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Pedro Silva Pereira na Quadratura do Circulo, a sujeitar-se às criticas mordazes e inteligentes de António Lobo Xavier e à crítica política de Pacheco Pereira, só mesmo porque estamos em período de pré-campanha eleitoral.
Secret World - Peter Gabriel ao vivo em Modena 1994 - numa interpretação, realização e encenação a roçar o genial.
... acusou José Sócrates de "caluniar" as entidades internacionais "a quem pede ajuda" e de "caluniar os credores" depois de pedir empréstimos. "Esta duplicidade é um péssimo sinal para o exterior", acrescentou, referindo que se Portugal tivesse pedido ajuda externa há mais de um ano, teria estado em melhores condições para o fazer, e em melhores condições para cumprir eventuais programas de reformas económicas.
António Barreto:
José Socrates foi assediado pelos jornalistas brasileiros que vieram cobrir a condecoração do presidente Lula. Um incómodo, portanto, para o Primeiro Ministro Português demissionário:
«(...) existe na vida de todas as pessoas um lugar firmemente enraizado entre os sonhos e a realidade. É o lugar que os faz seguir em frente. O lugar onde a esperança e a fé possuem vida própria» (Michael Adamse, O Psicólogo de Deus).
É triste sabermos hoje tantos são os nossos em que o lugar para o sonho já não existe. Esses, cuja realidade amordaça toda a esperança e a fé. Os espoliados de vida própria.
Restam os outros: os do sonho burguês e acomodatício. Ou os do sonho frugal, mas imenso - o sonho da paz e da liberdade do espírito. Ainda que, no limite, encarcerados de corpo.
Refiro-me a momentos tão grandiosos como o sussurrar dos juncos, ou o deslizar do cisne nas águas. Quando não, o do seu canto - se a nossa dignidade se sobrepuser ao medo.
Em frente, pois, com esperança e com fé. De olhos postos numa realidade que valha a pena.
(...) Não pedimos, nem queremos, nem acreditamos, em messias ou anjos. Apresentem-se eles em ascensão ou em queda. Mas todos precisamos de alguém que nos faça elevar-nos em frente (sim, é mesmo isto que quero dizer), desbravando se preciso for à catanada esta selva para a qual fomos conduzidos, em busca do Eldorado inexistente, desperdiçando as especiarias ou o ouro que existiram pelo caminho. (...)
Um inteligente prognóstico (reservado) à campanha eleitoral a que se avizinha pelo João Villalobos a ler na integra aqui.
Já não é só a frenética cidade, mecânica, electrónica, esquizofrénica: atropelados pela vertigem virtual, mediática, escapa-nos a Essência. Caminhamos sem olhar pró caminho, guiados por códigos ergonómicos e imagens plastificadas que nos entram pelos olhos dentro numa cegueira de procura. Entorpecidos e cegos de Sentido. Quando foi a última vez que olhámos para a lua, que ouvimos um coração, escutámos o silêncio?
A realidade fala baixinho mas é coisa completa, sem mediação: só acessível num vagar táctil e silencioso que inquieta. Afinal há uma verdade que se oferece escondida na vontade, subjugada pelas pressas e aflições. Pressa que não tem o meu menino, quando guarda uma folha de árvore seca como se fosse o seu maior tesouro. Quando na espera à janela (sempre a espera) se espanta, e com o dedito desafia a gota minúscula que desliza hesitante no vidro embaciado.
É só no vagar e no silêncio que ecoa o mistério, o espanto que é urgente, antítese da indiferença, do tempo que passa, envelhece e mata sem sabor nem sentido. O espanto dum demorado abraçar, aninhado numa entrega absoluta. O Amor, com odores familiares, sons secretos e gentis texturas, ardentes de vida. O regresso ao sereno mistério duma Catedral que brilha no silêncio da noite, em festa pelo reencontro, pela ressurreição. Como é urgente o vagar.
Ashes To Ashes - David Bowie
Desta feita, no Porto. As tropas voltaram a convergir para a Rotunda. Face a face, um regime incorrígivel e os símbolos de um Portugal que soube enfrentar e vencer o Império napoleónico.
