por Pedro Correia, em 30.11.07
Meles Zenawi
Primeiro-ministro da Etiópia desde 1995 (onde o cargo de presidente é quase só cerimonial). Tem 51 anos.
Numa guerra, como é sabido, a primeira vítima é a liberdade de imprensa. Uma regra válida para a Etiópia, que tem andado em guerra com a vizinha Somália. Prisões e deportações de jornalistas são uma constante neste país que passou sem transição do domínio de um monarca absoluto para um dos mais asfixiantes regimes marxistas-leninistas do continente africano. A promessa de democracia nunca passou do papel: a "eleição" de 2005 foi considerada fraudulenta pela comunidade internacional. Todos os jornais que ousaram denunciar a fraude foram encerrados enquanto os mais destacados opositores do chefe do Governo eram detidos. Existem centenas de presos políticos, parte dos quais nunca submetida a julgamento. Têm melhor sorte do que os 193 mortos em 2005, pelas forças de "segurança", durante uma manifestação de protesto contra o Executivo.
Os métodos de tortura da polícia etíope, de acordo com a
Amnistia Internacional, incluem choques eléctricos e violentas cacetadas nos pés das vítimas, penduradas de cabeça para baixo. "Na prisão de Kaliti, pelo menos 17 detidos foram liquidados nas suas celas", denuncia aquela prestigiada organização, galardoada com o Nobel da Paz.