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Elis Regina, «O bêbado e a equilibrista»
Confessava eu há umas horas que na semana passada houve notícias que me passaram ao lado. Foi o caso desta. A primeira das muitas que se publicaram sobre o caso já conhecido por Lisboagate. Por ter sido assinada por alguém cá da casa, esta minha omissão carecia de urgente reparo. Fica aqui feito, Francisco. Boa cacha!
"Levado aos seus extremos mais sanguinários, o islamismo integrista recorda-nos, sem dúvida - pela sua impermeabilidade ao pensamento crítico, pelo seu desprezo pela vida alheia, pelas suas pretensões de extermínio daquilo que odeia e pelo seu culto da morte, incluindo o suicídio - os piores traços dos totalitarismos que assolaram a Europa no século passado."
Fernando Savater, A Vida Eterna
Eis uma palavra que para mim não tem cor. «Sempre». Não acredito que «sempre» porque já sepultei eternidades mortas e até apenas feridas. Mas acredito que «agora». Ou que «ontem», se ainda estiver fresco na memória, esta memória que treinei para que consiga apagar os seus rastos como um índio.
A foto da estátua da Peixeira, em Vila Franca, foi publicada pelo Confrade Carneiro Aqui
A condenação do Dr. Jardim, por ter crismado de peixeirada uma opinião crítica da Eurodeputada Estrela suscita alguns reparos. Assim, não se percebe como pode ser considerada moralmente danosa a comparação com a actividade ou as características de uma profissão honesta, como é a das Peixeiras. Por outro lado, o Tribunal parece não ter admitido que, no caso de a referência haver sido feita a uma marca constatável nessa categoria social, louvando muito embora o escrúpulo da ex-Edil sintrense em não querer enfeitar-se com penas alheias, deveria ter determinado a indemnização à classe profissional que deteria o copyright da conduta.
É mais uma injustiça contra os mercadores de peixe. Coisa antiga, se pensarmos que o termo sakana significava precisamente esse ofício, em Japonês, tendo sido importado para o nosso idioma, pelos Descobridores, com a adulteração que se conhece...
“Agora, uma viagem aérea pode ser comprada e o check in feito em máquinas automáticas on line. Já é possível em vários estabelecimentos comerciais usar caixas automáticas, em que é o próprio cliente a registar as suas compras em scanners de códigos de barras e a fazer o pagamento. Com o self-service, as empresas tornam-se mais competitivas. Há já o exemplo dos call centers. E há outras vertentes. A primeira é a apetência que um certo grupo de consumidores, os early adopters, tem por experimentar e testar novas formas de oferta. E apenas 5 por cento de clientes de supermercados se recusaram a utilizar serviços de self-checkout. O feedback dos clientes é muito positivo porque o self-checkout permite uma passagem em caixa mais rápida, sendo que o sistema é user-friendly. Mas falta ainda uma espécie de incentivo, como um voucher que desse descontos, e colocar pequenos chips nos produtos, cuja informação pode ser lida automaticamente.”
Vivi para este dia?
"Elogio do Passeio Público abre um capítulo novo na literatura portuguesa contemporânea", por Baptista Bastos
E porque não um spa em Auschwitz? De Rui Bebiano, n' A Terceira Noite.
Divórcio. De Sofia Vieira, na Controversa Maresia.
Dia mundial da raiva. De Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado.
O socialismo traído. De Tomás Vasques, no Hoje Há Conquilhas.
Retrato de um regime. De Gabriel Silva, no Blasfémias.
Arranja-me uma casinha II. De Pedro Sales, no Arrastão.
O primeiro debate: empate técnico. De José Gomes André, no Bem Pelo Contrário.
Palin e os homens. De Sérgio Lavos, no Auto-Retrato.
Ruy Belo por Mexia. De Pedro Picoito, n' O Cachimbo de Magritte.
Um dos mais belos palacetes portugueses fica na Tailândia. De Miguel Castelo-Branco, no Combustões.
