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Até que enfim, um grande papel histórico

por Vasco M. Rosa, em 27.11.17

Na sua «consoante muda» de hoje, Rui Tavares faz um extraordinário contorcionismo político— e deixa a geringonça naquela atitude de despeito típica de quem se sente ultrapassado pela agilidade vaselínica dum parceiro ou camarada de trapézio.

Comentando o prejuízo dos trabalhadores independentes (serão eles livres?), diz Tavares, grande activista político:

«É uma pena (sic!) ver que a geringonça não tem por eles a mesma compreensão [caramba!] que tem pelos trabalhadores do Estado ou do privado [oi!].» E para concluir em grande, «Uma desnecessária e lamentável falha de solidariedade num exercício orçamental que na maioria dos seus outros aspectos é globalmente positivo».

Os trabalhadores a recibos verdes podem sofrer, mas em compensação — lá está! — podem ter uma certeza já garantida: ajudaram a aveludar a linguagem extrema-esquerdista.

Ora, como poderiam supor que teriam afinal um tão grande papel histórico!

Abençoada coligação, que tanto faz pelo país e pela sua gente..

 

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Na foto, RT ainda bastante perplexo — ou nem por isso! … com os acordos parlamentares dos seus amigos.

 

 

...

por Vasco M. Rosa, em 12.11.17

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Sem pressa de limpar

por Vasco M. Rosa, em 05.10.17

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Quase uma semana depois das eleições, ainda as cidades estão saturadas da propaganda eleitoral para as autárquicas. Em cidades verdadeiramente geridas com competência, na segunda-feira de manhã brigadas de higiene pública estariam na rua a limpá-las de objectos cuja utilidade morreu de véspera, mais ainda com a colaboração, que me parece devida, daqueles partidos que insistem em gastar muitos milhares com cartazes, outdoors e a parafernália de coisa nenhuma.

Mas essa imediata intervenção de irradicação de inutilidades não pode acontecer, enquanto a vida democrática for dominada pela ditadura dos partidos, entendendo por ditadura dos partidos a convenção da sua inevitabilidade no governo dos municípios.

É preciso manter essa presença na paisagem urbana para que a política seja partidarizada, quando políticos independentes estão a mostrar novos caminhos!

 

(A foto ilustrativa é aleatória. Foi o que apanhei no google. Mas é incrível como se gaste tanto dinheiro — público!! — nestas coisas...)

A quem passa

por Vasco M. Rosa, em 04.10.17

Há cerca de uma semana a directora geral do património cultural deu uma entrevista a um jornal diário em que repetiu duas vezes que o ministério havia feito «investimentos brutais» (brutais, disse) nos edifícios a seu cargo, omitindo que em termos de programação de novas exposições envolvendo investigadores e grandes catálogos o dinheiro é curto ou escasso.

Também escasso é de certeza, quando à porta do Museu do Chiado nos deparamos com isto que a imagem documenta: um aviso de sinalética consistindo numa fotocópia agarrada à parede com fita adesiva.

Não, não é uma instalação de qualquer artista contemporâneo — é mesmo a nossa miséria sem remédio, exposta a quem passa!!!

 

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Eu ia escrever sobre isto —

por Vasco M. Rosa, em 24.09.17

— mas não vale mesmo a pena. Fico o registo:

 

Capazes de tudo.jpg

 

Demagogo encartado

por Vasco M. Rosa, em 24.08.17

Pedro Filipe Soares, que assina coluna no DN como «líder parlamentar do Bloco de Esquerda», escreve hoje o artigo «O roubo do ouro negro do Brasil», que merece a nossa maior atenção.

O parlamentar não está preocupado com o nosso país devastado por incêndios que deixarão marcas tremendas em vastíssimas paisagens.O que o preocupa — como deputado português? — é que o aproveitamento dos recursos de grandes empresas estatais brasileiras possam sair da esfera pública e dessa forma deixarem de servir para a manipulação eleitoral obrigatória do povo brasileiro. Convém, de facto, que um governo confundido como estado possa distribuir recursos por eleitores dependentes, seja no Brasil, na Venezuela e em Portugal — sim! —, para que a revolução possa prosperar, pois de outra maneira ninguém se vai convencer de que será por aí que a sua vida vai melhorar.

Brasil e Portugal, dois países em que a emigração foi, é e será sempre um factor de progresso, estímulo e consciência. Isso sim, deve ser sublinhado e elogiado.

