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O outro que era ele*

por João Villalobos, em 14.03.08
Aguardo a entrevista intimista de hoje com Luís Filipe Menezes para comprovar se o líder do PSD é mais natural quando toca a representar-se a si próprio do que o nosso Primeiro-ministro. Ontem, verifiquei que nem Luís Delgado nem Bettencourt Resendes vão habitualmente ao teatro. Só isso justifica a sua incapacidade em reconhecer tão transparente artificialidade da naturalidade ou em identificar as propositadas pausas em tom "surpreendido". Ao fim e ao cabo, a frase «Bom…hmm…isto nunca é como pensamos ser» tanto serve para definir um alto cargo político como entrevistas destas que nunca são o que parecem.      
Mas o que pergunto é para quem, para que eleitorado, foi dirigida esta entrevista de um Sócrates com afeição à melancolia, gosto pelo nevoeiro, o cinzento e a tristeza, citando Cesário Verde e afirmando a leitura de filósofos alemães minutos depois de surgir coberto de suor numa t-shirt branca. Intelectuais gramscianos? Opinion blinders como Delgado?
E nesta entrevista, Sócrates suou para quem? Para aqueles que diziam que só corria para as câmaras no estrangeiro? Os outros ou os mesmos que lhe criticavam a soberba e a distância?
A ser assim, não funcionou. Não podia sentir-se uma distância maior do que aquela revelada quando político e jornalista desceram a grafitada Rua da Rosa, com Sócrates soltando para a esquerda e a direita aos passantes bons-dias de suprema indiferença. «Algumas vezes noto que as pessoas não respondem», afirmou então. Isso, pelo menos, é natural. No resto, como dizia uma senhora sentada ao meu lado na assistência, tudo aquilo foi «sonso, sonso, sonso».
*Inspiração para o título roubada a Ruben A.
Adenda: A expressão opinion blinders é minha salvo boa prova em contrário e tem marca registada.


13 comentários

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De Anónimo a 14.03.2008 às 11:55

Gostei especialmente de ver o nosso PM de mãos nos bolsos a passear num bairro onde todas as casas estão artisticamente pintalgadas. Deviam enviar aquilo à UNESCO, pois aquele património é de toda a humanidade.
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De Anónimo a 14.03.2008 às 12:11

Verifiquei que o Sócrates também aprendeu o castelhano na UI, ou então terá sido com Mário Soares, eh eh
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De Anónimo a 14.03.2008 às 12:15

Uma senhora sentada ao meu lado na assistência?

Épá, aquilo a Praça Sony renasceu para dar aquilo ou quê?
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De João Villalobos a 14.03.2008 às 12:28

Não. Foi uma sala montada no Pav. Atlântico à margem do concerto do Mickael Carreira.
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De Anónimo a 14.03.2008 às 12:37

Isso então foi a primeira parte do concerto do grande Quim Barreiros...
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De Manecas de Alfama a 14.03.2008 às 12:31

O espanhol técnico é brilhante, "descansiandio compañerio no?"
Gostei quando fingiu ser sério quando disse que o que mais lhe custou foi aumentar o IVA..
BRUTAL!! Deve ter estudado teatro..
Protesto porque na sua passeata pelo Bairro Alto todo sujo ninguém o chamou de mentiroso, ladrão ou engenehiro da treta..
Vamos lá meu Povo, toca a dizer verdades na próxima passeata para as camaras da tv..
"eu não sou um autómato.." AHAHAHAHAH!!!
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De francisco a 14.03.2008 às 12:40

O que nós precisamos, de facto, é de uma certa naturalidade. Uma naturalidade, digamos, à Pedro Santana Lopes. Isso é que era!
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De Anónimo a 14.03.2008 às 12:57

Uma coisa é verdade. Para aquele tipo de «coisa», não há quem se compare ao Bochechas.
O que hoje der com o LFM não deíxará, aposto, de confirmar o que acima digo.
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De Ó senhor! a 14.03.2008 às 13:23

opinion blinders quer dizer opinadores blindados?
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De m_sts a 14.03.2008 às 13:41

De tanto ir ao teatro o Corta-fitas já não distingue a realidade da fantasia.
Abre os olhos Corta-fitas. ACORDA !!
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De Mialgia de Esforço a 14.03.2008 às 15:16

O Delgado perguntou e eu insisto: E afinal, pagou a bica ou não?
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De Anónimo a 14.03.2008 às 15:45

Então não reparou que, quando saíu, o Sócrates disse: «Olhe, ponha aí no livro, sim?»?
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De V a 14.03.2008 às 16:22

Mas tudo isto é marketing e programado ao milímetro - qual intimista e revelador qual quê. Areia para os olhos é o que é.

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