Como começou? Não sei, estive uns dias desligada. Mas pareceu-me que foi por uma conjugação de factores. Inimigos políticos de Santana Lopes, que o quiseram encostar à parede antes que pudesse avançar novamente para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa, e o despeito de um funcionário camarário que decidiu denunciar favores feitos a colegas seus.
Em regra, só assim é que as irregularidades do sistema que todos conhecem, aceitam e até (alguns) aprovam com condescendência, se comentam em sede pública.
Notícia? A atribuição, digamos, irregular de fogos camarários a amigos, familiares e figuras públicas não é notícia para ninguém.
Candidamente Pedro Feist, em declarações ao Expresso, assumiu que desde que é vereador na C.M.L., há cerca de 30 anos, sempre foi assim. A banalização das irregularidades torna-as quase límpidas. Das suas palavras ressalta uma honesta surpresa por tanto barulho acerca de uma prática que salvo algumas excepções, até era simpática.
Ana Sara Brito, a actual vereadora da Habitação, acusada de ter usufruído durante vinte anos de um contrato de arrendamento estabelecido em 1987 com Krus Abecasis, vem agora a público dizer que está de consciência tranquila. O seu contrato de arrendamento de um apartamento no centro de Lisboa foi feito "de acordo com os critérios da época", afirma.
José Sá Fernandes, vereador do Bloco de Esquerda, apoia-a, confirmando as suas declarações. Ruben de Carvalho, vereador comunista, faz notar que neste caso "não há nenhuma irregularidade, porque não há regularidade" e opõe-se à ideia de retirar pelouros à sua colega de câmara.
António Costa não comenta o que foi feito no passado, mas garante que mudou o sistema que conferia poderes discricionários aos vereadores da Habitação na atribuição de casas e rendas. João Soares, ex-presidente da C.M.L., desvaloriza tudo, dizendo que não vai passar de fumaça. Carmona Rodrigues, outro ex-presidente , não fala sobre este assunto. Santana Lopes e Helena Lopes da Costa, já intimados a responder sobre a atribuição do património disperso pelo município lisboeta, espantam-se.
É que sempre foi assim! Porquê isto agora??
Uma história bem à portuguesa, que acabo de ler no Correio da Manhã. São casos destes que continuam a fazer deste país um imenso pátio das cantigas, mesmo sem Ribeirinho nem Vasco Santana.
Pânico em Wall Street
O mundo vai olhar com angústia para a evolução das bolsas nos próximos dias, pelo menos enquanto não houver um plano de salvamento dos mercados financeiros. Ontem, em Wall Street, volatilizaram-se 1,2 biliões de dólares (algo como 800 mil milhões de euros), muito mais dinheiro do que o custo do plano proposto por Bush. As consequências políticas também serão importantes: John McCain não deverá vencer as eleições, pois apostou demasiado no êxito do plano de salvamento, tendo sido abandonado pelo seu partido. A votação de ontem mostrou o pânico entre os republicanos, que estão sob ameaça de serem trucidados nas eleições para o congresso.
Mas a crise deve ser colocada na sua verdadeira dimensão. Está longe de ser o fim do capitalismo e não passa de uma das suas convulsões regulares.
Ontem, a bolsa de Nova Iorque caiu 7%. Os EUA têm uma taxa de desemprego de 6,1% e o ritmo de crescimento económico, este ano, deve atingir 1,6%. O país nem sequer está em recessão. Em comparação, o crash de 1987 representou uma quebra de 22% num só dia. Em 1929, a bolsa caiu 48% em dois meses, iniciando um fenómeno de depressão económica que originou, entre 1930 e 1932, uma nova queda de 86% no valor das acções. A grande depressão foi acelerada por um colapso bancário que destruiu as poupanças dos americanos e levou milhares de negócios à falência. O desemprego chegou a 30%. O contexto era também muito diferente. Não houve intervenção para salvar bancos e deu-se um colapso do sistema de comércio internacional. Nessa época, havia um bloco comunista e a crise alimentou a emergência de um bloco fascista, muito agressivo, que iria mais tarde provocar a guerra mundial.