PFS apenas se interessa pelo valor que a Petrobrás e a Electrobrás têm, tiveram e possam ter para a conquista e domínio político e estatal dum grande país, que ainda não teve como se libertar de tutelas nefastas, e por isso não carece de mais nenhuma, caucionada por um jovem e demagogo «líder político».

Mas a preocupação dele neste momento é bem sintomática do que realmente para certos sectores políticos está em causa: não o progresso nem a salvaguarda patrimonial das nações, como território e sonho, mas só o controlo político e financeiro que permita políticas populistas e demagógicas capazes de garantir décadas de poder — e corrupção «benigna».

Entretanto, Lula da Silva faz campanha em regiões pobres do Brasil, procurando um levantamento popular que forme barreira da sua defesa diante da acusação de corrupção pela justiça brasileira.

Sobre isso Pedro Filipe Soares nada diz. É um demagogo encartado, que BSS vai um dia abraçar como padrinho, cúmplice e comparsa.

O Povo Brasileiro que se lixe!!

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Valente não vale

por Vasco M. Rosa, em 22.08.17

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A uma entrevista de Francisco Vale no DN reagiu Guilherme Valente com um artigo no Público que é uma peça antológica de maldade e acinte, a pretexto — apenas — de que Vale declarou afastamento face aos livros de JRS. Raramente se viu tamanha brutalidade (Gradiva quer ser Salomé?!).

Guilherme tem sido valente em textos sobre educação e língua, demonstrando como ao longo de décadas se foi esmagando os critérios de excelência que haveriam de dominar o ensino, base de qualquer país digno desse nome, mas cada vez que alguém põe em dúvida a compatibilidade de uma obra editorial de valor com a edição de lixo literário, sai baforido e ataca tudo e todos, sem a mínima categoria pessoal e profissional (a de reconhecer valor a outros que não ele). Já uma vez, em tempos que já lá vão, reagiu em menos de uma hora a post meu neste blogue sobre o mesmo assunto, declarando-me in limine ignorante e incapaz. 

O mundo está cheio de patologias, uma das quais é a do narcisismo e outra a da pequena grande  vaidade de quem fez alguma coisa no meio disto tudo, e se quer ver reconhecido pelo facto. E quando esse reconhecimento não sobe aos altos patamares esperados, qualquer beliscadela inofensiva é recebida como faca afiada e traiçoeira num lombo despreocupado e desguarnecido. Vale não condiz com Valente, e so what?! 

Entretanto, para quem segue este pequeno imbróglio sujo (Vale ainda não respondeu, creio) recomendo a leitura da entrevista de Zeferino Coelho à revista Bica, pois ajuda a conhecer o meio editorial predominante, a proveniência política dos seus mais influentes protagonistas, e o enorme impasse que vão deixar a quem fique depois de fecharem a porta. 

Quem cá estiver que apague a luz — e mande a conta para o plano nacional de leitura!!

 

 

 

 

E do aqueduto, ninguém quer saber?

por Vasco M. Rosa, em 05.06.17

Obra extraordinária ao tempo da sua construção, o aqueduto das águas livres, de Lisboa, é quase um símbolo da cidade, que H. C. Andersen desenhou na sua vinda a Portugal.

Está brutamente escurecido pela poluição rodoviária e urbana, embora a taxa turística pudesse ser usada para restaurá-lo (se CML e EPAL assim quisessem), mas pior ainda é que o passeio tão agradável que ali se pode fazer está fortemente condicionado a um horário de funcionalismo (das 10h às 17h30), quando deveria ter um horário de verão, permitindo visitas até ao pôr do sol, e estar aberto aos domingos e às segundas-feiras, que não está. E também fecha aos feriados, quando poderia ter visitantes.

Parece impossível, mas é verdade!

Se o Museu Gulbenkian, por exemplo, adaptou — e muito bem — o seu dia de fecho para captar visitantes logo após o fim de semana, obtendo rendimentos adicionais com isso, é da mais gritante incompetência o que ali se passa num monumento urbano único.

Nem sei mesmo em que condições se fazem actualmente visitas ou se no pequeno jardim de entrada há sequer condições adequadas (bancos, toldos, bebedouros, wc, informação histórica) para espera (não havia muito da última vez que lá fui), dado o limite de visitantes por percurso.

