam ter esperado mais uma jornada? Umazinha só? Custava muito?
Ninguém me convence de que isto não foi para estragar a festa do Futebol Clube do Porto com o Sporting no Estádio do Dragão, pelo que tem de ser punida severamente a falsidade desportiva realizada pelo benfas.
Vão agora os adeptos portistas levantar-se do sofá, alguns já dormitavam, só para ir para a rua festejar outro título? Os benfiquistas contam é com a qualidade dos sofás portistas, com o fim-de-semana grande, o sossego do lar dos dragões, para que estes não venham para a rua festejar. Eles contam que o Rui Santos passe o tempo todo a discutir o Leiria ou a vender a equipa actual do FCP. Que a SIC Notícias tenha esgotado as baterias das câmaras de exteriores à espera do regresso do Sporting de Bilbao.
Esperam passar na VCI, na sua sossegada viagem de regresso à capital, por um Estádio do Dragão às escuras. Mas não será assim. A chama da vitória ilumina longe. E a vitória conquista-se, não é nome de um qualquer passarinho que voa esfomeado atrás de uma petinga para delírio dos adeptos. Quando chegarem ao Porto e forem a descer a VCI em direcção à ponte do Freixo só não verão o Dragão em festa se olharem para a esquerda ou fecharem os olhos amargurados.
Boa viagem para baixo e cuidadinho com as velocidades.
- Pai, vamos aos Aliados?. , ,
- Não. Vocês já foram tantas vezes..., no ano passado passaram
lá a vida. Não, amanhã têm testes e tudo...
- Mas o Porto foi campeão...
- Vão para o ano. Este ano festejam em casa. Pega aí no
comando e tira o Rui Santos, vá.
- Mas para o ano vamos?
- Se tiverem boas notas vamos, claro.
Sem repararmos, a tinta das paredes da casa, há muito escolhida num catálogo de infinitas tonalidades, empalidece aos poucos. As cortinas, os sofás, um dia imaculados num enxoval de expectativas, arruçaram-se com o uso. Uma torneira teima em pingar e não veda. E o tapete qualquer dia também já vai a restaurar. Na caixa das memórias, as fotografias perdem cor; e bilhetes com sentimentos vividos, cartas e postais ganham tons de pergaminho. São fragmentos de uma história já antiga.
O tempo, implacável, tudo desagrega e tudo corrompe. Habituámo-nos a festejar os aniversários dos miúdos todos os anos, sem contar que a existência passa sem que a possamos pausar. Para abarcarmos definitivamente aquela pele imaculada e aqueles olhos fundos e tão grandes, incondicionais, brilhantes de surpresa e expectativa, tão cheios como o céu, como a vida. O tempo escapara-se-nos entre rituais.
Vieram novos projectos, dias banais, aflições, trabalhos e tantas estações. Limpezas de primavera, roupas de Verão e roupas de Inverno. Mas ressuscitámos sempre o amor, ainda mais quando o frio apertava. Fazendo das misérias as forças, para não morrermos nem um bocadinho. Sempre atentos a juntar os pedaços, a compor e restaurar sempre o mesmo amor. Reinventando velhas harmonias, moldando uma obra divinal. Sem desistir da grande utopia de vencermos o tempo e o mal. Sem nunca renunciarmos a ser felizes e gente maior.
Texto reeditado.
Evangelho segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus: «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».
Da Bíblia Sagrada
Filomena Mónica: “Sócrates foi um delinquente político"
Everybody Loves You When You`re Dead, tema de um dos melhores álbuns dos Stranglers, que dedico a Miguel Portas. Sem mais.
O parque de estacionamento da Faculdade era tacanho, em terra batida e cercado por um velho muro de granito. Com alguns automóveis lá deixados, nesse tempo em que mesmo uns tantos prof's utilizavam o transporte público. E os escassíssimos colegas motorizados - era do que gastavam, quase sem excepção: o Citroen Dyane, a generosidade de alguns (poucos) pais mais abonados.
(E o autocarro era o 78. Laranja, ainda de dois andares, onde já não se podia fumar mas com as janelas de abrir ao jeito de uns piropos ou de qualquer recado de última hora. Atravessava a cidade na diagonal e eu chamava-lhe o "autocarro do amor" - titulo de cançoneta da época - porque 45 minutos de viagem, sentados no lugar certo, davam para dose farta de conversa, planos... dava para dar a mão e para uma saída rumo à pastelaria, antes do estudo a dois...).
Agora, nas raras vezes em que me desloco à Faculdade - por norma, para os nossos jantares de curso - impressiona-me a imensidão do estábulo dos carros. Com boxes devidamente assinaladas no piso bem tratado e dezenas e dezenas de viaturas, não propriamente tão económicas como o velho Dyane de então. Uma entrada, uma saída, sentidos únicos, vigilância... É mesmo provável tenham extinto o autocarro por escassez de estudantes sem carta nem máquina própria.