No passado houve outras quedas bolsistas, sempre associadas a crises. A mais recente recessão foi entre 2000 e 2002. Tudo indica que esta será séria, talvez mais profunda e mais prolongada do que a anterior. Mas, no fundo, depende de tantos factores, que ninguém pode ter certezas.
Quando o New Deal foi decidido muita gente o contestou, acusando-o de inspiração nas políticas desenvolvimentistas de Mussolini, o que, para os ultra-liberais era crime monstruoso. Resultados efectivos e uma propaganda superior determinaram um novo princípio tácito dominante - a excelência e intangibilidade do Mercado, salvo quando tudo parecesse em decomposição, altura em que o Estado Federal poderia passar de vilão a super-Herói, evitando a derrocada com controlos e subsídios astronómicos.
Até ontem.
O que levou 133 Republicanos e 95 Democratas a contrariar os acordos e instruções das suas bancadas num assunto tão sério? À partida, a Câmara, ao contrário do Senado, é terreno mais favorável à "pureza ideológica" do que ao compromisso. Vendo os nomes, tem, porém, de ser mais do que isso. Entre os Dems há razoável coincidência entre os votantes sim e a ala mais solidarista. Porém, no GOP, a confusão é total, com muitos falcões económicos, quase libertários, a aprovar, e outros, menos esperados a recusarem. E se formos ver os candidatos que procuram desalojar parlamentares deste partido, também alguns esquerdistas Democratas desautorizaram a sua mais alta voz, a Speaker Pelosi.
É que esta cometeu um erro: quis que Obama aparecesse como um dos salvadores da Pátria e jogou-o para a frente, nas negociações com o Presidente, para que a este não ficasse reservada a exclusividade do feito. O problema é que, subitamente, a intervenção se revelou impopular, por significar carga enorme para os cofres públicos, à custa do contribuinte. Como a situação de perda ainda não se tinha generalizado, ao contrário de 1929, imperou o egoísmo sádico da sagacidade investidora, em que cada indivíduo acha não estar disposto a verter um dollar pela imprudência das aplicações do vizinho, Este sentimento de que é perder ao jogo fez, subitamente, muita gente escutar o canto de sereia que teoriza serem estas falências e desconfianças uma sangria que, pela santidade automática do livre funcionamento, devolverá a saúde ao animal que é o Mercado.
Pelosi não resistiu a, no discurso de apresentação da proposta resultante do acordo, culpar Bush e a desregulação da área financeira. Os mais empenhados garantes da impermeabilização ao Estado podiam tolerar o ataque à Casa Branca, de cujo ocupante sempre desconfiaram, por aumentar a despesa e a burocracia, com ele tendo entrado em conflito abafado nos casos Lott e Myers. Mas era demais pedirem-lhes que aguentassem uma diatribe contra os seus artigos de fé. Quando se juntam o extremismo do ideário de uns ao utilitarismo eleitoral de outros está reunido o material para catalisar a revolta.
O que tinha parecido uma abdicação inexplicável de protagonismo por McCain, na negociação do pacote que se pretendia panaceia, passou subitamente a ratice política e o seu principal conselheiro económico já veio a público culpar Obama, por ter responsabilidades neste falhanço retumbante. A situação está tão confusa que é impossível prever se a estratégia pagará e se, como poderia parecer, é esta a última oportunidade de passar novamente para a dianteira.
Caro Paulo: Tenho por hábito «consumir» toda a informação que me transmitem com «moderação». Vamos, pois, admitir que no PSD não vai esse «pandemónio» que os mentideros disseminam por entre os interstícios do silêncio de MFL. Nesse caso, vai o quê? Antecipadamente grato pela resposta, mantenho-me, ao seu dispor, aquele que se subscreve com toda a estima. Eu.
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