por Francisco Almeida Leite, em 30.09.07
Que saudades da série
The Fugitive que a RTP2 em tempos passava religiosamente às oito horas da noite e a que eu, também religiosamente, assistia
dia sim dia sim. Lembro-me da ansiedade que antecedia o início de cada episódio, que eu via a preto e branco numa enorme Nordmende. Ansiedade é, aliás, a melhor palavra que encontro para definir o que se passava em todos e em cada um dos episódios. O bom do
dr. Richard Kimble sempre em perseguição do
One-Armed Man que ele sabe ter assassinado a sua belíssima mulher. Incansável, Kimble (interpretado por
David Janssen) percorre os EUA de lés a lés, movido por um sentimento de raiva e de vingança pelo que perdeu, o amor da sua vida.
No meio da sua saga, Kimble, com uma moral cristã acima de toda a prova, encontra sempre tempo, forças e disponibilidade para ajudar o próximo - mesmo foragido à Justiça e sempre com o tenente
Philip Gerard à perna. Seja uma dona de casa em apuros, um negro injustiçado pelo racismo ou um gato em cima do telhado (estou a exagerar). A série de Roy Huggins e Quinn Martin foi um estrondoso sucesso nos EUA, sendo emitida de 1963 a 1967 na ABC. Quando a série deu em filme, nos anos 90, e com
Harrison Ford no papel de Kimble, não fiquei desiludido. Pelo contrário. A angústia de episódios sem um fim à vista resolveu-se ali em duas horas e tal. Mas resolveu-se bem e a fuga do
One-Armed Man, que escapava sempre por um triz na televisão, ali não dura muito. Sempre é menos angustiante.