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Corrosão

por Corta-fitas, em 31.10.07

Estou-me mais é marimbando se «Corrupção» tem uma, duas ou mil e quinhentas versões, sejam elas do realizador ou do produtor. O que acho menos dignificante nisto tudo – e foi a razão pela qual rasguei o meu convite para a ante-estreia nesse sítio que não lembraria aos meus amigos carecas que é o Freeport de Alcochete – é a similitude entre este filme e o «Conversa da Treta».
Na altura, escrevi aqui que o filme da dupla de actores era o que era e assumia-o. Não uma obra de cinema mas stand-up comedy filmada, pelo que um visionamento crítico só poderia confirmar o óbvio e a acção de eliminá-lo era, por isso mesmo, compreensível.
No caso de «Corrupção», a coisa pia mais fino. Entramos no território comercial numa versão linha dura. Armam-se aos cucos dos campeões de bilheteira. Escamoteia-se o realizador e mais quem seja, convida-se a vipalhada costumeira para atravessar a ponte com a exclusiva intenção onanista de se verem reflectidos nos olhos dos outros e o filme que se fecunde.
É uma escola que se faz? Então bem merece estar no fundo do ranking mais miserabilista, culturalmente falando. Porque «Corrupção» começou por querer ser um filme. E depois, ao longo do percurso, transformou-se em iogurte. Mas com um prazo de validade tão curto como a nossa, ou pelo menos a minha, paciência.

Reciclagem

por Corta-fitas, em 31.10.07

Bem sei, já foi há quatro dias, mas só hoje, ao vê-los na capa de uma revista, é que me apeteceu registar o evento.

Este ditador vem a Lisboa (2)

por Pedro Correia, em 31.10.07

Omar al-Bashir.

Presidente do Sudão desde 1993 (tomou o poder por golpe de Estado quatro anos antes). Tem 63 anos.
Segundo as associações internacionais de defesa dos direitos humanos, é actualmente o pior ditador do planeta. Foi ele o maior responsável pela tragédia do Darfur, que se arrasta há quatro anos e já provocou a morte de 200 mil pessoas, além de 5,3 milhões de desalojados. O terror é tanto que, durante o mesmo período, pelo menos 700 mil sudaneses fugiram do país. Foram os que tiveram mais sorte: os restantes morreram ou vegetam em busca dos alimentos mais básicos.
O currículo do cavalheiro é ainda abrilhantado pelos seguintes factos: dissolução compulsiva do Parlamento, extinção dos partidos políticos, fecho da imprensa independente e imposição da mais estrita lei islâmica, que tem vitimado sobretudo a população cristã, do sul do país.
Bashir é um tirano. Portugal prepara-se para recebê-lo com todas as honras.

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Elites autofágicas

por Cristina Ferreira de Almeida, em 31.10.07

Antes de começar a ler o Rio das Flores não resisto a recordar um dos parágrafos mais brilhantes e demolidores que já li sobre alguém. É pena serem as nossas elites intelectuais a demolirem-se mutuamente.

"Fora a acusação de fraude (que me incomoda), Miguel Sousa Tavares trata com condescendência o meu putativo pessimismo e lamenta que o meu conhecimento do mundo não vá muito além de Oxford e do Gambrinus (para quem não saiba, um restaurante de Lisboa). Esta estupidez não é inocente, é profiláctica. Serve para me desqualificar, se por acaso eu disser o que penso (e não disser bem) sobre o Rio das Flores, um segundo romance que já saiu ou vai sair daqui a poucos dias. Mesmo vendendo como vende, Miguel Sousa Tavares não consegue suportar que diminuam o que ele julga ser o seu imenso brilho. A mim, não me aflige que ele se apresente como um génio literário. Desde que não ande por aí a espalhar mentiras".

Vasco Pulido Valente, Público 21 Out 2007

Há uns muito sentadinhos, lá isso há

por Corta-fitas, em 31.10.07
«Alfredo Maia, presidente do SJ, pede aos jornalistas que vistam a camisola com a inscrição Levantem-se pelo Jornalismo». DN, Pág.62.

