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Por razões óbvias: que não lhes falte inspiração em 2010.
Para sabermos o que contar quando a revolução chegar. Que nos fuzilem assim com estilo.
Está decidido: hoje não vou para o mar, fico sossegado em casa com a patroa e os pequenos.
Levasse a brincadeira mais a sério e este era o meu blogue revelação do ano.
Desde que conheci a minha mulher que por inerência sigo a carreira de Hugh Grant. A principio seria um tipo de "concorrência" que em nada me deveria afectar, e além disso, as suas comédias são divertidas e definitivamente gosto da pronúncia inglesa no cinema. Mas confesso que ultimamente o rapaz já me irrita um pouco: só eu é que envelheci nos últimos implacáveis anos. Mais velho que eu um ano, o rapaz continua um jovial sportsman e aquela guedelha rebelde enche-me de inveja. Uma tremenda e insanável injustiça.
Neste último dia do ano vou armar em sabichão da política e lembrar o post que aqui escrevi no ínicio de Outubro, intitulado "Cansaço à Partida" sobre os primeiros dias do actual Governo. Se na altura Sócrates ainda corria, agora parece estar parado apenas preocupado com a "opinião pública", à espera que Cavaco defina a sua situação, liderando um Governo sem garra (para usar uma expressão feliz de Ernâni Lopes sobre o País), incapaz de lidar com a crise, sem nenhuma medida que inspire confiança num futuro melhor. Entretanto, pergunto-me o que pensam agora os portugueses que, votando no PS ou abstendo-se, permitiram que continuassemos neste triste estado. Será que perceberam, passada a excitação dos "casos" da campanha eleitoral, que ou este País muda muito ou estamos condenados à pobreza e à depressão?
Enquanto os telejornais, com reportagens e entrevistas, dão a extraordinária notícia de que, apesar das expectativas, o mau tempo não trouxe cheias, vitimas, ou prejuízos de monta, ficamos a saber que as negociações entre o ministério e os sindicatos de professores falharam uma vez mais.
O filme repete-se, o indomável monstro conhece a sua força e o jogo está viciado: os docentes do Estado, por obscuro mérito uma classe inimputável, manterá para sempre as regalias dum posto vitalício e sem sufrágio. Nesta amálgama, pelos maus pagam os bons e os bem intencionados. O país, esse, continuará a fingir que se aprende nas escolas públicas e que o ensino é acessível a todos os cidadãos.
Gosto muito de ouvir a Rádio Europa (90,4 Mhz), sobretudo pelo destaque que dá ao jazz, caso único nas estações portuguesas, mas como em cada um de nós há um programador musical, um DJ, também tenho as minhas críticas. A primeira delas é que sendo sucessora da Rádio Paris-Lisboa calculo que esteja obrigada a passar todas as noites e ao fim-de-semana intermináveis noticiários em francês, que provavelmente nem na respectiva embaixada são ouvidos. Ainda há uns programas de entrevista ao fim do dia com músicos e outros “agentes culturais” que acho que só devem interessar aos amigos mais próximos e a um ou outro familiar dos entrevistados, mas enfim…
A minha grande crítica é que sendo o jazz um género musical cheio de história e muito variado, a programação da Rádio Europa repete as mesmas músicas como se fossem canções pop de qualquer tabela dos 10 +. Além disso, apesar de a intenção ser boa, de divulgar os nossos valores, a verdade é que a insistência em passar músicos de jazz portugueses estraga qualquer programação. São cantoras irritantes, como Jacinta, Maria João, Paula Oliveira (julgo que é esse o nome), entre várias outras, que não percebem que certas músicas que nos habituámos a ouvir interpretadas por Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Sarah Vaughan ou Dinah Washington não cabem nos seus repertórios e vozes. Também irritante é a mania das guitarras distorcidas dos nossos Pat Metheny, que deviam ir para o rock em vez do jazz. Ainda por cima, passam muitas vezes logo de manhã, que é para uma pessoa acordar bem disposta com aquele chinfrim sem sentido…Dos que conheço, músicos portugueses de jazz só o pianista Bernardo Sassetti e o saxofonista Carlos Martins. São só os meus gostos, e não tenho pretensões de perceber de música, mas como quero continuar a ser um ouvinte fiel da Rádio Europa, acho que tenho direito a eles.
