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O filme de João Mário Grilo "Duas Mulheres" estreia hoje. Tive a felicidade de o já ter visto em ante - estreia no início desta semana e, francamente, gostei. É evidente que não é um filme isento de falhas. Existirá algum sem elas? Mas o resultado final é positivo. João Mário Grilo é um realizador exigente consigo mesmo e que utiliza, dentro de um orçamento reduzido, vários meios técnicos e planos pouco vulgares em Portugal. A produção é de Paulo Trancoso e da Costa do Castelo Filmes. Com excelente imagem e som, "Duas Mulheres" revela-nos uma sensual Débora Monteiro e confirma-nos Beatriz Batarda como actriz de respeito num elenco que conta, entre outros, com Virgílio Castelo, Nicolau Breyner e João Perry. Conforme escreve hoje o "Expresso", trata-se de um filme sobre poder e sedução. Joana (Beatriz Batarda) é uma médica psiquiatra, a quem um dia surge no consultório uma modelo (Débora Monteiro) que sofrera uma espécie de ataque de pânico. A psiquiatra fica intrigada com a história desta jovem, que inexplicavelmente perdera o controlo do seu Mercedes em plena auto-estrada. Percebe tratar-se de uma prostituta de luxo e, contra a sua prática habitual, resolve dar-lhe o seu número de telemóvel.
Será inicio de uma escaldante relação que a levará para fora do confortável mundo, onde vive fechada há demasiado tempo.
O resto da história...só vendo.
As declarações do ministro dos Assuntos Parlamentares Jorge Lacão ao afirmar que poderão ser cobradas portagens nas três autoestradas SCUT (sem custos para o utilizador) do Norte e Centro do país enquanto os diplomas da oposição de revogação não forem promulgados feitas logo após a oposição ter aprovado no Parlamento, na generalidade, a revogação da aplicação do sistema de identificação eletrónica de veículos (vulgo CHIPS) com o argumento técnico de que a votação na generalidade "foi apenas intercalar" e, como tal, "sem eficácia externa", revelam o mais total e completo desprezo pela decisão da maioria dos representantes do povo português e são um verdadeiro "convite à rebelião" popular nas zonas afectadas. Esperemos que o bom senso regresse às mentes do ministro e do secretário de Estado Paulo Campos sob pena dos mesmos irem ter dias muito difíceis nas próximas semanas...
Cavaco Silva: a situação económica do País é "insustentável" e na "situação em que nós nos encontramos parece-me urgente que toda a política pública seja avaliada em termos do seu efeito sobre a competitividade externa das empresas".
Caro João Távora,
Não estás sózinho em qualquer das decisões tomadas.
É realmente com pena que nos vimos obrigados a ter tomado a decisão agora anunciada.
Um grande Amigo meu e que muito respeito, A.C.M., ensinou-me certa vez que "é fácil ter razão, difícil é mantê-la".
O Carlos começou bem mas não conseguiu, infelizmente, perceber que a denúncia de bloggers anónimos - prática realmente condenável porque feita por cobardes que têm o atrevimento de invocar a Honra, quando não têm a coragem de assumir a sua identidade e de responder pelo que escrevem - não podia nem devia confundir-se com uma autêntica cruzada pessoal de ajuste de contas, em que tudo passou a valer.
Aqui, no Corta-Fitas, defende-se o primado das ideias políticas. Ideias duras, por vezes, antipáticas ao vulgo, outras tantas, mas ideias. E também se combatem ideias políticas, ideias que consideramos falsas ou enganosas, mesmo que encantatórias para a maioria das pessoas.
Por mim, lamento o sucedido e faço votos sinceros para que o Carlos, no seu próprio interesse, descortine a diferença entre o combate político e o ataque pessoal, não sacrificando a obrigação daquele à tentação deste.
Adiante.
Na sequência dum encontro de ontem ao jantar dos Corta-fitas foi tomada a decisão da exclusão do Carlos Santos, colaborador que eu próprio sugeri e convidei para o blogue. Foi do consenso geral que a sua continuada insistência num estilo acintoso e provocador é incompatível com a linha deste blogue, espaço que queremos aprazível, lúdico e de debate de ideias, mas nunca de pessoas, que afinal nos merecem todas o nosso profundo respeito cristão e humanista. Deste fracasso não quero deixar de assumir o principal protagonismo.
Nota: o parágrafo antecedente não invalida o princípio geral de que, no Corta-fitas todos os textos publicados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.
