por Corta-fitas, em 03.03.06
É necessário mencionar outros factores de desordem menos óbvios. Na realidade, a ocupação do Iraque constitui uma espécie de operação policial de tipo imperial, não muito diferente, em escala, das que outros impérios realizaram no passado. Se degenerar em guerra civil iraquiana ou pântano militar, o resultado da acção será semelhante ao de uma intervenção britânica nos anos 20, no mesmo território. Mas, desta vez, os efeitos globais serão mais sérios, pois durante décadas a América evitará intervenções externas e a aliança ocidental ficou entretanto debilitada, com alguns europeus ridicularizados e avaliados como parceiros menores.
por Pedro Correia, em 03.03.06
Senhores embaixadores, depois de muito cogitar apresento-vos a solução que trará a paz no nosso tempo: um campeonato euro-árabe de futebol... feminino.
por Pedro Correia, em 03.03.06
A gravata de Fazenda combinava bem com o tom da camisa.
por Pedro Correia, em 03.03.06
Luís Fazenda, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, apareceu de gravata num almoço oferecido por Jorge Sampaio a dirigentes partidários.
por Pedro Correia, em 03.03.06
- Vossa Excelência usa cueiros.
- Vossa Excelência não muda as ceroilas.
- Vossa Excelência cheira a bedum.
- Vossa Excelência tresanda a fartum.
- É preciso ter topete!
- Venha cá se é homem. Eu é que o piso no tapete!
por Pedro Correia, em 03.03.06
"O conde que cora ao ser condecorado."
por Pedro Correia, em 03.03.06
"Fernando Seara foi distinguido [com uma condecoração pelo Presidente da República] por ser o autarca de Sintra, terra natal de Jorge Sampaio." (RTP, 2 de Março)
por Pedro Correia, em 03.03.06
Um ministro deste governo, que responde politicamente perante a Assembleia da República, teve o topete de falar dos cueiros de um deputado que o interpelou no exercício de um direito constitucional. Assim vai o nosso debate democrático, 32 anos após o 25 de Abril: tão edificante como uma vulgar bravata de café.
por Pedro Correia, em 02.03.06
- Que andas a ler?
- Esta biografia do D. Afonso Henriques. Bom livro. O tipo expulsou a matilha muçulmana de Lisboa à espadeirada. Ainda bem. Se não fosse ele, andávamos agora todos a virar a fronha para Meca cinco vezes ao dia. E as nossas mulheres iam de burca ao hipermercado.
- Pois, também gostei do livro. Sem dúvida o melhor que o Freitas do Amaral escreveu até hoje. O nosso jornal havia de o lançar em fascículos para aumentar a tiragem.
por Corta-fitas, em 02.03.06
O acordo nuclear entre Índia e Estados Unidos tem implicações na Ásia e, potencialmente, na relação de forças mundial. A Índia obtém acesso a tecnologia que pode, a prazo, ajudar a resolver o seu problema energético. Sem energia, não há desenvolvimento económico e a promessa de enriquecimento do país nas próximas décadas estaria comprometida. A economia indiana cresce a ritmo de 7-8% ao ano e aposta nos serviços, onde estão os negócios mais rentáveis e criadores de emprego do próximo meio século. Estas ambições exigem energia barata, sendo o nuclear uma óbvia solução. Os Estados Unidos também beneficiam do reforço da aliança com a Índia, pois Irão e China ficam mais isoladas e Washington ganha terreno numa nação com fortes laços na Europa e Rússia. A questão da proliferação parece ser secundária para os americanos. George W. Bush fracassou na sua estratégia para o mundo árabe (a invasão do Iraque promete ter preço elevado para a América) e prejudicou por anos a relação com a América Latina. A Europa também tem razões de queixa. Neste contexto, o êxito na Índia promete ser o grande triunfo da política externa desta administração.
por Pedro Correia, em 02.03.06
- Como de costume, queria cozido à portuguesa.
- Hoje não temos. Só há cous cous.
por Pedro Correia, em 02.03.06
Que rico reco!
por Pedro Correia, em 02.03.06
Selecção Nacional derrotou a da Arábia Saudita por 3-0 em jogo particular na Alemanha. Se fosse no âmbito do tal "campeonato euro-árabe" sugerido pelo professor Freitas em nome da concórdia universal, certamente não dormiríamos descansados depois desta vitória.
por Pedro Correia, em 02.03.06
"Na Sérvia um cisne foi encontrado morto."
(SIC, 1 de Março)
por Pedro Correia, em 02.03.06
Após uma deslocação de três dias ao interior norte do País:
1. Marialva. Uma aldeia histórica (no concelho de Mêda) absolutamente fascinante. E - facto raro entre nós - muito bem preservada.
2. Torre de Moncorvo. Belíssima vila transmontana. Só a magnífica igreja matriz já justifica uma visita.
3. Rio Sabor. Um dos últimos em estado selvagem na Europa. A fama justifica-se: é um deslumbramento total.
4. Castelo Melhor, na rota da arte paleolítica em Foz Côa. Com o rio ali tão perto, a enquadrar todo o cenário. Um caso de amor à primeira vista.
5. Artur, em Carviçais (Torre de Moncorvo). Um daqueles restaurantes que justifica sempre a deslocação. Para comer a melhor posta à mirandesa do País.
6. Amendoeiras em flor. Panorama único, nesta época, nas encostas do Douro.
7. A neve. "Branca e leve, branca e fria" nas serras de Bornes, Marão e Alvão. Excelentes alternativas aos engarrafamentos da Estrela.
8. Amarante. A ponte velha, a igreja de São Gonçalo, o museu Amadeo de Souza-Cardozo. Um dos mais belos núcleos históricos urbanos em solo português.
9. Casa da Calçada. Notável contributo de Amarante para a nossa hotelaria de qualidade. E uma das mais requintadas cozinhas nacionais.
10. À beira-Tâmega. Lampreia à bordalesa no restaurante São Gonçalo. Um prodígio gastronómico com o rio em fundo enquanto as horas se escoam numa saborosa bonomia.