Tem razão o Duarte: são realmente inconcebíveis muitos dos nomes ou alcunhas de futebolistas nados ou de passagem por Portugal em busca duma centelha que os catapulte para a fama. Suspeito que alguns, de tão estrambólicos que são, carregam em si o estigma do falhanço: só um louco acreditaria que um jogador chamado Caicedo teria sucesso em paragens lusas (e este Sinama-Pongole não me soa nada bem). De resto Olegário Benquerença que para bem da industria se ficou pela arbitragem, só pode ser um herói: tudo o que alcançou, fê-lo apesar do seu nome. Imagine-se a risota quando na aula a professora nomeava o Olegáriozinho para resolver um problema no quadro. Ou será que o chamava “menino Benquerença”?
Vem isto a propósito das especulações à volta da contratação pelo Sporting do centro-campista Manuel Fernandes ao Valência. Apesar de pouco provável (quando a esmola é muita o pobre desconfia) a coisa soa-me muito bem: Manuel Fernandes é nome de sportinguista, coração de Leão, nome de “sete-a-um”. De resto sempre me pareceu um inestético equívoco a sua passagem pelos vizinhos do bairro de Benfica.
Um milhão e 250 mil euros foi quanto o estado investiu, há mais de um ano com o Parque de Ondas da Aguçadoura ao largo da Póvoa do Varzim. O projecto apresentado com pompa e circunstância peloentão visionário ministro Manuel Pinho encontra-se hoje falido e as máquinas avariadas em terra (não duraram três meses).
Espanta-me que de há uns meses para cá, para muitos socialistas e apoiantes de Sócrates (incluindo alguns que se dizem de direita...), tão mau ou pior do que dizer mal do primeiro-ministro é dizer mal de Pedro Passos Coelho. Aliás, nem é preciso dizer mal, basta pôr em causa que ele foi escolhido pelos deuses para ser líder da oposição e que deve caminhar sem adversários ou críticas para o lugar que lhe está destinado à nascença. Também é significativo que se refiram sempre a Passos Coelho como "o melhor líder para o PSD", mas nunca como "o melhor primeiro-ministro para Portugal". Claro que no PSD há quem não note, ou não queira notar, a diferença, mas creio que a maioria percebe perfeitamente a distinção.
Adenda: É claro que se certas pessoas, sobretudo as que têm intervenção na Comunicação Social, dissessem mal de Sócrates mas poupassem Passos Coelho, a vida corria-lhes melhor. E se fossem apoiantes de Passos Coelho então nem se fala.
O João Miguel Tavares disse hoje adeus ao DN. Está tudo dito neste seu último artigo. E muito bem dito, refira-se.
Desde que trabalho em comunicação empresarial que todos os anos na véspera da quadra natalícia se me põe o mesmo dilema: que fazer com o costume das “Boas-festas” aos clientes e parceiros? Será esta uma eficaz acção de relações públicas ou antes uma irritante espiral de desperdício da qual as empresas e instituições não se conseguem libertar, aprisionadas que estão umas às outras em cumprimentos meramente protocolares?
Para lá duma meritória política de Solidariedade Social que extravasa este tema, parece-me que o que sobra do espírito de Natal, uma festa de natureza intimista e familiar, para o mundo empresarial é realmente pouco. Mas até hoje nunca tive convicção suficiente para propor a extinção deste ritual: é difícil ter uma boa desculpa para não retorquir educadamente a um Cartão de Natal. E se assim é, acabo todos anos condescendendo à tradicional dança de cartões, se possível com um desenho original, de preferência em apoio de alguma instituição carenciada, e sem esquecer a imprescindível "versão electrónica interactiva".