Ainda a (des)compostura de Sarkozy

por João Távora, em 31.10.07
Na república, o lugar da mulher do Chefe de Estado, a chamada "1ª Dama", é um tão ilegítimo como inevitável devaneio patrocinado pelos media para gáudio da turba. Definitivamente o personagem colhe e garante um bom retorno no negócio do circo mediático. Não me parece viável que um candidato a chefe de estado oculte a sua realidade familiar e afectiva. O ideal será de facto que ela promova boa imprensa e simpatia popular à instituição e ao protagonista. Quer se queira quer não, a mulher dum candidato terá sempre o involuntário poder de promover ou estorvar a sua imagem pública. Um verdadeiro berbicacho.
Sendo por natureza o divórcio um penoso acontecimento do foro privado, sendo a figura do casamento alheia à instituição do cargo, indica o bom senso a um mediano jornalista que o assunto é impertinente e que extravasa claramente o interesse público.
Parece-me saudável a atitude de Nicolas Sarkozy perante a indiscreta jornalista americana. Parece-me inquietante o aparente descontrolo emocional que sobressai na tomada de posição do Presidente da República Francesa.

Galinhas, precisam-se

por Corta-fitas, em 31.10.07

Amândio Santos só pode estar a fazer mal as contas, como se pode ler nesta notícia assinada pela Cátia Almeida. Então o nosso «problema é a escassez de galinhas nacionais»?! É preciso ir a Espanha para encontrar galinhas? Eu cá farto-me de vê-as a pulular por aí cacarejando de contentamento, algumas do campo e outras de cidade mas, em comum, partilhando a mesma galinhidade. Mas se há quem ache, mesmo assim, o número insuficiente, apresento já outra solução. Um verdadeiro ovo de Colombo, diria mesmo: Importem-se mais galinhas, caramba! Espanholas, ucranianas, italianas, o que for. Assim como assim, pelo cacarejar ninguém as distingue.

Palavras que odeio (21)

por Pedro Correia, em 31.10.07
Resiliência

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A verdade da guerra

por Corta-fitas, em 31.10.07

Tenho acompanhado com atenção a série documental sobre a guerra colonial da autoria de Joaquim Furtado, que passa às terças-feiras na RTP. Ontem foi para o ar o terceiro episódio. Mais uma vez pude admirar a qualidade do trabalho daquele que para mim é um dos jornalistas que mais respeito me merecem nesta profissão. O retrato que se vai traçando, semana a semana, da nossa guerra, não poupa ninguém. Já se sabia das atrocidades que se tinham cometido de parte a parte. Mas confesso que ontem senti como nunca até que ponto somos hipócritas ou até cobardes quando nos convencemos de que a nossa ética é superior à dos nossos oponentes. Ontem aquela reportagem mostrou-me imagens de bizarras “árvores de Natal”, enfeitadas com cabeças de negros. Soube através de um depoimento que se espetavam pregos na cabeça dos prisioneiros até que eles morressem, que se matavam civis a propósito de nada, que os nossos militares se divertiam a fazer os turras atravessar pontes debaixo de fogo (nunca escapavam).
As nossas tropas também lançaram gente viva para o mar, como se fazia no Chile, no tempo de Pinochet, esquartejaram-se corpos, como nas guerras mais bárbaras dos povos mais primitivos; abriram-se valas comuns para fazer fuzilamentos em massa, como fizeram os nazis; torturaram-se presos sob assistência médica, como nos regimes mais tenebrosos.
Claro, já se sabe, guerra é guerra. Estarei a ser ingénua ou mesmo muito parva por revelar sem a mais leve ponta de cinismo toda esta minha indignação. Mas que querem? Há momentos em que me chateia ter que perceber e aceitar que em situações limite a raça humana é capaz de comportamentos inomináveis.

Escrevo isto confortavelmente sentada à minha secretária, no início de um dia que se adivinha calmo, regular. Já tomei o pequeno-almoço. O pior que me vai acontecer hoje é, provavelmente, ter que enfrentar as filas de trânsito na cidade.
A verdade é que, bem vistas as coisas, não me conheço.

O Paulo Gorjão está de volta

por Corta-fitas, em 31.10.07
Como pode ser comprovado aqui.