O táxi acabara de sair da Segunda Circular quando, na curva para a Rotunda do Aeroporto, um de nós declarou, surpreendido, desconhecer que uma certa rua se situava ali. Foi o despoletar da artilharia informativa que palpitava na criatura de mãos no volante. A expressão alargou-se-lhe num sorriso de confirmação, suportado por veementes acenos de cabeça, seguindo-se o disparo da tal pergunta a que esta mulher não sabe – ou não sabia - responder: «E os senhores conseguem dizer-me onde fica a Primeira Circular?» Não conseguimos. A solução do enigma apresentou-se, por isso, triunfante: «A Primeira Circular é, nem mais, nem menos do que a Avenida Infante D. Henrique!». «Circular?», interrogámo-nos, cépticos, recordando o trajecto rectilíneo que costumamos percorrer. «Circular!», insistiu. «Faz a ligação de Moscavide ao centro da capital, ou seja, ao Terreiro do Paço». Perante o pasmo e a admiração de que prodigalizámos ruidosas manifestações, atirou-nos segundo disparo: «E qual é a maior rua de Lisboa?» Entreolhámo-nos, perplexos. «É a Rua Maria Pia», avançou rapidamente, quando se apercebeu de que entrávamos no jogo dos palpites. Podíamos acertar… «E qual é a maior estrada de Lisboa?» A Estrada de Benfica, aventámos. Validou a hipótese, sobriamente, e voltou à carga: «E a maior avenida?» Confessámos a nossa ignorância e ripostou, ufano: «É a Avenida Infante D. Henrique!». Aí tínhamos, de novo, a Primeira Circular. «E qual é a rua de Lisboa que tem trânsito de peões e automóveis, mas não tem uma única porta?» A mudança de registo deixou-nos descalços. «É a Rua Henriques Nogueira», esclareceu. Mas como continuássemos descalços, esmiuçou o esclarecimento: «Fica nas traseiras da Câmara Municipal, uma viela sombria, que abre sobre a Rua do Arsenal». Aaaah! Não pude, lamentavelmente, apontar todas as curiosíssimas questões que nos colocou. Mas retive ainda que o nosso taxista já tinha escrito um livro sobre Lisboa – ou, precisando, já colaborara, com a sua sapiência, na elaboração de um livro escrito por terceiro, cujo nome não desvendou; e que, não morando nos Olivais, era capaz de localizar qualquer ponto do bairro ao nível dos números de polícia. No momento da despedida, pensei em pedir um contacto a esta preciosidade para as minhas «notas olisiponenses». Mas acanhei-me… Sou, definitivamente, uma corta-fiteira de meia-tigela.
Ainda pensámos aliviar o espaço, mas decidimos que vamos manter o velhinho leitor de CDs na estante do escritório lá de casa. É aí que os miúdos quando pequenos, empoleirados na cadeira, tocam, tiram, mudam e põe as suas cantigas de roda, histórias de encantar, bandas sonoras e outros sucessos, enquanto a mãe tamborila veloz no teclado as suas intermináveis traduções.
Hoje, a desmaterialização da música descarregada em bites e baites do mp3, num computador ou noutro artefacto, é coisa de adolescentes ingratos ou graúdos armados em espertos. Os pequenitos, como eu há mais de quarenta anos, merecem a experiencia táctil do objecto, do fascínio da capa com folhetos, e ouvir, e até estragar os seus discos com figuras, à distância mágica dum simples botão “ligar e desligar”.
Sei bem que, mal-agradecidos, seguirão os passos dos irmãos, tapando também os ouvidos com uns fones a zunir, e que jamais entenderão a minha excentricidade de ouvir um sólido vinil, que afinal têm um “altar” condigno no sitio mais nobre da sala, para os meus raros momentos recreativos, de puro e solitário deleite.
Parece-me evidente que, se há uma Segunda, tem, pela mais elementar lógica das coisas, de haver ou ter havido uma Primeira. Mas alguém sabe do paradeiro da Primeira Circular de Lisboa?
"O senhor não daria banho a um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho a um leproso."
Madre Teresa de Calcutá, daqui

António Manuel Couto Viana morreu no passado dia 8. O Parlamento exprimirá esta semana o seu pesar, através do correspondente voto. Um voto de pesar não tem que ver com opiniões pessoais, antes materializa a posição institucional de um órgão de soberania sobre um acontecimento infausto, neste caso a morte de alguém. Veremos por isso, esta semana, quem é quem. Que Deputados lamentarão a morte de Couto Viana e quais se recusarão a prestar-lhe a homenagem devida. E tiraremos conclusões.
A vitória de Portugal por 7 a 0 frente à Coreia do Norte pode ter trazido sofrimento e perseguição aos desgraçados mas esforçados jogadores norte-coreanos. É que, a fazer fé na crónica de José Milhazes, correspondente da SIC em Moscovo, os russos avançam hoje que um dos possíveis destinos da selecção norte-coreana é... ser internada num campo de concentração ou... obrigada a uma mina de carvão. É isto que escreve a imprensa russa e não é a brincar que o afirmam!
Segundo Milhazes, estas afirmações recordam um episódio da história do futebol soviético, mais precisamente do jogo entre as selecções da URSS e da Jugoslávia em 1952, nas Olimpíadas de Helsínquia. Nos oitavos de final, os jogadores soviéticos estavam a perder 1:5 frente aos jugoslavos, mas acabaram por empatar por 5:5, obrigando à realização de um jogo de desempate no dia seguinte. A URSS perdeu 1:3 e foi eliminada. Nessa altura, a União Soviética era dirigida por José Estaline, um dos principais mestres de Kim Jong-il, e o ditador soviético não ficou indiferente a essa derrota. Participou inclusive na escolha das formas de castigo dos seus futebolistas.