Sempre que olho para o aqueduto, desde perto de Sete Rios ou na descida para a avenida de Ceuta, não vejo passeantes nas faixas laterais, o que me surpreende, de facto.

Uma coisa parece-me certa — que alguém faça algo sensato por aquilo. Não custa muito...

Lisboa cidade de turismo? Enfim!...

 

 

Balas que são bolas de sabão

por Vasco M. Rosa, em 05.06.17

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 O sr. ministro da cultura tem muito mais que fazer do que ir ao parlamento dar explicações ao Bloco de Esquerda, que se preocupa com o património cultural quando lhe dá jeito para fazer mais propaganda e obter sound bytes. De resto, não considera.

O PCP conseguiu fazer regredir projecto para o forte de Peniche, chantageando um compromisso que terá gastos públicos incontroláveis e difíceis de fixar, e agora Catarina Martins quer aparecer como defensora de algo que afinal deplora: templários?! Um domínio monopolista de vinha, olival e sal e outras coisas que serviu de financiamento a um expansionismo colonialista, esclavagista... Mas lá aparecem os bloquistas, com a mão na testa pesarosos com mais este atentado à cultura. Se não vamos rir, também não queremos chorar.

Entretanto, quando o senhor ministro se desviar dessas balas bolas de sabão, trate de ir ver a Biblioteca Nacional e os seus gravíssimos problemas — e já agora evite fotografias como a que aqui se publica.

Mais cedo ou mais tarde, em registo memória futura, pode calhar mal. Um homem de estado não dá o braço a figuras que o podem comprometer. Um homem de estado, nao um homem que está...

 

 

O estranho caso dos danos causados por filmagens no convento de Cristo em Tomar (e dos gravíssimos riscos permitidos), e dos denunciados desvios de dinheiro na bilheteira desse monumento — uma tradição de anos, segundo consta! —, objecto de reportagem de Soraia Ramos, ontem na RTP, é tão chocante que espero que haja uma rapidíssima averiguação dos  factos e sua responsabilização, senão mesmo uma audiência parlamentar (se é que a política patrimonial e cultural passa por lá, em tempo de mínimos legislativos).

Mas além disso, seria vantajoso verificar que tipo de publicações são hoje disponibilizadas a turistas seja em Tomar, Alcobaça, Mafra e Batalha — para falar apenas nestes grandes monumentos portugueses.

Verificar, ler, comentar o grau de competência, ilustração e actualidade científica e linguística em que foram feitas e caso seja tudo uma desgraça pegada, produzi-las rapidamente, porque há na comunidade académica e museológica portuguesa gente bem capaz das melhores coisas.

O sr. ministro da cultura não pode fazer por merecer o cargo que aceitou? 

 

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Linguagem e abusos

por Vasco M. Rosa, em 03.06.17

No Diário de Notícias João Céu e Silva intitula comentário ao lançamento de livrinho de José Rentes de Carvalho com um título bombástico, que diz que o escritor «inicia cruzada pela homossexualidade transmontana».

Dito deste modo, dá impressão de que: há uma homossexualidade típica daquela região recôndita do país; que JRC assumiu finalmente, tardiamente a defesa duma liberdade que lhe é muito pessoal; que o cepticismo típico deste «velho sábio» deu em fazer dele um aventuroso espadachim de direitos íntimos.

Depois vai ler-se o que ele de facto disse e é só um aspecto a considerar, com a dignidade que merece, mas mesmo assim...

Deve ser duro e irritante para um escritor tão cuidadoso com o rigor das palavras ver-se enganado por esta tendência de fantasiar para captar a atenção de leitores que habitualmente viram páginas distraidamente, em folhas de papel ou ecrãs de tablet.

Para o jornalista, será um deslize como qualquer outro num mundo cheio de tantas palavras descartáveis (amanhã haverá muitas mais, e assim por diante). Mas que o não seja para todos nós, por respeito ao que merece ser respeitado!

 

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A defesa da cultura

por Vasco M. Rosa, em 02.06.17

Ninguém parece confrontar governo, municípios e instituições privadas sobre a precária, irrelevante  oferta de exposições permanentes que possam dar aos magotes de turistas um sinal de nós próprios, o país mais antigo da Europa.

Enquanto em outras capitais europeias a produção de grandes exposições chama visitantes, por aqui o que estes podem ver é muitíssimo fraco. E o que nós próprios podemos ver é «o costume»...

