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Momentos Kodak (20)

por Rodrigo Cabrita, em 30.09.06
Para quem quiser adivinhar, deixo umas dicas. Fica em Lisboa, já nem sei quando começou a ser construído, não se sabe quando fica pronto e está tudo à espera para perceber se realmente é útil ou não à cidade.
(Setembro 2006)
Foto: Rodrigo Cabrita

Confissões de um fura-greves

por Pedro Correia, em 30.09.06
O procurador-geral da República cessante, Souto Moura, dá à edição de hoje da revista Tabu, publicada com o semanário Sol, uma entrevista que é muito esclarecedora sobre a sua personalidade. Justificando o facto de em 1969 ter "furado" uma greve universitária em Coimbra, quando frequentava a Faculdade de Direito, Souto Moura fornece o pior dos argumentos: não agiu assim por convicção, o que seria discutível, mas por mera conveniência, o que é inaceitável. Na idade de todos os idealismos, já se comportava deste modo: "A minha preocupação principal era não chumbar o ano." Palavras dele próprio, para que não haja equívocos. Fica tudo dito sobre a personagem...

A esquerda mais exótica da Europa

por Pedro Correia, em 30.09.06
Sem menosprezo para o "bate-papo" de Ana Paula Azevedo e Vítor Rainho com Souto Moura, a melhor entrevista desta edição do Sol é com o escritor chileno Luis Sepúlveda, grande amigo de Portugal. Gosto dos livros dele e discordo de muitas das suas ideias políticas - a começar pelo incondicional apoio que tem dado à ditadura cubana. Mas, em resposta às perguntas da jornalista Maria Francisca Seabra, Sepúlveda faz uma das melhores caracterizações que já vi até hoje da esquerda portuguesa, considerando-a "a mais exótica da Europa". E justifica porquê: "São apenas dois e a cada meia hora dividem-se! Portugal é um país de barões políticos. Qualquer pessoa de esquerda que ache que tem pedigree sente-se moralmente autorizada para ser um líder."

Frases do "Sol"

por Pedro Correia, em 30.09.06
"Quantos de nós conhecemos homens de 40, 50 e até de 60 anos que acabam com casamentos de décadas por um par de mamas de uma lambisgóia com metade da idade deles?"
Margarida Rebelo Pinto

"Uma mulher desmazelada não serve para nada."
Maria José Nogueira Pinto

"Muitos gostam os portugueses - e eu não sou excepção - de temas como gravidezes, bebés e dramas domésticos."
Marcelo Rebelo de Sousa

"Não me lembro, em toda a minha vida, de ter visto um episódio sequer de uma telenovela, portuguesa ou brasileira, do princípio ao fim."
António-Pedro Vasconcelos

"As insónias são criativas."
Vasco Graça Moura

Espelho meu...

por João Távora, em 30.09.06
Tenho sangue de barata, sou um resistente. Sou monárquico, do Sporting, conservador, de direita (com as letras todas), casado e católico praticante. Habituado a duras batalhas, sempre com fé, sempre empenhado. Habituado a levar muita porrada, sim!
Mas agora é demais: chegado à charmosa idade dos 45 anos, com as minhas respeitáveis entradas, cabelos grisalhos e apurada sabedoria, no auge do meu convencimento, sou surpreendido pela insolente Margarida Rebelo Pinto. Afirma ela na sua catedrática e sexy coluna do Sol, que afinal as mulheres da moda, modernas, maduras e inteligentes, provavelmente as que contam, hoje em dia preferem os rapazes mais novos. Agora deu-lhes para isso… Diz que têm mais graça sem traumas e descomplexados… que são uma fonte inesgotável de… Arghh! Não sei se aguento mais esta contrariedade.
O que me vale é que sou monárquico, do Sporting, conservador, de direita, casado e católico praticante!

Cavaco valoriza 5 de Outubro*

por João Távora, em 30.09.06
Parece-me natural… Lá diz o povo: “Não mordas a mão a quem te dá de comer.”

* Titulo de capa do Sol sobre as iniciativas para a efeméride

Critérios editoriais

por Pedro Correia, em 30.09.06
No dia 27 de Abril de 1937, o repórter britânico John Steer visitou, horrorizado, as ruínas ainda fumegantes da histórica cidade basca de Guernica, barbaramente destruída pela aviação nazi, aliada das forças falangistas de Franco. Em poucos minutos, com a sua máquina de escrever portátil, redigiu aquele que viria a ser o mais célebre despacho da Guerra Civil de Espanha - o texto que revelou ao Mundo um dos piores massacres de civis registados no século XX. "Às duas da manhã de hoje, quando visitei a cidade, esta oferecia uma visão horrorosa e ardia de lés a lés", relatava o jornalista.
A prosa de Steer foi de imediato enviada por telefone para Londres e Nova Iorque, onde viria a ser publicada nas edições da manhã seguinte. Mas os critérios editoriais adoptados nas duas margens do Atlântico foram antagónicos: o Times londrino escondeu a notícia numa página interior, sem chamada de capa; o New York Times publicou-a em manchete. O jornal americano assumiu a decisão correcta, conseguindo um scoop à escala planetária. O diário britânico, pelo contrário, inutilizou uma das matérias mais relevantes de todos os tempos por incapacidade técnica ou manipulação política.
Esta é um dos muitos episódios relacionados com a cobertura jornalística do sangrento conflito de 1936-39 que podemos encontrar na exposição Correspondentes da Guerra Civil de Espanha, no Instituto Cervantes, em Lisboa. Uma exposição que bem merece ser visitada por todos os leitores de jornais. Ficamos a perceber melhor que os duvidosos critérios editoriais dos nossos dias têm antecedentes remotos - alguns dos quais tristemente célebres, como o do Times que escondeu a notícia do massacre de Guernica.