Como é que se diz cromo em francês?

por Cristina Ferreira de Almeida, em 30.10.07
- Ceci, isto vai correr bem, vais ver que vais gostar!
- Não sei, Nicholas, não sei. É tudo tão maçador...
- Olha, só para te animar vou-te confiar uma tarefa muito importante. Mas tens que estar concentrada, há vidas humanas em jogo!
- Que giro!
- Vais amanhã à Líbia convencer o Kadhafi a libertar as enfermeiras búlgaras.
- Sei, esse homenzinho amoroso. E o que devo levar vestido?
Por acaso correu bem. Já o casamento correu mal. E depois de ter mostrado a mulher durante a campanha, ter enchido páginas de revistas com a entrada da família no Eliseu, ao estilo Kennedy, e de a ter posto a representar o estado francês nas negociações com a Líbia, Nicolas Sarkozy interrompeu a meio uma entrevista para o programa 60 Minutos, da CBS americana, porque lhe perguntaram pelo divórcio, com uma declaração do género: "Os franceses elegeram-me para resolver os problemas da França e não para falar do meu casamento". Desculpe?

Postais blogosféricos

por Pedro Correia, em 30.10.07
1. O meu amigo João Severino tem um blogue novo. Já lá fui espreitar e recomendo-o. A começar no nome: Pau Para Toda a Obra.
2. Conheci hoje este blogue. E este. E este. Gostei de todos.

De fonte próxima

por Corta-fitas, em 30.10.07
Luís Filipe Vieira vai demitir-se da presidência do Benfica.

Enquanto isso, no Brasil

por Corta-fitas, em 30.10.07
«O programa cria relatórios de tudo que é digitado pelo teclado, sites visitados, conversas de chat, conversas de msn, skype, yahoo messenger, icq.
O software também fotografa a tela do computador em intervalos programados pelo cliente no painel de configuração do programa, tudo o que for registrado será armazenado em pastas ocultas do computador instalado.
O Spykey2000 é perfeito para você que está desconfiado das atividades do seu companheiro na internet, pois depois você pode acessar os sites visitados, conversas de chat, e-mails enviados pelo cônjuge sem despertar a menor suspeita.O programa é uma ferramenta que você poderá utilizar para descobrir senhas de e-mail, rever conversas de chat, conteúdo de e-mails enviados, recebidos. Prepare-se para descobrir tudo que você precisa saber sobre seus funcionários, seu companheiro(a), filhos».

E o que é que o PGR pretende fazer com isso?

por Corta-fitas, em 30.10.07

«Ouvido no Parlamento, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Pinto Monteiro referiu ter em sua posse "catálogos de objectos para escutas, que ensinam como fazer, como comprar, quanto custam" e que facilmente se encontram na Internet».

Este ditador vem a Lisboa (1)

por Pedro Correia, em 30.10.07

Robert Mugabe.

Presidente do Zimbábue desde 1986 (era primeiro-ministro desde 1980). Tem 83 anos.
Segundo o Observatório de Direitos Humanos, os casos de detenções arbitrárias e de tortura policial são ali frequentes. O regime persegue e encarcera opositores políticos, estudantes, sindicalistas, jornalistas e activistas de direitos humanos. Quase toda a imprensa livre está silenciada. A inflação é a mais elevada do continente africano - e porventura do planeta: já atinge 1300 por cento. Segundo a Unicef, um quarto das crianças do Zimbábue são órfãs: a esperança de vida é a menor à escala mundial - 37 anos para os homens, 34 anos para as mulheres. A fome generalizou-se em todo o país, levando ao exílio forçado de dezenas de milhares de pessoas.
Mugabe é um déspota. Portugal prepara-se para recebê-lo com todas as honras.

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Nas colunas

por Corta-fitas, em 30.10.07

The Hollies, «Too Much Monkey Business»

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Os tugas (37)

por Pedro Correia, em 30.10.07

(Roubado ao Politicopata)

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Estão-se a passar

por Corta-fitas, em 30.10.07
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De acordo com uma notícia do Destak, o químico Albert Hofmann é o maior génio vivo. O inquérito foi feito pela empresa Synectics a «quatro mil pessoas conhecidas do Reino Unido». O que nem a empresa nem o artigo revelam é que essas 4 mil estavam todas na mesma rave, a tripar em cima das colunas por volta das 6 da matina e com os bolsos recheados de pastilhas não elásticas. Não percebe porquê? É simples: Hofmann - um suiço com cara de dono de restaurante - foi o homem que acidentalmente descobriu os efeitos alucinogénios do ácido lisérgico, vulgo LSD. Não satisfeito, ainda investigou a melhor forma de as substâncias presentes em cogumelos mexicanos colocarem o cérebro a fazer o pino. Ao LSD, a CIA chamou-lhe um figo. Mas isso já é outra história.

Palavras que odeio (20)

por Pedro Correia, em 30.10.07
Inexequibilidade

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Corta-fitas

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