A agenda de museus no país é de indigentes.

A Torre do Tombo, por exemplo, não tem programa expositivo digno de registo, embora o seu espólio pudesse sugerir curiosidades, o Palácio de Mafra, um dos mais visitados, e em vésperas de tricentenário, também não, e salvo o MNAA não parece haver ideias, equipas motivadas, meios — é uma pobreza e uma incapacidade que dão dó.

E se isto é assim na capital, pois imagine-se o que será naqueles recantos de província aprazível onde é bom passear. O deserto cultural...

Uns são «alegres», outros «menos alegres». É isso, é só isso.

 

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Na próxima, todos!

por Vasco M. Rosa, em 14.05.17

Por causa da tolerância de ponto de sexta-feira passada, João Miguel Tavares escreveu no Público relatando o problema que isso constituiria para muitas famílias sem substitutos para deixar os seus filhos em idade escolar, e desafiou o primeiro-ministro a receber e entreter os seus filhos.

O desafio era retórico, porque teria de ser multiplicado por muitos milhares de casos. Mas AC preferiu brincar com tudo isso, recebendo as crianças e fazendo disso uma notícia e um cartaz da sua «agilidade para resolver problemas».

O quotidiano dum estadista — espera-se! — não deve ser algo comparável ao de uma sala de aula ou infantário, mas a infantilização de todos nós não é obstáculo para o chefe do governo. 

Vamos todos rir, sorrir e brincar, que o bom caminho se abrirá diante dos nossos pés. Muito simples!

No futuro, em situação análoga, sugiro que muitos milhares apareçam sem aviso à porta do senhor com os seus petizes. Afinal, um jornalista mediático não é mais do que um honesto padeiro, carteiro, contabilista, bibliotecário ou peixeira, cozinheira ou condutor de autocarro da carris. 

Contra essa discriminação positiva, marchar, marchar!

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A verdadeira revolução

por Vasco M. Rosa, em 08.05.17

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A actividade editorial de livros é hoje de alto risco económico, num país preso à televisão, ao facebook e ao futebol, mas também pouco consciente de si enquanto comunidade historicamente vetusta.

O imediatismo de tudo e os cuidados com a vida prática também pesam na redução do tempo mental de cada um para ocupações valorativas de longo prazo. E as bibliotecas com empréstimo domiciliário são fraca e tardiamente abastecidas e nunca se implantaram como um serviço público essencial, ao nível dos hospitais e dos transportes.

Deste modo, tudo está fora do seu lugar sem criar uma mola de desenvolvimento humano que também não é apetecido por quem cresceu a só ouvir reivindicações economicistas e a só exigir direitos colectivos, em vez de entender a importância dos deveres individuais.

Donde a equação de tudo isso represente uma deriva colectiva de difícil correcção, a menos que cada qual ponha a mão na consciência e mude de vida. Mas isso demora longos anos até dar prova de efectiva mudança geral, que ninguém parece querer — a vida material prevalecerá sempre.

Enquanto isso, é preciso força para contemplar sem desmurecimento a decadência nacional que políticos sem escrúpulos e mentirosos também promovem pelo seu exemplo às avessas, cientes de que a população está entretida com likes, sms e selfies e não se prepara para a verdadeira revolução que importa fazer: a da nossa qualificação rumo à liberdade.

 

 

 

 

 

Ai não fica sem resposta...

por Vasco M. Rosa, em 07.05.17

O bizarro caso de Pizarro-Mendes no Porto é só o início das surpresas autárquicas do PS. Em Lisboa, revelaram fontes bem informadas ao CF (em primeira mão!!), num gesto sem precedentes nem tradições partidárias o nunca eleito presidente Medina vai ceder o seu lugar ao efectivo presidente arquitecto Manuel Salgado, o homem que realmente decide — desde Costa — na CML.

Nos bastidores do renovado pavilhão Carlos Lopes (e quanto pagou o PS pelo uso?..), num assumo de sinceridade e clarificação, ambos protagonistas decidiram vestir as suas próprias roupas e calçar os seus próprios sapatos, dedicando-se doravante Fernando Medina è redacção de intervenções políticas do mais fino recorte, de que só havia podido fazer pequeninos ensaios em cerimónias públicas, e pelas quais pretende distinguir-se a breve trecho para assim aceder a mais altos e nobres cargos de estado condizentes com a sua qualidade de filho de resistentes clandestinos a uma ditadura.

