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O post mais abaixo, do Tiago Moreira Ramalho, tem um pequeno problema e uma ligeira injustiça: trata-se da caricatura do programa do Bloco de Esquerda (que é o caso que eu conheço e sobre o qual me posso pronunciar).
A convergência do BE e do PCP não é possível porque os dois partidos se detestam ou, se quiserem uma versão suavizada, os dois partidos competem pelo mesmo eleitorado. Além disso, seria inútil, pois implicaria uma segunda convergência com o PS, que não a deseja nem um bocadinho.
O principal paradoxo destas eleições é o facto da chamada esquerda ter 60% dos votos e a governação que se segue ser da chamada direita. As políticas de esquerda não são impossíveis, como julga o Tiago, mas elas não serão concretizadas na prática.
O programa do Bloco de Esquerda defendia sobretudo três ideias: a nacionalização de duas empresas lucrativas (GALP e EDP) que os bloquistas julgam que foram mal privatizadas; a revogação do código de trabalho e a equiparação das pensões mínimas ao salário mínimo nacional, medida a financiar com impostos sobre as grandes fortunas. Além disso, todos os trabalhadores com 40 anos de descontos deviam poder reformar-se sem penalizações, o que me parece bastante justo, embora talvez utópico.
Este partido não defende a nacionalização das empresas na bolsa e, sim, é contra a privatização dos hospitais. Eles acreditam que o ensino e o aceso à saúde devem ser gratuitos, mas não contestam as escolas ou clínicas privadas.
Durante a campanha, o bloco foi muito prejudicado junto dos eleitores pela distorção de uma sua proposta correcta: o BE nunca foi contra os PPRs, mas sim contra os incentivos fiscais dos PPRs, o que é bem diferente. Visto mais de perto, o bloco é um partido liberal e urbano, que defende serviços públicos e regulação do mercado. Mas não é um partido marxista clássico e centralizado, como o PCP.
Eu concordo com Adel Sidarus, Alan Stoleroff e Alcides Santos, os três primeiros nomes que surgem nesta peculiar petição que parece retirada do tempo de antena de Carmelinda Pereira. E aqui, meus senhores, não há ironia nenhuma.
É imperativo que os programas do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português – muito iguais em diversas matérias – sejam postos em prática. É absolutamente necessário que acabe esta brincadeira que certa gente faz com o exercício de poder. Só experimentando, verdadeiramente, um aumento drástico das prestações sociais obrigatórias, uma monopolização estatal em relação à saúde e à educação, um processo de nacionalizações envolvendo todas, mas todas, as empresas cotadas em bolsa portuguesas; se poderá compreender que aquilo que certas forças, em marchas muito apetitosas para os mais incautos, defendem para Portugal. É preciso que a «democracia» que a extrema-esquerda quer seja uma realidade, para que todos passem a dar valor à verdadeira democracia, sem aspas.
Eu quero mesmo isto. Se me derem a petição eu assino-a. Se quiserem que eu vá ao Prós e Contras defender isto, eu vou. Não estou a brincar. Eu só peço uma única coisa: na véspera da formação de tal governo, digam-me qualquer coisa para o e-mail ou para o telemóvel.
Isto, meus senhores, numa frase que é para não perder tempo, é a prova provada que há gente que nem gente é.
Os irlandeses estão a votar no segundo referendo sobre o Tratado de Lisboa e, segundo dizem as sondagens, deverão aprovar o documento. No entanto, o simulacro democrático é demasiado eloquente sobre o actual estado de impotência europeia. Repetir a consulta até os irlandeses responderem o que se pretende é uma humilhação para os eleitores.
Fui contra o referendo europeu em Portugal para evitar que nos passassem um atestado de incompetência como aquele que está a ratificar o povo irlandês. Ainda bem que não votámos, ou corríamos o risco de rejeitar o tratado e depois íamos votar outra vez até acertarmos na resposta.
Há também a possibilidade dos irlandeses rejeitarem o tratado, mas penso que não se coloca a situação de decidirem por nós. Não se percebe bem o que acontece nesta circunstância, mas provavelmente existe um esquema de empurrar a Irlanda para um segundo (e menor) patamar de integração. Seria uma espécie de purgatório semelhante ao que alguns querem desenvolver para a Turquia, que cumpre todos os critérios de adesão mas que não entra no clube até que exista formalmente este segundo nível.
