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Sei do prestígio de que gozavam os professores do secundário no tempo dos meus pais. Rómulo de Carvalho, Irene Lisboa, Mário Dionísio e Sebastião da Gama foram alguns dos que honraram a profissão tendo projectado o seu nome muito para além das paredes dos liceus onde leccionaram. Mas mesmo os que nunca saíram do anonimato não deixaram de ser, nas suas escolas, vedetas cuja fama muitas vezes os precedia: fama de exigentes, duros, excêntricos e até perversos na forma como exerciam a sua autoridade. Admirados por uns, detestados por outros eram, todavia, respeitados pelos seus vastos conhecimentos nas matérias que ensinavam.
Já não apanhei essa casta no activo, mas herdei alguns dos seus discípulos em fim de carreira. Destacavam-se dos mais novos pela atitude. Colocavam-se muito acima de nós, sem complexos.
Essa convicção inibia-nos. Até podíamos detestar aquele estilo anacrónico de dar aulas, mas o máximo que conseguíamos fazer era retalhá-los nos intervalos, a golpes de má língua e algum sentido de humor. Penso que era a sua estatura intelectual que nos apoucava e tolhia, mas sobre isso nunca falávamos. Era tabu. Reconhecer o ascendente de um professor sobre nós era sempre embaraçoso.
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