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Miguel, o absolutista (I)

por Pedro Correia, em 31.10.06
Quando os computadores substituíram as velhas máquinas de escrever, Miguel Sousa Tavares redigiu uma apaixonada ode em prosa em louvor do vetusto instrumento que acabara de se tornar peça de museu, proclamando-se inimigo da informática. Passou-lhe então depressa o antigo amor. Mas ei-lo agora atacado por uma nova crise de passadismo, apregoando o seu ódio à blogosfera. Num artigo saído no último Expresso, a propósito de um cobarde ataque de que foi alvo, e que o deixou compreensivelmente agastado, vem agora, com o estilo a que já nos habituou, disparar mais rápido do que a própria sombra. Dizendo coisas fantásticas como esta: “Excepção feita ao correio electrónico e à consulta de sites informativos, a Internet interessa-me zero.” As “excepções” que menciona já são suficientemente relevantes para quem diz nada querer saber da Internet. Mas MST confessa ainda a sua alergia ao “universo dos chats e dos blogues”, por lhe parecer uma “preocupante manifestação de um processo de dessocialização e de sedentarização das solidões para que o mundo de hoje parece caminhar”. De novo o cenário apocalíptico, tão frequente nas reflexões deste comentador e de alguns outros que há décadas exprimem opiniões em regime de virtual monopólio na imprensa portuguesa, onde rende sempre mais o cenário que for pintado em tons bem negros.

Miguel, o absolutista (II)

por Pedro Correia, em 31.10.06
Repito: tem MST razão em sentir-se ferido com o ataque soez que lhe fizeram. Mas daí até envolver toda a blogosfera no manto de “irresponsabilidade e impunidade” a que alude no Expresso vai uma distância que ninguém com seriedade intelectual devia percorrer. MST ignora que têm partido do mundo dos blogues que ele despreza as mais vigorosas afirmações de defesa que lhe exprimiram vários bloggers perfeitamente identificados. Gente tão diversa como o Carlos Abreu Amorim, o Daniel Oliveira, o Miguel Silva, o Rui Bebiano e o Rui Ângelo Araújo. Sobre isto, nem um sussurro dele.
A Internet tem incontáveis defeitos? Pois tem. Como têm a escolaridade universal e obrigatória (que, horror, “baixou a qualidade média do nosso ensino”, como as cassandras de serviço não cessam de proclamar), as férias pagas (que enxamearam o mundo de turistas, que MST já disse desprezar) e, em última análise, a própria democracia. MST e alguns outros como ele por vezes fazem-me lembrar aqueles oposicionistas espanhóis que, enterrada a ditadura, resmungavam entre dentes: “Contra Franco vivíamos mejor.”
Será mesmo? Apesar dos tarados que proliferam na Internet, não tenho dúvidas: este é um preço compreensível a pagar pelo progresso num mundo onde as máquinas de escrever, a televisão a preto e branco e o partido único são apenas memórias de um tempo que já passou.

Tertúlia literária (76)

por M. Isabel Goulão, em 31.10.06
- Vais sair a esta hora?
- Sim. Felizmente há luar.

Dedicado ao Francisco

por Nuno Sá Lourenço, em 31.10.06
O que é preciso é tranquilidade.

Após o referendo, a sesta

por Corta-fitas, em 31.10.06

Datado de 1866 e erroneamente atribuído a Gustave Courbet, mas na realidade da autoria da pintora Jedis Céquevadansmatéte (Musée du Petit Palais, Paris).

O spórtengue que me desculpe...

por Nuno Sá Lourenço, em 31.10.06
Mas eu esta noite é mais Tokyo.

Tertúlia literária (75)

por M. Isabel Goulão, em 31.10.06
- Já leste o Berlin Alexanderplatz ?
- Para quê? Sei perfeitamente onde fica.

Notícias inúteis (3)

por Pedro Correia, em 31.10.06
Manuel Pinho ainda é ministro da Economia.

Posso?

por M. Isabel Goulão, em 31.10.06

Tertúlia literária (74)

por Pedro Correia, em 31.10.06
- Conseguiu ler esse romance do Mário Cláudio até ao fim?
- Consegui. Até ao fim da primeira página.

Só tenho uma palavra a dizer

por Corta-fitas, em 31.10.06
Safa!

Spoooorrrtiiiiing!

por Francisco Almeida Leite, em 31.10.06

Semana "à Paulo Bento"

por João Távora, em 31.10.06
Nesta SEMANA “à Paulo Bento” – o feriado de Todos os Santos confere-lhe uma risca ao meio – desejo à equipa do Sporting toda sorte do mundo logo à noite na “batalha” de Munique. A rapaziada bem merece.

"Escolhas" - Uma questão de agenda?

por João Távora, em 30.10.06
Equívoca me pareceu a posição do professor Marcelo Rebelo de Sousa quanto à questão da despenalização do aborto, ontem nas suas “escolhas”. Ficou bem sublinhado o facto de o aborto ser matéria de referendo graças à sua iniciativa em 1996. Tudo bem; estamos-lhe gratos. Mas quanto ao assunto, eu ontem esperava uma sua posição mais… afirmativa. Hoje ao reler o resumo das suas “escolhas” no DN confirmei pelo texto a sua clara abstenção.
Entendi que aceita a pergunta a referendar como boa. Mas o que ficou a zumbir no meu ouvido foi que o professor considera precário o prazo das dez semanas de gestação na “humanitária tolerância” à mulher que aborta… E pareceu-me ouvir confirmada a minha tese de que o governo Sócrates consegue preencher a difícil agenda 2007, com mais ou menos legítimas manobras de diversão, entre a campanha para o referendo e a presidência da UE. Acho pouco.
Não conheço a agenda do professor, mas acho pouco.