Também num outro momento, em concreto em 1948, Broz Tito, Presidente da Jugoslávia tinha rompido as relações diplomáticas com a URSS, o que fez dele um inimigo especial de Estaline, levando a imprensa soviética a chamar-lhe “cão do imperialismo”, etc.. Furioso com a derrota, que considerou um “crime político, Estaline dissolveu a equipa de futebol do TsDSA (clube pertencente ao Exército Vermelho), que tinha dado à selecção 5 dos vinte jogadores e o treinador. Além disso, retirou o título de “mestre do desporto” a grandes nomes do futebol soviético como Petrov, Arkadiev, Bachachkin, Nikolaev, Beskov e Krijevski. Mais, foi inclusive ordenada a destruição de todos os filmes e fotos desse jogo na União Soviética.
A verdade é que esta situação tem antecedentes na Coreia do Norte já que o ditador Kim Jong-il já começou a imitar o seu mestre logo após a derrota contra Portugal: os órgãos de informação norte-coreanos não comunicaram o resultado do jogo entre a Coreia do Norte e Portugal e foi suspensa a transmissão de outros jogos da selecção nacional.
Nos anos 60, o seu pai, Kim Il-sung, havia enviado para um campo de concentração os jogadores que perderam a partida frente a Portugal em 1966...
Que trágico e cruel destino esperará os simpáticos jogadores?
(Na Praça das Flores...)
Parece-me incontroverso que, em todo o lado, nas empresas, nos serviços, na administração pública, há os que fazem, há os que não fazem, há os que fazem que fazem mas não fazem, e há os que não fazem, nem deixam fazer. Não sei em que grupo inseriria o António Costa que preside à municipalidade lisboeta, mas sei que, contrariamente ao Miguel, o excluiria, sem hesitações, do primeiro. O mesmo não diria do «Zé que faz falta»: goste-se ou não da criatura, das suas ideologias ou dos seus métodos, o «Zé que faz falta» tem feito coisas no seu específico pelouro. As praças e os jardins de Lisboa, especialmente os do centro turístico, têm sofrido obras de melhoramento que, no quadro de inacção que parece caracterizar a chefia camarária, merecem referência, mesmo que apenas por constituírem a excepção. É certo que nem todos esses espaços verdes estão ainda convenientemente «reverdecidos». E aproveitaria o ensejo para chamar aqui a atenção para aquele, cujo banco vem, desde há uns anos e diariamente, lançando apelos tristonhos do blogue Abrupto.
Que me perdoe o meu amigo João Távora mas não há consenso possível quando o que está em causa é a violação de direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Por muito que isso implique a "violação" do PEC por parte de quem quer que seja, com as consequências financeiras que daí vierem. Nessa medida, muito mal andará o PSD e qualquer outro partido se se comprometer com o PS nesta matéria, ainda que alterando ligeiramente a versão inicial da lei, com o argumento de que não haverá controlo da localização dos automóveis para fins que coloquem em causa a privacidade dos cidadãos. E a razão última, para além de todos a que já nos referimos em anterior post, será sempre esta: ninguém deve pagar pela instalação de um dispositivo destinado a um "serviço" totalmente inútil e que não pretende utilizar senão tiver alternativa. E a alternativa que o PS nos "oferece" neste caso, como em muitos outros no passado, é só uma: PAGAR E CALAR! A questão do chip ser a única forma de pagamento das SCUT é, apenas e tão só, um mero e mentiroso pretexto. Já chega caro João!
O assunto da supressão das SCUT sob o princípio do Utilizador Pagador, convenientemente embrulhado na questão dos chips, é prova provada da completa ingovernabilidade deste País. Qualquer cidadão com memória lembra-se que o fim das SCUT foi bandeira empunhada por Bagão Félix há cinco anos no governo PSD CDS de Santana Lopes, sob a berraria indignada das Comissões de Utentes e autarcas respectivos, sempre patrocinadas pela oposição Socialista. Hoje os mesmos protagonistas simplesmente trocaram de lado na barricada: com custos insustentáveis para o erário público, em boa hora o governo Sócrates viu-se obrigado a inverter a estratégia, quem sabe se reconhecendo que não cabe aos contribuintes indiscriminadamente pagarem as auto-estradas que não usam. Em sentido contrário posicionam-se agora os partidos da direita, numa tentativa de tirarem partido do descontentamento das populações que perdem privilégios, e de se descolarem da impopularidade do executivo.
Finalmente, fazer dos chips nas matrículas um "caso" insanável parece-me um mero pretexto para a assumpção duma atitude oportunista, tanto do meu partido quanto dos sociais-democratas: o monstro do big brother a controlar os automobilistas tugas é um argumento populista e incendiário que assanha facilmente as hostes tão propensas a teorias de conspiração. E que, por um mero prato de lentilhas, não hesitam empurrar Portugal um passo mais em direcção ao abismo.
“O aumento de impostos [previsto nas medidas aprovadas] é suficiente para os objectivos orçamentais”
José Sócrates, 4 de Junho de 2010
Read my lips. No new taxes! Cá estamos para ver.
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