por Corta-fitas, em 04.03.06
Há tecnologias mais sofisticadas, mas a co-incineração avança. Só ganha meia hora em relação a comboios já existentes, mas apesar do custo exorbitante, o TGV Lisboa-Porto avança. Fica a 60 quilómetros da maioria dos seus utilizadores, mas o aeroporto da Ota avança. Como avançaram os dez estádios de futebol do Euro 2004, Alqueva, Sines e outros projectos megalómanos. E, se formos ao passado, temos no Convento de Mafra bom exemplo de como estoirar recursos. No futuro, não acredito que o país possa escapar a uma central nuclear que várias gerações vão pagar, em vez de se apostar em energias renováveis. Não me ocorre afirmar que os outros países não fazem coisas estúpidas, mas existe em Portugal uma teimosia cega que leva todas as críticas à frente. Lisboa e Porto apodrecem devagar porque os governos não conseguem resolver a questão do arrendamento; Portugal é o país com maiores atrasos em educação na União Europeia; justiça, saúde e ensino são cada vez mais para ricos. Talvez estes bloqueios, que ninguém quer solucionar, só tenham mesmo uma saída: a fuga para a frente dos grandes projectos.
2 comentários
De luisnaves a 04.03.2006 às 18:21
O investimento é o da central nuclear. Aquilo é tao caro (fazer e desmantelar 30 anos depois) que o dinheiro paga tecnologias para gerar mais que 20% da nossa electricidade, como está a provar a Dinamarca. E nem falo da questão do emprego. Vento, ondas, sol. temos tudo, mais espaço para bio-fuel.
De Mais Notas Soltas a 04.03.2006 às 17:21
As energias renováveis? Daqui a quantos anos e com que investimento é que chegam para produzir 20 por cento da electricidade que consumimos? E até lá? Desligamos a luz e vamos de bicicleta para o trabalho? Como é possível continuar a gastar dinheiro a comprar petróleo e investir nas energias renováveis ao mesmo tempo?