Ouviu-se o troar dos canhões. Do lado oposto ao dos disparos, ninguém perdeu a compostura: a História é serena. E tentando ver um pouco além do óbvio, talvez seja de acreditar no Futuro, quando o Presente ainda invoca o Passado. Pelo menos no que tange à nossa identidade nacional.
(O Consul francês na cidade, convidado para as comemorações do bicentenário das Invasões, sorria no palanque, amareladamente. Tal como não acontece, na actualidade, nos conclaves ministeriais da União Europeia...).
Já os vi em Cedofeita e nas imediações do IPO e do Estádio do Dragão. Apresentam o seu ideário e recolhem as assinaturas da lei. O propósito é constituir um novo partido pugnado pelos interesses nortenhos. Daí o Partido do Norte.
Não se dizem da Direita nem da Esquerda. Somente actuantes contra os abusos do Poder Central, pelo desenvolvimento da Região. Aqui e no Parlamento, de dedo apontado ao Governo.
Pintados de azul e branco, causaram boa impressão. Mesmo a muita gente das altas esferas da nossa vidinha política, que já lá foi pôr a sua chancela.
Há sinais de que os portugueses começam a compreender onde os socialistas os meteram, de que o PSD vai apresentar um programa finalmente de mudança, e há sinais ténues de que os últimos a compreender, os da comunicação social - sobretudo aquela mais condicionada por profissionais formados no largo do Rato - pressentem também que o clima muda. Os telejornais tornam-se ligeiramente mais equilibrados, o governo menos trazido ao colo, a oposição mais ouvida.
São sinais ténues, ainda, mas talvez prenunciem o que me pareceria a mais divertida campanha: Sócrates criticando a oposição por não ter alternativas enquanto empunha como programa o PEC IV; e a oposição apresentando alternativas e as pessoas para corporizá-las.
Seria muito bom que os Portugueses se convencessem de que merecem bastante mais que esta pose, esta actuação e este discurso político rasteiros (do Sousa, do Pereira, do Santos e do Silva), e ambicionassem mais alto.
Ou, então, sou eu com um raro arroubo de optimismo (essa coisa que o Sócrates também manchou, como tudo).
Um. O Banco de Portugal informa no seu boletim da primavera que o desemprego vai agravar-se, que a recessão vai agravar-se, que a pobreza vai agravar-se. Ou seja, o Banco de Portugal traduz em números as maravilhas de 6 anos de governação Sócrates.
Dois (exemplos, entre muitos) Avelino de Jesus, da comissão de avaliação das parcerias público-privadas (aqueles comboios auto-estradas e pontes que os socialistas encomendavam para os amigos e diziam que eram de borla) demitiu-se porque a comissão não recebe do governo o mínimo de informação para realizar o seu trabalho. Ou seja, ainda chegados a esta situação, os troca-tintas estão dispostos a tudo para que não se saiba o que fizeram.
Três. Um senhorito desclassificado chamou a comunicação social a São Bento para uma «comunicação» inqualificável. Nela se declarou alheio à queda do rating da República, agora BBB- ou pré-lixo, ao caos nas empresas públicas, aos juros calamitosos da dívida (quase o dobro do que pagam os países que pediram a tal odiosa ajuda externa), ao descalabro das contas, e à tragédia portuguesa. E chorou lágrimas de crocodilo. E há-de ter-se rido por dentro. Ou seja, foge enjeitando as culpas, e, durante o processo de fuga, atira as culpas a outros.
Houve gente processada por muito menos.
As musas de Sócrates, Silva Pereira e Santos Silva celebrando os marcos da governação socialista.
A realidade:
Boletim Económico Primavera 2011, do Banco de Portugal: "A actual projecção aponta para uma contracção da actividade económica de 1.4 por cento em 2011 (...). Neste contexto, a economia portuguesa não deverá acompanhar nos próximos anos o ciclo de recuperação da actividade económica a nível europeu..."
