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Dois pesos e duas medidas

por Pedro Correia, em 23.12.06
Sem desprimor para os restantes candidatos, sempre em grande número, o prémio da coerência em 2006 merece ser ganho por Ana Gomes. A fogosa eurodeputada socialista, que escreveu este texto no seu blogue quando Pinochet morreu, revela hoje em entrevista ao Sol que perante o falecimento de Fidel Castro a sua atitude será diferente: nada de garrafinhas de champanhe para celebrar.
"Não o ponho no mesmo plano que um Pinochet", esclarece a diplomata na entrevista, conduzida pela jornalista Helena Pereira. Então porquê? Por isto: "Há [em Cuba] aspectos claramente ditatoriais e abusivos dos direitos humanos e outros aspectos extremamente positivos de independência nacional, de afirmação ao nível dos serviços de saúde, educação, que eu não passo em claro."
De facto, não podia ser mais clara: tem dois pesos e duas medidas. Para a democrata Ana Gomes, existem ditaduras boas e ditaduras más. Um regime que viola os direitos humanos pode afinal ter também "aspectos extremamente positivos". Sob o sol das Caraíbas, até os tiranos ganham logo um semblante mais doce...


20 comentários

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De Anónimo a 27.12.2006 às 11:47

A esquerda urbana e a sua pacotilha de café no seu melhor. É notável ! Como sempre, democratas e tolerantes, mas apenas para quem com eles concorda.

Cuba, um dos países mais pobres da américa latina, onde não existe qualquer possibilidade de expressão de qualquer tipo de individualismo, com uma das mais altas taxas de prostituição, vendida aos turistas e aos seus dólares que afinal não são maus de todos, onde a instrucção apenas serve se usada no que o regime entende... elogios e mais elogios, grande homem, o Fidel, de facto, não há muita liberdade, mas tirando isso, que país maravilhoso.

Depois, o Chile, desse tenebroso Pinochet. É claro que hoje é de longe o país mais evoluído da américa latina, com um maior nível de bem estar económico social, com uma maior e proponderante classe média, com, pasme-se, uma democracia devidamente implantada e liberdade exemplar para os seus cidadãos. Mas, o Pinochet era uma besta, claro. Mesmo se se submeteu ele próprio a um referendo, mesmo se aceitou o resultado e largou o poder, mesmo se a transição funcionou pelo melhor que há.

Não vale de facto a pena a discussão. A maioria de gente da esquerda padece de um autismo desconcertante, para mais voluntário e assumido.

Pena é que lhes não ofereçam uma estadia prolongada na Cuba castrista, lhe tirem todos os bens materiais que orgulhosamente ostentam (fruto das sociedades civilizadas, não são importantes, dizia um dos comentadores), precisassem de um par de óculos e estivessem um ano, nessa Cuba onde todos têm acesso à saúde, para os obter.

Clara

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