por João Távora, em 31.01.08
Foi ontem apresentado no Palácio da Independência, ao Rossio, o
Dossier Regicídio – O Processo Desaparecido, um trabalho de dois anos de investigação coordenado por Mendo Castro Henriques e com a colaboração de Maria João Medeiros, João Mendes Rosa, Jaime Regalado e Luiz Alberto Moniz Bandeira. O livro, com 348 páginas e 400 ilustrações, resulta de dois anos de investigação que tratou cerca de 1.500 documentos, alguns inéditos, 400 artigos e opúsculos, 60 livros, de arquivos públicos e particulares.
Na falta do processo instaurado na época pelo juízo de instrução criminal e convenientemente sumido depois do cinco de Outubro algures no gabinete de Afonso Costa, a obra centra-se na documentação possível dos factos ocorridos na trágica data, obviamente sem que se possam assacar conclusões cabais.
Sobre o assunto, o Juiz Desembargador Rui Rangel, a quem coube a apresentação da obra, salientou a fatídica tradição nacional da incapacidade da instituição judicial portuguesa em evitar a interferência dos poderes políticos. Como exemplo, o orador referiu, além do regicídio de 1908, o assassinato de Humberto Delgado e o caso Camarate.
Uma obra a não perder, em abono da verdade.