As mentiras:
Sócrates, 14 de Maio de 2010:
- “Portugal foi um dos primeiros países a sair da condição de recessão técnica depois da eclosão da crise mundial; foi também um dos países que melhor resistiu à crise em toda a Europa; e finalmente Portugal teve este trimestre o maior crescimento da Europa (…) Isto são factos, não são opiniões nem pontos de vista”.
- “Portugal teve um comportamento que lhe permitiu ser dos primeiros a sair da recessão, que permitiu apresentar-se como um dos países que melhor resistiu à crise e que mais cresceu economicamente em 2010”.
Sócrates, 13 de Agosto de 2009:
- O crescimento da economia do país no segundo trimestre (0,3% ) mostra que há uma "viragem da economia portuguesa".
- "Com este resultado, Portugal sai tecnicamente da recessão económica em que se encontrava. Portugal é aliás um dos poucos países europeus que sai da recessão técnica enquanto o conjunto dos países europeus continua em recessão".
- O resultado do PIB no segundo trimestre do ano "vem dar uma redobrada confiança à linha política que temos seguido no domínio da economia portuguesa".
- Os dados divulgados pelo INE "confirmam o acerto da política que temos seguido no que diz respeito às famílias, ao apoio às empresas e à promoção de investimento público, condição essencial para melhorar as condições da nossa economia e dar mais oportunidades de emprego".
As declarações de Lula da Silva à comunicação social ontem num jantar com Mário Soares e José Sócrates sobre a malignidade duma intervenção do FMI e que hoje ribombam nos media, como qualquer wishful thinking, são completamente inúteis. Certo, certo, é que o Estado português terá que se financiar nas próximas semanas em milhares de milhões de euros para cumprir os seus compromissos. Foi nos mandatos deste governo socialista, que ainda sonha com obras faraónicas como o TGV e o novo Aeroporto de Lisboa, que a dívida da república quase duplicou. Se mais ninguém lhe emprestar dinheiro, não restará outra alternativa a Sócrates do que pedir ajuda ao FMI. Cá se fazem cá se pagam!
Em 29 de Março de 1809 as tropas francesas da 2ª Invasão, tendo partido de Braga, chegavam finalmente ao Porto. A notícia fez o pânico alastrar, e a fuga foi o intento de toda uma população indefesa perante a fama hedionda de Soult e dos seus soldados. Os quais, de resto, principiaram logo banqueteando-se com o saque do burgo, sem deixar peça de ouro ou de prata no seu sítio.
O rumo possivel, para escapar às atrocidades do exército napoleónico, era apenas o do rio. A sua travessia, Gaia e, servindo de barreira à progressão da jacobinagem, a força das águas, uma vez utilizada e destruida a ponte.
Vale dizer, uma longa sequência de barcaças, amarradas entre si, a toda a largura do Douro, e com um estrado por cima. Frente ao cais da Ribeira.
A multidão precipitou-se sobre esse improviso oscilante. Que cedeu, quebrou, a meio do percurso. Na aflição das gentes, os que vinham atrás não se aperceberam e continuaram a gritaria, os empurrões, a correria... para a morte.
Parece não ser possivel determinar com precisão quantos os afogados e desaparecidos. Entre os 400 e os 2.000 há muitos números e muitos autores, coevos ou não, absolutamente díspares. Sabe-se, de ciência certa, que - como quase sempre - as vítimas foram sobretudo mulheres e crianças.
As "Alminhas da Ponte" é um baixo-relevo da autoria do Mestre Teixeira Lopes (pai), em 1897. Então como hoje - 202 anos volvidos sobre o desastre - mantém acesas as velas quem não esquece os (possivelmente) seus antepassados, o horror dos seus momentos finais, a raiva que os tripeiros sempre manifestaram ante os estranhos que chegam e já querem mandar e rapinar.
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Os seus coments parecem bastante similares aos "cu...
Diz bem, a começar. Pois outras medidas mais drást...
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Os erros ortográficos cometidos por analfabetos (d...
já havia problemas antes da vinda em grande número...