História de algibeira (5)

por João Távora, em 29.09.06
No dia de Natal de 1903 Raul Brandão publica no jornal “O Dia” uma comovedora reportagem sobre uma visita da Rainha D. Amélia às pobres crianças tuberculosas internadas no Dispensário de Alcântara. O evento terá marcado por certo a miudagem delirante. A ceia compôs-se de “Canja, Peru corado, fruta e bolos”. Raul Brandão, às tantas descreve o diálogo entre a Rainha e um residente de 5 anos durante a distribuição dos presentes:
“- Que queres tu? – pergunta Sua Majestade”
“- Um cavalo – replica imediatamente o bambino indócil”
“- Isso é difícil, mas vamos lá procurá-lo”

Lá se descobre um "por entre um turbilhão de mil fantasias de folha colorida”. Por fim Sua Majestade entrega-o ao “pequenote. E ele vai, sobraçando o brinde, rindo, numa correria de gamo perseguido”.

Fonte e citações: Raul Brandão – Paisagens com Figuras. Inéditos 1887-1930
Organização Vasco Rosa - Âmbar 2006

Um herói do século XX

por Pedro Correia, em 29.09.06
É um acontecimento editorial, com repercussão simultânea em diversos países – incluindo Portugal. Mandela – O Retrato Autorizado, álbum que reúne uma vasta colecção de fotografias de Nelson Mandela e cerca de 60 depoimentos sobre o ex-presidente da África do Sul, terá lançamento à escala internacional na próxima segunda-feira (em Lisboa, no Corte Inglés, às 18.30 desse dia). Uma obra que consagra Mandela como um dos maiores políticos do século XX, autêntica lenda vida do nosso tempo. No prefácio, Kofi Annan diz tudo nesta frase: “Se estivermos à altura de uma pequena parte do que Mandela é, o mundo será um lugar melhor.” E o ex-presidente americano Bill Clinton, num comovido testemunho, acrescenta: “O que torna Mandela tão especial é o facto de ser um verdadeiro ser humano. Ri, chora, enfurece-se, apaixonou-se por Graça Machel. Tem uma vida a sério. E o facto de ser tão verdadeiro, tão real, torna a sua grandeza, o seu sacrifício, a sua sabedoria e a sua coragem face a tudo aquilo que lhe aconteceu ainda mais extraordinário.”
Mandela – O Retrato Autorizado tem chancela portuguesa da editora Quidnovi e tradução de Jorge Almeida e Pinho.

Para apurar o nosso grau de beleza

por Corta-fitas, em 29.09.06

Só regresso algures para a semana. Tenho o cérebro em pousio que é como quem diz em intervalo. Depois virá esse dia de acender a lareira com a lenha guardada dos dias anteriores e de cozinhar o que levedado resistiu e cresceu (se crescer) apesar da humidade das noites.
Não consigo escrever até lá, mas consigo ler e ver a beleza aliás indisfarçável que existe em lugares como este. Aqui, onde a Alice habita e a Lebre espreita, com os olhos sempre muito abertos às maravilhas subtis para muitos invisíveis e para outros luminosas, de tão evidentes. Vão lá se quiserem, mas não profanem a melancólica inocência do lugar. É só o que vos peço. Obrigado.

O "mercado"

por Francisco Almeida Leite, em 29.09.06
A propósito daquilo que eu e o Pedro aqui temos escrito sobre o aparecimento de novos títulos, a concorrência e o "esticar" das audiências (dos jornais, não dos blogues), chamaram-me à atenção para o que João Marcelino, director do Correio da Manhã, escreveu na edição da semana passada da Sábado: "Quando as empresas jornalísticas são criativas, os nomes inspiram confiança e sobretudo a informação é de qualidade, as pessoas interessam-se e aderem. Nunca se leu tanto em Portugal, entre jornais e revistas, e isso pode ser demonstrado com números. A crise existe? Existe, claro. Mas nos títulos do costume, desculpada por palavras mágicas como 'mercado' e por razões que só um cego não vê".
Uma reflexão que, confesso, me tinha escapado, mas que aqui deixo na véspera de mais um fim de semana de "guerra" entre o Expresso e o Sol. Para já, ambos garantem querer manter os 410 mil exemplares de tiragem que somam juntos.