Às vezes, apetece dizer sobre a UE o mesmo que Gandhi disse quando lhe perguntaram o que achava da Civilização Ocidental: "Acho que seria uma boa ideia".
Deixo uma reflexão: a única solução para o défice democrático será a realização de um referendo a nível europeu para os futuros tratados da UE.
A existência tende para o caos, para o desalinho, para a corrupção e para morte. Cabe aos homens, unidos nos mais variados contextos, contrariarem com teimosia esse destino: a criar, a construir, a manter, a restaurar, a empreender e a amar: numa constante ressurreição, para triunfo da vida.
Na imagem: Guernica de Picasso.
José Sócrates reagiu ontem ao discurso do Presidente da República, dizendo que não tem muito a acrescentar ao que Pedro Silva Pereira já tinha dito. Mesmo assim, ainda soltou esta: "Espero que não seja necessário voltar a tal tema, que é um tema lamentável que em nada contribui para a elevação do prestígio das instituições da República".
O primeiro-ministro afirmou que vai continuar apostado "numa relação com o Presidente da República e Presidência da República que seja institucionalmente adequada e correcta", que assegure a "cooperação institucional".
Ora, para quem quer sair por cima, depois da declaração algo ríspida de Cavaco Silva, chegar 20 minutos atrasado ao encontro com o Presidente da República é, no mínimo, arriscado. E pouco coincidente com o que disse ontem, não?
Esta reflexão pós-eleitoral de Alexandre Homem Cristo.
... desculpar a ruína dum politico pela sua inocência e lisura é o mesmo que justificar a derrota dum boxeur por ser pacifista.
28 Setembro
Um bruxo de nacionalidade espanhola foi contratado para provocar uma grave lesão a Cristiano Ronaldo. "Não sou antimadrilista. Sou um profissional e pagam-me muito bem para usar os meus poderes. Sou uma mistura de sacerdote com médico. Contrataram-me para que Ronaldo sofra uma grave lesão. Vai deixar de ser estrela pois irá estar mais tempo de baixa do que a jogar"
30 Setembro
Nem tudo foi bom na noite fantástica de Cristiano Ronaldo. O internacional português foi a estrela da noite na vitória do Real Madrid sobre o Marselha, mas teve de deixar o campo lesionado, aos 69 minutos. Um primeiro diangóstico detectou uma forte contusão no tornozelo direito, com derrame e hematoma, que o deixa em dúvida para o próximo compromisso do Real Madrid, que este sábado se desloca ao terreno do Sevilha.
1 Outubro
Cristiano Ronaldo não integrou esta quinta-feira a preparação normal do Real Madrid tendo em vista o jogo de domingo com o Sevilha. O internacional português apresentou-se ainda a coxear na sequência da lesão num tornozelo sofrida quarta-feira frente ao Marselha (...) Ainda hoje fará um exame para avaliar a gravidade das queixas
(...) Nos regimes monárquicos constitucionais como os do Reino Unido, Suécia, Dinamarca, Noruega, Luxemburgo, Espanha, Holanda, Bélgica, Japão, Austrália, Canadá, nunca o Chefe do Estado foi acusado de partidarismo, ou se levantaram suspeitas de que serviços secretos andavam a armar-se em espiões partidários.
É preciso irmos às repúblicas dos EUA (Nixon), França (Chirac) ou ao Portugal de hoje, - já sem falar na Itália ou na Grácia por uma simples questão de decoro, - para confirmarmos, mais uma vez, que a natureza da própria República acaba sempre, mais tarde ou mais cedo, neste espectáculo lamentável a que estamos a assistir.
Nas Monarquias constitucionais contemporâneas, o Chefe do Estado - a Coroa - é o garante do suprapartidarismo do Poder Judicial, das Forças Armadas e da Independência Nacional.
Em República as "secretas" andam quase sempre ao deus dará. Umas vezes só nas mãos do Chefe do Estado, outras sob a alçada do Governo da altura.... por entre os "mixericos" partidários de quem irá ser o próximo Presidente...
Mas alguém tinha dúvidas que iam começar mal as comemorações do tal "centenário" da república?
Luís Filipe Coimbra 31 da Armada
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