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Um falso alarme

por João-Afonso Machado, em 19.08.11

Foi a novidade da manhã. Aquelas excelentes águas estavam povoadas de banhistas, quando sobreveio a autoridade dos vigilantes, em gestos autoritários e incisivos. Pensou-se, de início, fosse resultado das partidas da maré, bandeira amarela. Mas não. Eram as barbatanas dorsais ao ar (sinistramente, pensámos) logo após a rebentação. Já tinha lido, os Açores, quando não, pregavam partidas assim.

Debandada geral. Um aglomerado prudente em areia - molhada, mas inquestionávelmente areia.

E o espectáculo passou diante do olhar de todos. Um espectáculo brincalhão, nada vizinho daquele estandarte de morte que navega sem solavancos até à vítima escolhida. Não, este curveteava, brincava, e, entre a confundida ondulação, dir-se-ia desdobrar-se em dois. O que também não consta dos catálogos.

De maneira que, enquanto as águas não perigaram a máquina fotografica (seria a segunda em tais paragens...), fui avançando. Até à fotografia possivel.

Os vigilantes esclareceriam, mais tarde, não se tratar de um tubarão. Nem dos mais imberbes, tipo cação ou tintureira. Era apenas um membro da numerosa família dos atuns. Uma anchova, garantiam eles. Não confirmo nem infirmo. Mas aquelas dorsais, bem à vista, apontam mais para um bonito, um patudo, um voador...

Estranhamente perto da costa. Eram marés vivas. Oxalá, por isso, elas se prolongassem. Acabavamos todos a cavalo dos Tunídeos. Contra as motas-de-água.

Onde é que eu já ouvi isto?

por Vasco M. Rosa, em 18.08.11

Caco Galhardo ©

 

 

A bandeira nacional: já só nos Açores.

por João-Afonso Machado, em 18.08.11

Enche-me o coração a bandeira açoreana. Estão lá as cores nacionais. O nosso escudo também, sem a esfera armilar a embrulhá-lo. E o milhafre (o açor...) que, ainda por cima, dá um toque imperial ao conjunto. As nove estrelas simbolizam as nove ilhas do Arquipélago.

O fanatismo republicano não atravessou o Atlântico. Ainda bem. E apercebemo-nos do orgulho dos de lá, ao hastear o seu pendão em suas casas, muito à vista de quem navega.

Ali mandam eles, conclui-se. Pelo menos no Agrião, do concelho de Povoação, a primeira urbe a ser construída em S. Miguel.

 

Que nada e ninguém vos tire a paz

por João Távora, em 18.08.11

 

À chegada a Madrid para as Jornadas Mundiais da Juventude, onde é aguardado por mais de um milhão de jovens de todo o mundo, Bento XVI pediu-lhes que não se envergonhem de Deus. Denunciando a “perseguição velada” que os cristãos sofrem nos Estados laicos afirmou que "É urgente ajudar os jovens discípulos de Jesus a manterem-se firmes na fé e a assumirem a bela aventura de a anunciarem e de a testemunharem abertamente com a sua própria vida". Sim, o desafio cristãos não está tanto nas palavras, antes numa prática de vida.

 

Notícia daqui, título daqui.

Angra do Heroísmo

por João-Afonso Machado, em 18.08.11

Cabeça da Diocese do Arquipélago, Angra gosta da sua História, do seu Heroismo. Grande parte do seu centro, sempre invocativo desse Passado militar, está classificada de Interesse Público e integra-se na lista do Património Mundial da UNESCO.

Na parte mais baixa da cidade, muito perto do enseada, chamou-me a atenção este invulgar azul da Igreja da Misericórdia. E, estimadíssimas, as armas de Portugal no centro da sua fachada.

 

'O Sinal'

por Rui Crull Tabosa, em 17.08.11
"Eis a minha alvorada, o meu dia que se levanta. Aparece, sobe para o céu, ó grande Meio-Dia!
"Assim falou Zaratustra, e deixou a sua caverna, ardente e vigoroso como o sol matinal que se liberta das sombrias montanhas."

Gente realmente importante

por João-Afonso Machado, em 17.08.11

S. Sebastião, Terceira, a caminho de Angra do Heroismo. O episódio não dispensava o retrato. Pedi a necessária autorização. Sim, com certeza. E fui dando as necessárias instruções para uma função desempenhada, vidro aberto, dentro do carro de aluguer.

- Falta muito?

- Está quase...

- Anda lá que ainda levas com o pau, devias era andar no trabalho!

