Um político sem relógio (1)

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Um político sem relógio (1)

por Pedro Correia, em 30.04.06

José Alberto Pereira Coelho, um histórico militante do PSD com assento no Conselho Nacional social-democrata, quer ascender à liderança do partido. Está no seu direito. Para isso, precisa no entanto de aprender algumas regras básicas. Uma delas é honrar com um mínimo de civilidade os compromissos que assume. Não foi o que sucedeu ontem. Os jornalistas foram convocados para uma conferência de imprensa do candidato, na sede nacional do PSD, com início marcado para as 19 horas. Mas a essa hora a porta da sede estava fechada e nada se sabia de Pereira Coelho, que pelos vistos não usa relógio. Soube-se depois que estaria fora de Lisboa, "talvez em Santarém", acelerando a caminho da capital. Esperei meia hora na rua, com um repórter fotográfico do jornal. Às 19h30, perante a ausência de notícias do putativo candidato ao lugar de Marques Mendes, chamei um táxi e fui embora. Há limites para a falta de consideração pelos profissionais da informação, sobretudo por parte dos políticos, que são os principais interessados em ver divulgados os seus pontos de vista. Meia hora de tolerância, num caso destes, já é demais...

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6 comentários

De Pedro Correia a 01.05.2006 às 16:31

Caro MB, tenho pensado no assunto e chego sempre à conclusão que a culpa muitas vezes é nossa. Se quando esses "retardatários profissionais" virem que os jornalistas já debandaram, sem aturarem mais atrasos, facilmente se tornam mais pontuais.

De MB a 01.05.2006 às 15:59

Nos atrasos ninguém bate o Paulo Portas. Na véspera do primeiro episódio/sessão/comício da SIC Notícias, fui entrevistá-lo. Estava marcado para as 17h. Cheguei lá cinco minutos antes e estava a Paula Sá à espera. Ela estava marcada para as 4 e pouco. Pois...
Entrei às 18h. E o homem já não é ministro, nem líder do partido, nem líder parlamentar, nem... bem... nada...

De Pedro Correia a 01.05.2006 às 14:06

"Anónimo que nem um cacho" é um pseudónimo bem sacado. Gostei.

De Anónimo que nem um cacho a 01.05.2006 às 13:53

Bem Feito! Quem manda dar ouvidos ao Zé Beto! O único que o ouve é o Marques Mendes, que toda a sua vida brincou aos partidos! Nem um, a angariar mortos, nem o outro, em bicos de pés, serão sequer uma nota de roda pé na história da democracia. Pedro Correia, sugere ir passar 1 semana com o Presidente da Comissão Europeia, isso é que são trabalhos para ti, parceiro!

De Pedro Correia a 30.04.2006 às 21:04

Não é o primeiro caso, longe disso. Segue um exemplo recente. Na campanha presidencial, o candidato Manuel Alegre chegava sistematicamente atrasado, sem sequer avisar. Um dia, no Barreiro, os jornalistas zarparam todos... e lá ficou o candidato sem cobertura mediática. Foi remédio santo: passou depois a chegar sempre a horas.

De A.Teixeira a 30.04.2006 às 19:24

Este é o primeiro caso que lhe acontece de apanhar uma seca de meia hora, ou é o primeiro caso de um tipo de importância terciária lhe dar uma seca de meia hora?