Friday

por Francisco Almeida Leite, em 29.09.06





















Kerry McGregor.

Apetece-me ridicularizar...

por Nuno Sá Lourenço, em 29.09.06
Já aqui se brincou com o Bush.
Está na altura de gozar com os terroristas.

Iniciativa privada

por Pedro Correia, em 29.09.06
Esta manhã, o engraxador brasileiro que costuma exercer o ofício na esquina da Duque de Loulé com a Barata Salgueiro estava na esquina oposta. Vendendo guarda-chuvas a quem passava.

A Marca do coração

por João Távora, em 29.09.06
Eu trabalho (com entusiasmo) para uma grande “marca” nacional. Esta empresa foi fundada nos anos 30 pelos senhores Cardoso e Machaz, dois irredutíveis beirões, que com a sua coragem, esforço e empreendedorismo granjearam ao seu projecto uma inegável reputação internacional, hoje símbolo de uma “escola” e “produto” de sucesso em Portugal.
Agora, já não gosto da ideia de chamar “marca” a um clube de futebol. Eu percebo a ideia, e porventura é até bem razoável. Mas não gosto, não fica bem; é uma questão estética.
A relação de um adepto com um clube de futebol é normalmente um razoado de afectos, que atribuem um estatuto quase místico ao seu clube de eleição. Assim, com esse toque de mágica, o espectáculo de 25 galfarros atrás de uma bola, com meia dúzia de tácticas e regras mais ou menos básicas, ganha um sentido quase superior. Um clube de futebol não é com toda a certeza uma entidade metafísica. Mas é uma paixão, uma ilusão benigna, não compatível com os conceitos materialistas e empresariais de Marca, Produto. Que os clubes sejam geridos como empresas, com competência e racionalidade, rumo ao sucesso, claro que sim!
Mas nessa relação única de adepto, não nos matem o sonho. O meu clube não é uma marca. É o Sporting.

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Momentos Kodak (19)

por Rodrigo Cabrita, em 29.09.06
Para descansar a vista...
Paisagem em Vila Velha de Ródão
(Julho 2006)
Foto: Rodrigo Cabrita

Gostei de ler

por Pedro Correia, em 29.09.06
1. Tempos interessantes. De Pedro Mexia, no Estado Civil.
2. Novidades? De João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos.
3. Notícias do medo. De Jorge Ferreira, no Tomar Partido.
4. A ver se nos entendemos. De Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos.
5. Uma ópera responsável. De Luís Januário, n'A Natureza do Mal.
6. Da leitura. De Tiago Galvão, no Diário.
7. Livros malditos: no inferno das bibliotecas. De Miguel Castelo-Branco, no Combustões.

Cavaco: as coisas são o que são

por Pedro Correia, em 28.09.06
Tomás Vasques e Jorge Ferreira reagiram, nos respectivos blogues, às reflexões que aqui deixei a propósito das relações entre Cavaco Silva e a direita que esperava dele a condução das acções de oposição ao Governo socialista.
O que escreveram suscita-me os seguintes comentários:
1. Estamos de acordo no essencial, caro Tomás. Não faço, no entanto, uma leitura tão tacticista dos supostos desígnios de Cavaco Silva. Desde logo porque, como já anotei no Corta-Fitas, não creio que o actual Presidente ambicione um segundo mandato, introduzindo assim uma inovação nos nossos hábitos políticos. Também me parece evidente que Cavaco "não acredita nos méritos governativos da actual direcção do PSD", o que ajuda a reforçar a boa relação institucional que estabeleceu com José Sócrates. Falta sublinhar um aspecto que não mencionei anteriormente: Cavaco revê-se no perfil psicológico de Sócrates, sem dúvida semelhante ao seu em aspectos decisivos. Às vezes estes pormenores ajudam a explicar melhor determinados comportamentos do que as mais elaboradas análises políticas. A muitos que votaram nele, pensando que de Belém partiriam os disparos decisivos contra o estado-maior socialista, estes primeiros seis meses de mandato só podem ter sido frustrantes. Pois é: o tiro saiu-lhes pela culatra.
2. Naturalmente, "o facto de Cavaco Silva ter tido o voto da direita não significa que ele seja de direita", caro Jorge. À direita, concedo, "só teve ilusões quem quis". Mas convenhamos que foi muita gente. Alguns já andam aí a rosnar as primeiras pragas contra Belém na blogosfera, o que me parece lógico. Como gostava de dizer Victor Cunha Rego, as coisas são o que são.

Pensamento do dia

por Pedro Correia, em 28.09.06
Apenas os meteorologistas conseguem superar os economistas a falhar previsões.

Os três grandes

por João Távora, em 28.09.06










De realçar aquele traço encarnado aqui em baixo. É o SLB.
Fonte: A Bola

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