(Já estavamos no tu cá, tu lá)

- Ainda não percebeste que estou a trabalhar para ti e para a tua terra? Merecias uma boa paulada, isso merecias tu.

E despedimo-nos nesta gargalhada de pancada mútua. Mais à frente um pedaço, hesitante entre virar à esquerda ou à direita, ei-lo outra vez, o burrico e os seus adereços.

- Ainda por aqui?

- Para Angra, por onde é?

Explicações dadas, chegou o tempo da curiosidade. Eu vinha do Continente, mas de onde...

- Do Norte... Do Minho...

Não conhecia. Já nos visitara, mas não passara do Sul. De Fátima... Sofrera doença complicada.

Em tudo isto esqueci-me de perguntar-lhe o nome. Também não seria o mais importante... O meu interlocutor deu sinal ao sócio e reatou a caminhada.

- Boa sorte, então...

- Boa sorte também para si, amigo.

 

 

A condição humana

por João Távora, em 17.08.11

Há quase quatro anos que o liberalismo foi julgado, culpado e anunciado em extinção, apesar da crise ter sido causada em boa parte pelo socialismo europeu e seus congéneres americanos que, com a ajuda dos bancos, despejaram dinheiro sobre o povo como se não houvesse amanhã. Hoje, os mesmos arautos anunciam, alto e bom som o fim do capitalismo, um Wishful thinking da canga revolucionária pseudointelectual dominante.
Eles não aprendem. O fim do capitalismo é um pouco como o fim do mundo: estão condenados a acabar ao mesmo tempo. Porque o capitalismo é intrinsecamente humano, inseparável da liberdade, condição essencial da sobrevivência da espécie. Acontece que o homem, e por inerência o capitalismo são senhores duma extraordinária resiliência: adaptam-se para sobreviver. O mundo não acaba amanhã: por muito que nos custe, temos é muito que padecer e batalhar. É a nossa condição.

Jogos visuais

por Vasco M. Rosa, em 17.08.11

Políticos são cada vez mais figuras de comunicação e manipulação das massas, quer dizer, nós mesmos, pelo menos um pouco. Em quase todas as imagens do encontro destes dois, é o baixote líder francês que aparece de dedo levantado ou outra expressão de comando ou indicativa. A senhora alemã, menos hábil nestes artifícios mas mais poderosa, dispõe-se ao embuste. Toda a gente sabe quem dá as ordens na Europa, mas aqui aparece diferentemente.

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Passaporte em Tomar

por Vasco M. Rosa, em 17.08.11

Atrasado mas certeiro

por Vasco M. Rosa, em 17.08.11

Acaba de sair em Itália um livro com um título que deveria ter presidido às anti comemorações do centenário milionário e demagógico: A Múmia da República.

Férias, versão olímpica

por Vasco M. Rosa, em 16.08.11

© Caco Galhardo

Tem a palavra esquerda nacionalista

por João Távora, em 16.08.11

"Nós vamos na direcção de uma integração económica reforçada da zona euro" declarou o presidente francês. Sarkozy e Merkel querem uma taxa Tobin e um novo governo europeu.

Um, dois, três, quatro cinco minutos de... Jazz!

por João-Afonso Machado, em 16.08.11

O programa de José Duarte frutificou também em S. Miguel. No Agrião, para nordeste, junto dos calhaus rolados sobre o mar, um instante de sol e mergulhos. E do Jazz. Uma, duas, três, quatro, cinco investidas água dentro, em busca do lenho atirado, competindo com os nadadores - muitos - convidados para o almoço inesquecível.

Certo, certo, os pulmões do Jazz labrador - um folego capaz de fazer corar Louis Armstrong - e a simpatia dos anfitreões e a nossa (ainda) invejável capacidade de atacar a alcatra e a feijoada. Depois da banhoca, bem entendido.

Esperamos para o ano haja mais. Gosto de reencontrar amigos. E de um repasto assim, com Jazz a animar. 

Bartolomeu de Gusmão

por Vasco M. Rosa, em 16.08.11

A vida cultural portuguesa está numa tal indigência, que nos passa ao lado o que no Brasil vai ser feito para redescoberta e reinvenção da história comum. Saem livros importantes (este será um desses casos) que ninguém comenta nos jornais nem encontra nas livrarias (que livrarias há em Lisboa, verdadeiramente dignas desse nome, além da Ferin e da Poesia Incompleta?). Mais ainda: não se lê uma crítica ou simples notícia dum livro saído em Espanha, França ou Inglaterra em que estejamos implicados como nação. Onde nos levará esse empobrecimento?

