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... É tempo de lembrarmos as advertências meteorológicas que foram sendo espalhadas no início de Junho, dando origem a notícias alarmistas, sobretudo nas televisões. Dizia-se que o Verão de 2008 podia ser o mais quente de sempre. Aqui e aqui, por exemplo, não faltou esse tom convicto e empolgado, com a inevitável caução "científica" que fez muitos correr às lojas para comprar aparelhos de ar condicionado enquanto vários outros sofriam antes do tempo, imaginando-se já com falta de ar, à boa maneira lusa. Nós, portugueses, adoramos sofrer por antecipação.
A táctica é conhecida: espalhar o medo, semear o pânico. Com assuntos de magna importância, como a "grande vaga de crimes", as "doenças do século" ou os "acidentes em série". Se não houver motivo para pânico, as notícias "não vendem". Toca lá, portanto, a apimentar a coisa. Depois logo se vê...
E o que se viu? Apenas isto: há muito não tínhamos um Verão tão fresco como este. As inabaláveis certezas "científicas" emigraram para parte incerta. Até ao próximo rumor, que pode acontecer já em Novembro. Talvez com a "previsão" de que virá aí o Inverno mais rigoroso de que há memória.
"Creio apaixonadamente que a democracia é um sistema de contenção. Quanto mais poder tens, mais te deves conter."
"Nisto de cumprir promessas, sou muito obsessivo. Porque me parece essencial para a credibilidade da democracia."
"Nunca nos devemos esquecer de que o exercício do poder é temporário. É fundamental, até para a saúde mental de um governante, que o poder seja desmistificado."
"Creio firmemente que tudo começa e acaba no Parlamento. Na verdade, a minha tese é que as eleições não se ganham e perdem nas campanhas, nem nos comícios. (...) As eleições ganham-se e perdem-se no Parlamento."
José Luis Rodríguez Zapatero, em entrevista à edição de hoje do diário El Mundo
Coldplay - "Viva La Vida"
"Nesta III República, nunca um Presidente teve tanto poder político - Cavaco Silva orienta tanto o Governo como a oposição de direita. Após 2009, se não existir um vencedor absoluto, Cavaco Silva será o árbitro para induzir uma qualquer modalidade do Bloco Central com o pretexto de afastar o PC e o (outro) Bloco. E, claro, garantindo a sua própria reeleição".
Carlos Abreu Amorim, Correio da Manhã
"A Lei de Segurança Interna põe o primeiro-ministro na posição ambígua de um superpolícia, que ninguém vigia e a que ninguém pede contas".
Vasco Pulido Valente, Público
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Peço-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, que vos ofereçais a vós mesmos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, como culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, pela renovação espiritual da vossa mente, para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito.
Da Bíblia Sagrada
O Expresso queria enviar jornalistas às eleições angolanas mas não consegue visto. Em vez de ficar satisfeito por ver assim confirmado tudo o que escreveu sobre o regime angolano, o Expresso resolve vir fazer queixinhas e dizer que a CPLP não pode ficar alheia a este ultraje.
Ao ler isto fui invadida por uma onda de ternura que me deixou os olhos rasos de lágrimas, confesso. Imagino já a CPLP a endurecer o tom com que se dirige aos governantes angolanos: "Os senhores governam mal e nós não dizemos nada; os senhores são corruptos, e nós nunca levantámos a voz. Agora isto - isto, meus senhores - é ir longe demais! Desta vez, não vamos cruzar os braços! E somos obrigados a exclamar, com toda a indignação que nos assiste: Apre!"
Esta eleição presidencial nos EUA é já histórica por vários motivos. Desde logo, é a primeira desde 1952 em que irão a votos dois candidatos que não desempenhavam anteriormente funções na Casa Branca, como presidente ou vice-presidente. No campo democrata, fez-se história com a nomeação de um senador mestiço, filho de pai africano e muçulmano - facto inédito na vida política norte-americana. No campo republicano, também John McCain acaba de fazer história ao escolher Sarah Palin, a popular governadora do Alasca, como sua vice. À direita, é também um facto inédito. Geraldine Ferraro, candidata a vice-presidente em 1984, foi até hoje a única mulher a integrar uma parceria democrata à Casa Branca (nesse ano, o recandidato Ronald Reagan derrotou copiosamente o candidato do Partido Democrata, Walter Mondale).
Entre os adeptos de Barack Obama, nos EUA e não só, houve logo quem se apressasse a criticar Sarah Palin, que tem 44 anos, por "falta de experiência". É precisamente a principal crítica que pode fazer-se a Obama: do seu currículo - que inclui sete anos como deputado estadual no Illinois e quatro anos como senador em Washington - não consta qualquer cargo executivo. Palin tem essa experiência, pois governa há dois anos o Alasca. Mas a sua designação deve-se sobretudo à tentativa de McCain de captar o voto feminino - faixa do eleitorado que está longe de se render a Obama, sobretudo depois de este ter excluído Hillary Clinton da corrida à vice-presidência, contrariando muitos dos 18 milhões que votaram nela nas primárias democratas
Reveladoras foram as palavras de apreço que Geraldine Ferrraro e a própria Hillary dirigiram a Sarah Palin mal a notícia foi conhecida. Há hoje nos EUA muita gente a pensar assim, olhando com simpatia esta mãe de cinco filhos (um dos quais deficiente) que fez do combate à corrupção no Alasca uma das suas prioridades e está muito mais associada à palavra mudança do que o vice de Obama, Joe Biden, que mantém um assento no Senado desde 1972. Tinha então Sarah Palin oito anos.