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Os livros de hipermercado e o outro...

por Nuno Sá Lourenço, em 30.10.06
Hoje Mário Soares, juntamente com Federico Mayor, e Rosado Fernandes lançam livros. Mas esses são livros de hipermercado, quando comparados com este.

As duas primeiras páginas do livro são cadeiras de todo o género e feitio. A ironia mantém-se a propósito do local da apresentação de hoje. Vai ser no ministério das Finanças...

Perguntar não ofende, pois não?

por Corta-fitas, em 30.10.06
Alguém me explica, como se tivesse 10 semanas, qual a razão para o Clube Safo se pronunciar a favor (ou já agora mesmo que fosse contra) da despenalização do aborto? Ou faltou-me aprender algumas coisas na escola?

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A César o que é de César

por Corta-fitas, em 30.10.06
Normalmente evitaria polemizar com João César das Neves (JC das N). Tenho sempre a impressão de que discutir com ele é como discutir com um taxista e, no final, somos nós que pagamos a factura. Pode ser que me engane mas tenho dúvidas (ao contrário dele, pelo que parece).
Hoje, JC das N defende a geração que fez o 25 de Abril. Uma malta injustiçada pelas críticas que lhe fazem os jovens que «mesmo com cursos superiores, não conseguem carreira estável e andam no desemprego, a recibo verde ou trabalho temporário». Apesar disso, escreve JC das N, «a geração anterior sofreu muito».
Ora pode ser que tenha sofrido, pelo menos aqueles que não andaram nos copos na Sorbonne e em Oxford. Mas a verdade é que, de gestão e microeconomia, nenhum deles percebia nada. Veio a revolução e a ideia brilhante que tiveram foi obrigar quem sabia o que era uma empresa a sair do país e entregar a gestão ao Estado e aos “colectivos”. O ouro foi para o bandido e para o estrangeiro, como pagamento das dívidas das experiências marxistas-maoistas-leninistas e a agricultura ficou em cacos com as terras ao abandono.
Depois, foi o rebound. No rebound, em português a tabelinha, a bola da ideologia já estava enfiada no buraco e na mesa de bilhar restava outra bola: Os «tachos» do esquema rotativista criado pela dita geração. Uns TLP estatizados, por exemplo, tinham dois edifícios. Um para o partido no Governo e outro para os quadros na prateleira, que alternavam alegremente. A malta continuava a não perceber nada de gestão e microeconomia mas já sabia como gerir a sua conta bancária e os interesses entre as capelinhas.
Hoje, a geração seguinte quer governar isto e não consegue. Há facturas para pagar que nunca mais acabam e dívidas do tamanho do continente africano. JC das N vem falar-nos de «sofrimento»? Tenha dó! Quem sofre, todos os dias, somos nós. E temos sorte se não for até ao final da vida.

O andar de baixo

por Francisco Almeida Leite, em 30.10.06
Hoje de manhã liguei a TSF no carro e não, como tem sido habitual, a Oxigénio ou a Nostalgia (depende dos estados de espírito). Pela rádio de notícias fiquei a saber que o Luís Inácio "Lula" da Silva considera que a sua vitória "é a vitória do andar de baixo sobre o andar de cima". Diz o reeleito Presidente da República do Brasil que este segundo mandato será dedicado aos pobres, que naquela terra são milhões. Claro que sim, até porque o primeiro mandato foi dedicado ao PT e a manobras de vários dos seus colaboradores mais directos. Mesmo assim, foi reeleito. Porque o País, dizem os especialistas, está em crescimento, respira saúde económica, a indústria passou a ser de ponta e houve um ataque ao gap que separa ricos e pobres. Claro que sim.

P. S. - Eu que vivo num segundo andar e nem conheço bem quem está no primeiro ou no R/C estou bem arranjado se a moda pega por cá...

On the street

por M. Isabel Goulão, em 30.10.06

Gravatas, caro João? Dê uma vista de olhos a este blog. No Sartorialist parece tudo muito casual. Parece, mas não é.

Nada como começar o dia com um passeio pelas ruas de Nova Iorque. Espero que o tempo esteja agradável.

Charvet Event At Saks San Francisco - Vintage Style, San Francisco

Indo ao essencial

por Corta-fitas, em 30.10.06

Marcelo Rebelo de Sousa considera que «Sócrates devia remodelar na Primavera». Eu não estou de acordo: A moda das gravatas monocromáticas já passou e o tempo de abandoná-las é agora, em pleno Outono/Inverno. Dizem que as cornucópias se preparam para regressar mas prefiro outro come back mais recente, as gravatas de linha com riscas horizontais. Para um ar professoral blasé, não há melhor e, ao que parece, Sócrates tomou-lhe o gosto de falar ex catedra.
P.S. Notem como consegui, num texto tão curto, incluir um termo anglo-saxónico, um francês e outro em latim. Tal António Lobo Antunes, se tivesse que escolher um homem culto, escolher-me-ia.

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Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



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