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Uma economia em ruínas. Centenas de presos políticos. Ausência total de liberdade de expressão. Índices de prostituição superiores aos existentes sob o regime de Batista. Um partido único tutelando toda a sociedade. Vinte por cento da população exilada nos Estados Unidos. O irmão mais velho que transmite o poder absoluto na cúpula do aparelho político e das forças armadas ao irmão mais novo, num acto discricionário, confundindo os assuntos do Estado com assuntos de família. É este o lamentável legado da ditadura cubana. À beira do fim, devorado por uma doença que constitui “segredo de estado”, Castro renunciou aos cargos que foi acumulando desde 1959. E fê-lo num artigo de jornal, numa cabal demonstração de que em Cuba não existe decisão soberana para além da dele. É um poder unipessoal, agora derivado para um simulacro de dinastia monárquica, que não se dá sequer ao incómodo de convocar os órgãos do PCC: o último congresso dos comunistas cubanos realizou-se em 1997, ignora-se quando será o próximo, as grandes decisões são tomadas à revelia dos próprios quadros dirigentes do partido.
Será possível tudo mudar com Raúl Castro? “O raúlismo não é diferente em nada do castrismo”, alerta a escritora Zoé Valdés em artigo publicado no diário El Mundo. A ditadura, vigente há quase meio século, funciona por reflexos condicionados: nenhuma alteração decisiva ocorrerá enquanto Fidel mantiver um sopro de consciência. Esta enorme prisão em forma de ilha nega aos seus habitantes até o simples direito de emigrarem. Os que partem é porque fogem – às vezes em rudimentares jangadas prontas a servir de pasto aos tubarões – ou são expulsos, como há dias aconteceu com o antigo campeão do beisebol cubano Pedro Pablo Alvárez e o jornalista Alejandro González Raga. “Traidores”, na óptica de um regime que agoniza há tempo de mais após ter prometido ao seu povo “socialismo ou morte”.
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Ler também:
- Cuba. Do Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos.
- Cuba - por agora nada de novo. Do Tomás Vasques, no Hoje Há Conquilhas.
- Era Fidel. De Rui Bebiano, n' A Terceira Noite.
- O princípio do fim. Do Daniel Oliveira, no Arrastão.
- Foguetes para quê? De Eduardo Pitta, no Da Literatura.
- Socialismo de muerte. Do Luís Novaes Tito, n' A Barbearia do Senhor Luís.
- Cuba. De Ana, na Ana de Amsterdam.
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