Dia da Assunção de Nossa Senhora

por João Távora, em 15.08.11

Acção de Graças

 

Tomai, Senhor, e recebei 
toda a minha liberdade, 
a minha memória, 
o meu entendimento 
e toda a minha vontade, 
tudo o que tenho e possuo; 
Vós mo destes; 
a Vós, Senhor, o restituo. 
Tudo é vosso, 
disponde, 
à vossa inteira vontade. 
Dai-me o vosso amor e graça, 
que esta me basta.

 

Oração de Santo Inácio de Loiola

A herança da adolescentocracia

por João Távora, em 14.08.11

 

Ao fim de um ano de balbúrdia de máquinas, camiões e buldózeres, encontram-se finalmente em fase de acabamentos os trabalhos de remodelação da estação de comboios de S. João do Estoril, obra megalómana que hoje oculta sob grades, estruturas de aço, pladur e muretes forrados a azulejos sintéticos, o modesto mas elegante edifício que tão bem servia a gare desde o início do século 20. Também aqui nas minhas redondezas prosseguem dezenas de pequenas obras de escavação e acomodação de uns sofisticados e graciosos ecopontos. Já vi algum deste magnifico equipamento operacional: é definitivamente um luxo para o lixo.
Entrecruzado o país das mais modernas autoestradas, temos bombas de gasolina verdadeiramente ostentosas, shoppings, estádios, bancos e farmácias sempre remodelados, com o equipamento e tecnologias da última moda. Desgraçadamente, tal como as vilas e aldeias bárbaras de colmo e argila crua que se implantaram sobre as ruinas do Império Romano, a maior parte destes equipamentos não perdurarão mais de uma geração nem deles se fará História.
Portugal lembra-me o “menino queque” que na escola se pavoneava artilhado com os assessórios mais requintados e marcas mais dispendiosas, dos quais nunca tirará partido… porque não passa dum um reles madraço.

Francisco Vaz da Silva

por Vasco M. Rosa, em 14.08.11

Quando eu tinha vinte e poucos anos, ele foi o meu melhor amigo. Antropólogo eremita ou eremita antropólogo,  como uma vez lhe chamei num escrito sobre o CNC, vai agora publicar uma antologia de contos maravilhosos da Europa, em cinco volumes, assunto da sua especialidade, aqui e nos EUA, ou vice-versa, para ser cientificamente exacto. A sua concentração na profundidade dos seus estudos, livre quanto possível das querelas mesquinhas em que se esgotaram os seus parceiros de geração na UNL, até os mais mediáticos pela defesa da sua privacidade (mas a privacidade defende-se sendo ela mesma!), permitiram-lhe ir mais além, e por isso estou contente por ele, Merece e fez por isso. Assim é que deve ser! Abraço apertado, meu querido amigo. (Rapa lá essa barba, senão vou sentir-me velho...!)

Domingo

por João Távora, em 14.08.11

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos


Irmãos: É a vós, os gentios, que eu falo: Enquanto eu for Apóstolo dos gentios, procurarei prestigiar o meu ministério a ver se provoco o ciúme dos homens da minha raça e salvo alguns deles. Porque, se da sua rejeição resultou a reconciliação do mundo, o que será a sua reintegração senão uma ressurreição de entre os mortos? Porque os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis. Vós fostes outrora desobedientes a Deus e agora alcançastes misericórdia, devido à desobediência dos judeus. Assim também eles desobedecem agora, de modo que, devido à misericórdia obtida por vós, também eles agora alcancem misericórdia. Efectivamente, Deus encerrou a todos na desobediência, para usar de misericórdia para com todos.

 

Da Bíblia Sagrada

Apavorante

por Vasco M. Rosa, em 14.08.11

 

A catástrofe humanitária na Somália e no Quénia alcança níveis de horror. Boa a série de reportagens da TVI — mas mesmo assim, não seria de abrir com isso os noticiários televisivos, mobilizando a donativos para a Unicef e Cruz Vermelha, com dados oficiais destas respeitosas organizações, e das suas delegações nacionais, em vez de ouvir Bob Marley e assistir ao demagógico piedoso e multiilionário Bono?

E que faz, diz ou pensa (se pensa alguma coisa) António Guterres?... Não podia ele gravar uma mensagem aos portugueses, em busca de solidariedade? 

 

 



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