"Travar agora os planos de acção para a integração da Ucrânia e da Geórgia na NATO equivaleria a enviar um sinal completamente equivocado: isso indicaria a aceitação tácita da divisão da Europa em esferas de influência. Não podemos aceitar a ideia de que a Rússia beneficia de uma posição de hegemonia que minaria os direitos soberanos dos seus vizinhos."
Aleksander Kwasniewski, ex-presidente da Polónia (1995-2005), em artigo publicado no Le Monde
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Depois do Algarve, a Ericeira. Hospedado no hotel mais ocidental da Europa - o antigo Hotel Turismo, que conheci na infância, agora pertencente ao grupo Vila Galé. Uma tarde perfeita junto à piscina, dividida entre umas boas braçadas e a leitura de um livro sobre os Beatles, lançado pela ressurgida Ulisseia, enquanto ia contemplando um dos mais deslumbrantes panoramas da costa portuguesa. Sem o menor vestígio de nortada. O jantar foi no restaurante Sul, no Parque de Santa Marta: carpaccio de bacalhau, cogumelos à Sul, salada de meloa com presunto. Fica para outro dia o robalo cozido com algas, que já me garantiram ser excelente.
Falta-nos frequentemente a capacidade de apreciar o que temos de bom - que é muito. Depois de tantos anos a percorrer o estrangeiro, este Verão decidi ficar por cá. E não me arrependi: Portugal é um óptimo país para passar férias. O Michael Phelps que o diga.
As primitivas memórias que guardo dos Verões em Milfontes fazem sentir-me velho. Nos anos sessenta, exceptuando o café da Barbacã, que tinha televisão e gelados, e talvez nalguma casa que eu ignoro, a iluminação utilizada era gerada por lamparinas de petróleo. Nessa época recordo-me de comprar rebuçados a meio tostão, e de na feira de Agosto cobiçar um reluzente bimotor Douglas em folha de flandres. É desses tempos que me lembro das infindáveis horas de sesta a que nós, crianças, éramos cruelmente condenadas todas as tardes. Eu invariavelmente suportava o castigo impaciente, de olhos esbugalhados no escuro, mas com os ouvidos nos sons da tarde mole, que se arrastava lá fora na rua a estalar de calor.
(Continua em baixo)
Uma certa manhã de Agosto, no dia dos meus anos, acordei estremunhado e espremido pelas eufóricas meiguices do meu pai. Chegara de Lisboa e trazia embrulhado de presente um minúsculo insuflável encarnado que (mal ele sonharia) me proporcionou uma das melhores férias de sempre. Eu encaixava que nem uma luva no barquito, que com as palmas das mãos remava com destreza. Na minha imaginação, possuía um autêntico veleiro com o qual alcancei a Índia, cheguei a África e ao topo do mundo. Tirarem-me da água é que era uma carga de trabalhos.
Foto d' aqui.
John McCain escolheu Sarah Palin como a sua candidata a vice-presidente. Como é evidente, as mulheres que se reviam em Hillary Clinton não se deverão rever na republicana governadora do Alaska. Como Barack Obama não teve a coragem necessária para escolher uma mulher, será Sarah a segunda mulher na história dos EUA concorrer à vice-presidência. A primeira foi Geraldine Ferraro, que concorreu com Walter Mondale em 1984. Mais importante, pelo menos para mim, é que Sarah concorreu a Miss Alaska exactamente nessa data, em 1984. Ora aí está, McCain em grande.
Megan Fox.
Depois da injustiça de, no ano passado, teres ficado atrás do brasileiro Kaká e do argentino Lionel Messi, finalmente foi-te dado o devido valor e és eleito o melhor jogador da Liga dos Campeões, para além de melhor avançado. Se, porventura, tiveres o Corta-Fitas nos teus blogues favoritos, não te inibas de nos contar o que realmente se passou com o Real Madrid ou, por exemplo, de nos dizer (só por curiosidade) qual o valor que realmente tiveste que pagar para colocar a tua sigla CR7 na matrícula do carro! Vê tu bem que aqui chegou a informação disparatada de que tinham sido 188 mil euros!! Imagina! Podes responder colocando aqui um post mas, por favor, não o faças por sms para o telemóvel de nenhuma das corta-fiteiras - as pessoas poderiam interpretar mal…
O que se passa com os opinion makers portugueses? Escreve Vasco Pulido Valente, no Público, referindo-se à crise georgiana: “O Ocidente principalmente não percebeu que, para a Rússia, uma verdadeira democracia e uma verdadeira economia de mercado eram um puro suicídio”.
O articulista tenta justificar a reacção russa explicando que o Kremlin (Vladimir Putin, Dmitri Medvedev) vê na acção ocidental parte de um processo de erosão do império russo à qual o centro não poderia sobreviver.
O argumento é extraordinário e legitima não apenas a autocracia de Putin mas o terror comunista. Equivale a dizer que a democracia é impossível na Rússia e que não vale a pena fazer qualquer esforço para a conseguir. Que o ocidente não pode nem deve apoiar qualquer tipo de vontade de liberdade dos povos sob influência russa e, presumo, isto deve valer para a era soviética. O autor também esquece que Moscovo está a esforçar-se por integrar ou aderir a organizações económicas internacionais, G8 ou OMC, visando criar uma economia de mercado.
A angustiante tese sustenta, no fundo, que os impérios nunca mudam, que não reagem a circunstâncias novas, mas antes a realidade deve moldar-se à sua própria produção de circunstâncias. Como se estes poderes flutuassem no vazio.
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"A demagogia adora planos tonitruantes – prisões e...
onde entra a ideologia e a ignorância estraga-se o...
Estranho...não foi no tempo do Estado Novo que arb...
Não é. Num dia havia mais versões para esse evento...
Foi essa desolação que o Estado decidiu alcatifar ...