Vêm estas palavras a propósito duma inocente provocação aqui há dias do Paulo Pinto de Mascarenhas em que afirmava que não há Cartões de Boas-festas grátis. Tirando uma leitura das relações sociais "à moda da National Geographic", e apesar de os "verdadeiramente desinteressados” estarem em vias de extinção, ainda os há: são os Cartões daquele parente diplomata, e de um ou outro amigo mais antiquado ou extravagante que teima calorosamente em fazer-se presente na árvore de Natal cá de casa. Uma coisa impossível de fazer com as milhentas bonecadas que entopem a minha caixa de correio electrónico ou a página do facebook nesta quadra. Sinais dos tempos.
Brilhante entrevista de Maria João Avillez a José Tolentino Mendonça no jornal I .
Numa coisa as contratações de Inverno do Sporting parecem melhores do que as anteriores. Pelo menos, os nomes dos jogadores não querem dizer coisas, nem se prestam a trocadilhos, como Caicedo ou Angulo. Matías Fernandez não soava a nada, mas parece que, por razões que se desconhecem em Alvalade, tinha sido alcunhado como Matigol. E é momento para lembrar o grande pioneiro desta série, Izmailov. Agora quero ver quem faz gracinhas com o nome de João Pereira ou de Pongolle, os novos reforços. Bem, com este último é capaz de se arranjar qualquer coisinha...
Havia um jogador de futebol brasileiro chamado Cafuringa, mais conhecido como Cafú. Era um atacante habilidosíssimo, passava velozmente por todos os jogadores, muitas vezes deixando-os "sentados" com as suas estonteantes fintas, criava sempre lances de perigo. Mas o Cafú tinha um grande problema. Ficava tão encantado com a sua habilidade que, em vez de chutar à baliza ou passar para um jogador bem posicionado para marcar golo, saía pela linha de fundo com bola e tudo. Marcelo Rebelo de Sousa lembra-me muitas vezes um Cafú da política. Em vez de aproveitar as chances que tem para tentar governar o País, a sua indiscutível inteligência e cultura fica reduzida aos comentários dominicais na RTP e parece que está sempre à espera de "impossíveis" (apelos de ex-líderes do PSD, unidade do partido, timings que julga apropriados, etc) para dar o passo decisivo. Faz sempre mais uma finta em vez de chutar a golo e arrisca-se a, um dia, sair pela linha de fundo com bola e tudo. Dizem-me amigos especialistas em Direito que também nesta área, apesar de ser um óptimo professor e ganhar bem a vida com o seu trabalho, não tem obra à altura dos seus inegáveis méritos. É uma pena ver uma das nossas mentes mais brilhantes desperdiçar desta maneira os seus talentos. E logo num País que tanto deles precisava.
Ilustração de Paul Gustave Doré (Séc. XIX)
Evangelho segundo São Lucas 2, 41-52
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era costume nessa festa. Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-l’O entre os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Passados três dias, encontraram-n’O no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviam estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?». Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse. Jesus desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua Mãe guardava todos estes acontecimentos em seu coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.
Da Bíblia Sagrada
Como contraponto às Anas Montanas, Hello Kities e outros lixos televisivos ou musicais, enquanto elas deixam eu tento impingir alguma higiene cultural às minhas criancinhas. Desta vez confesso que me surpreendi com o sucesso obtido pelo DVD do Feiticeiro de Oz que comprei há umas semanas lá para casa: o filme passa vezes sem conta e até o mais pequeno pede para o ver: aprecia as músicas, impressiona-se com “o vento” e gosta do Leão. Por fim, acabei por levá-los a ver a versão do La Féria que não os terá impressionado muito, um pouco pobre quanto a mim.
Setenta anos depois a super produção de Victor Fleming, com Judy Garland (Dorothy), Frank Morgan (o Feiticeiro), Ray Bolger (o Espantalho) Bert Lahr (o leão), Jack Haley (o Homem de Lata) e todos aqueles fantásticos cenários e efeitos especiais, os anõezinhos cantores e macacos voadores, continuam imbatíveis. De resto julgo ser consensual que Margaret Hamilton (Miss Gulch) deu corpo à mais iconográfica das bruxas más que há memória.
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óptimo, pode alargar a área de fogo controlado par...
Maria,num terreno da minha família foi o Estado qu...
a ideia de que é impossível juntar várias parcelas...
Não sei responder
Se o pagamento é feito contra a demonstração de qu...