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A melhor década do cinema (64)

por Pedro Correia, em 04.03.08

O DESCONHECIDO DO NORTE-EXPRESSO

(Strangers on a Train, 1951)

Realizador: Alfred Hitchcock

Principais intérpretes: Farley Granger, Ruth Roman, Robert Walker, Leo G. Carroll, Patricia Hitchcock

"Um dos melhores thrillers da década, com um Robert Walker brilhante." (Thomas G. Aylesworth)

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5 comentários

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De Mike a 04.03.2008 às 18:29

A fasquia voltou a subir (apesar de nunca ter estado baixa ;)). Neste caso gostei mais do filme que do livro de Patricia Highsmith.
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De Pedro Correia a 04.03.2008 às 18:39

O filme é uma obra-prima. Também gostei do livro da então muito jovem Patricia Highsmith.
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De Saloio a 04.03.2008 às 19:42

Trata-se do primeiro romance de Patrícia Highsmith, escrito quando ela tinha à volta de 20 anos.

Dentro da literatura policial, esta autora é considerada com o seu predecessor Georges Simenon, os inventores do chamado romance psicológico - pois acompanhamos desde o início das histórias os criminosos e os seus pontos de vista.

A maioria dos escritores da escola clássica, que imperou até ao final da II Guerra, dava primasia ao enigma e à descoberta do assassino (A. Christie, Carter Dikson, E. Queen, etc.).

Com o fim da guerra vieram os escritores "black mask", mais realistas, tendo sobressaído a triologia do "noir": R. Chandler, D. Hammet e Ross MacDonald. Se a estes três acrescentarmos James Cain e Cornell Woolrich, teremos o que de melhor foi produzido no âmbito da literatura e do cinema americanos dos anos 50 e 60.

P. Highsmith integra esta qualidade, mas de forma inovadora e , sobretudo, criando no leitor uma coisa nova até então desconhecida: um mau estar preocupante que era novo na literatura policial e um posicionamento a favor do criminoso.

Isto torna-se mais notório no seu romance publicado a seguir: O Talentoso Mr. Ripley.

A simpatia pelo criminoso foi tal que, vinte anos depois, ela teve de escrever três outras aventuras com este simpático malandro, depois de pressionada pelas inúmeras cartas do público e pelo seu editor.

Estes romances passam-se na Europa, para onde a própria P. H. escolhera voluntariamente expatriar-se, após o medo de ser denunciada por comportamento sexual, na altura considerado, impróprio.

Ela nunca mais perdoou à América púdica o ter sido olhada de soslaio. Tornou-se uma pessoa amarga e isolada, vivendo com vários gatos, fumando em cadeia e recusando as aparições públicas. Tinha-se tornado desconfiada.

Viveu na GB, em Itália e na Suiça e, já velhota, era muito elogiada pelo público e pelos outros escritores - moremente, Ghraman Green e Ehnrich Boll. Fizeram-se muitas teses universitárias e promoções públicas, mas ela agradecia discretamente à distancia.

O filme de AH é mais escorreito que o livro - quanto a mim, prefiro o último, embora sejam os dois muito bons. A cor e a música contribuem para o efeito desejado.

É o primeiro filme de AH na América, para onde tinha sido trazido por D. O. Selznic, que o atou com o dever de fazer para ele 10 filmes.

Digo eu...
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De boemundo a 04.03.2008 às 20:05

E aí está. Como uma locomotiva assassina, Hitch passa para o comando, com o seu quarto crime perfeito na selecção.
Li também o livro e, apesar de prejudicado pelo conhecimento prévio da trama, foi excelente na mesma.

Caro saloio, obrigado pelos interessantes dados biográficos da Patricia (desconhecia que o resto da série Ripley tinha a génese que descreveu). Agora, é natural que prefira o livro, uma vez que a sua recordação do filme não será das mais claras. Strangers on a Train foi rodado a preto-e-branco. Se o viu a cores, foi enganado pela televisão, que nos anos 80/90 teve manias dessas. E é claro que não foi o primeiro filme do Hitchcock nos States. A honra pertence a Rebecca, onze anos e um punhado de obras-primas antes dos Strangers.
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De Mialgia de Esforço a 05.03.2008 às 00:22

Que mais dizer depois dos excelentes comentários do Saloio e do boemundo?

Quase nada a não ser: ganda livro e ganda filme!!!

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