por Pedro Correia, em 19.10.06
O meu amigo
João Villalobos preferia que
Philip Roth (na foto) fosse o vencedor do Nobel da Literatura de 2006. Salvo melhor opinião, entendo que já houve demasiados escritores americanos galardoados com o Nobel. E se nuns casos a escolha foi indiscutível –
Faulkner, Hemingway, Bellow – noutros a Academia de Estocolmo acertou ao lado – a piedosa
Pearl S. Buck (prémio de 1938) é um dos exemplos mais notórios que conheço de uma opção errada, já para não falar de
Toni Morrison (prémio de 1993), escolhida em função de uma absurda “quota” racial. Ignoro a obra do escritor turco
Orhan Pamuk, distinguido este ano, e a que o Luís Naves já fez
aqui referência. Mas porque não dar-lhe um prémio? É certamente mais merecido do que o da francesa
Sully Proudhomme, a primeira escolha do júri de Estocolmo (em 1901), justamente ignorada nas selectas literárias contemporâneas.