Paradoxal! Naqueles anos não tinhamos dinheiro, mas tinhamos futuro. Hoje, dinheiro haverá; futuro é que parece que não.
Acabo de ouvir o Miguel Sousa Tavares dizer que as privatizações são desastrosas para o "interesse nacional" e dá o exemplo da ANA - Aeroportos de Portugal, que tem como missão gerir as infra-estruturas aeroportuárias; dos CTT - Correios de Portugal, da TAP, e da Águas de Portugal, ainda que seja só a concessão. A minha pergunta é. Porquê? Porquê que é que o Estado vender a privados os Correios, ou a gestora dos aeroportos, ou a TAP (condicionada obviamente a que o aeroporto se mantenha cá), ou a concessionar a gestão da empresa das Águas, é desastroso para o país? Pois, os argumentos válidos para justificar as opiniões é que não aparecem no discurso de Miguel Sousa Tavares.
Estive a ouvi-lo e nem por uns minutos, daqueles bitaites que manda, ouvi alguma coisa substancial sobre a economia e sobre o país. Criticou o ajustamento, mas não deu nenhuma alternativa, porque não há, e por aí fora. A chamada crítica fácil. Conclusão: AINDA BEM QUE NÃO É MIGUEL SOUSA TAVARES QUE GERE O PAÍS. Só me lembrei do Truffaut, realizador francês da Nouvelle Vague, que num dos seus filmes a sua personagem leva o filho Alphonse à estação e recomenda-lhe que estude muito violino, para se tornar no melhor músico, e o filho pergunta-lhe, o que é que acontece se não conseguir ser o melhor? Não faz mal, vais para crítico. Miguel Sousa Tavares também foi para crítico.
Recordando uma par(a)lamentar intervenção da menina Belinha em resposta a esta sua prosa de aluguer.
A Casa Fernando Pessoa acaba de anunciar que vai fazer um colóquio sobre Orlando da Costa. Não tem um livro editado, não se fala dele, nem haveria especial necessidade ou motivo, talvez uma minúscula nota de rodapé na história literária — mas o facto de ser o pai de António e Ricardo Costa, que mandam na CML e num semanário de província, parece bastar para que o ressuscitem.
Vão fazer outro em atenção a José Osório de Oliveira? Deve ser!
Vivemos dentro dum pântano de pequenos poderes absurdos, troca de favores de pandilhas, perante a complacência generalizada dum povo ignorante que assiste distraído a esta opera bufa.
Luana Piovani
Às vezes há notícias que nos surpreendem pela sua simplicidade. No México, Karla Vanessa Pérez Castañeda está grávida. A notícia, em si, não tem nada de extraordinário, exceptuando o facto que esta senhora foi mãe de trigémeos e agora tem no seu ventre nove filhos. Sim, leu bem, são mesmo nove.
Sabemos que a medicina evoluiu muito, sabemos que será uma gravidez de risco e que haverá uma altura em que Karla provavelmente terá que optar em salvar uns em detrimento de outros.
Escrevo sobre isto porque me fez lembrar um outro caso, ocorrido há uns anos em Portugal, em plena campanha do referendo sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez. Uma senhora, cujo nome não me recordo, foi notícia porque estava grávida de seis. Aceitou a sua gravidez como um dom de Deus e não escolheu, tendo, infelizmente, perdido todos os bebés.
Num mundo em que se mata quem ainda não nasceu pelos motivos mais absurdos, ler notícias como esta dão-nos um novo alento. Pode ser fruto da ciência, um milagre de Deus, o que cada um aceitar melhor. Pessoalmente, quero acreditar que é, também, uma prova da determinação dos Homens. No caso, da Mulher. Esta mulher. Que Deus assim o permita.
O Diário de Notícias titula em manchete de capa que “a Extrema-direita activa em Portugal preocupa a Europol” e eu tremo de medo. Medo que uns quantos manifestantes de cara tapada invadam e escaqueirem uma qualquer esplanada a favor das vítimas da exploração capitalista, contra a perigosa ameaça liberal, medo que violem a propriedade privada para a instalação de clubes recreação psicadélica e comunidades alternativas, que incentivem à revolução contra os ricos e o governo eleito pela partidocracia, medo que se ponham para aí a queimar automóveis “de marca”, bancos e representações comerciais imperialistas, e que suportem movimentos terroristas na América do Sul ou "ditaduras do proletariado" como a Coreia do Norte. Tremam de medo da extrema-direita.
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Boa tarde,Não consigo ler o texto, o link pede din...
Quantos profissionais na C. S. foram minimamente e...
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