AC disse-lhe logo que sim, pois também ele — algures num passado distante — se considerou digno dum lustroso futuro político, como herança directa e legítima de opositores estigmatizados.

O anúncio deste rearranjo foi considerada pelo lúcido e prudente Carlos César como a mais vibrante resposta à «arrogância independentista» de Rui Moreira, que dispensou o apoio do partido socialista. Costa quis demonstrar — confirmou César — que também ele tem um independente em Lisboa e quando quiser coloca-o na chefia declarada do município. Porque, como disse o outro coelho, quem se mete com o PS leva...

 

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Fraco compromisso

por Vasco M. Rosa, em 04.05.17

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A tremenda situação de crise no Brasil e na Venezuela — dois países onde também vivem muitos portugueses — não está a ter nas páginas dos jornais a atenção que merece. E apesar do fluxo de turistas europeus nas principais cidades (quanto mais não fosse só por isso), é muito raro encontrar-se em bancas de rua sequer os principais jornais europeus, o que diz bastante do nosso profundo alheamento, e é lícito supor-se que muito poucos portugueses se interessam em lê-los, em papel pelo menos.

Com este grau de iliteracia e pasmaceira, somos portanto uma comunidade nacional facilmente vergável a domínios políticos nefastos, desde que — no imediato! — haja pão e circo, benesses, sol e feriados.

Pouco vale portanto o que Idálio Revez e Luísa Schmidt denunciaram, há dias, no Público e no Expresso, sobre novos e muito graves atentados ao meio ambiente na serra algarvia e no litoral alentejano, casos muito raros de preserverança e coragem, porque o que domina as páginas dos jornais é o jogo político e muito menos o valor do país como património a conservar e conhecer, de que a paisagem é um dos principais, como bem ensinou Gonçalo Ribeiro Telles.

Estamos muito longe de sermos um país «quase perfeito», e tudo o que for dito — entre sorrisos e afectos — para baixar a guarda do rigor e nos enfraquecer no compromisso pessoal e comunitário, é uma pedra a mais no caminho da nossa decadência, menos brutal do que a brasileira e a venezuelana certamente, mas ainda assim inexorável decadência, um sono perpétuo embalado pela doce almofada do bom clima e da boa mesa. E — não esquecer — com ciclovias a armar ao pingarelho...

 

 

Galveias, para quando?

por Vasco M. Rosa, em 03.05.17

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Ninguém percebe mas também ninguém aponta o dedo e reclama emergência. É o ar do tempo, muito provavelmente: uma indiferença, uma apatia que beneficia certo domínio e conquista política...

E no entanto, salta à vista de quem por ali passa, que o Palácio Galveias, biblioteca municipal central, concluiu há bem três meses as suas aliás demoradíssimas obras de restauro (fechou portas em Março de 2015...), sem de imediato abrir as portas às centenas de estudantes e outros leitores que ali têm um apoio decisivo no seu quotidiano — para já não falar dos leitores a domicílio, que requisitam livros que querem ler sem comprar. 

Pelo caderno de encargos, as obras deveriam ter concluído em Agosto do ano passado. Desde então — nove meses!! — nada. Dá que pensar...

Não comento sequer a qualidade do restauro realizado, reduzindo a branco a fachada que sem dúvida foi diferente, como assumidamente prevaleceu na recente reabilitação do Palácio de Queluz, de que creio este seja contemporâneo.

Não há no website municipal qualquer informação sobre reabertura, que não parece ser prioridade da sempre «distraída» vereadora cultural, mas não precisamos de ser cáusticos nem pessimistas para verificar que esse agendamento ficou claramente subordinado à conveniência eleitoralista da candidatura do presidente em exercício.

Bem, se isso pode ser considerada boa gestão autárquica, já cá não está quem falou...!

( Enquanto isso, não houve o mínimo atraso na inauguração — ontem ou hoje — duma escola primária na Baixa, que recebeu o nome de Maria Barroso certamente em homenagem partidária-politizada que seria dispensável que aceitássemos que há mais vida — e mais portugueses de mérito — para além disso. O pm lá apareceu, porque certamente tem pouco que fazer...)

 

 

António Ferro, por Rita Ferro

por Vasco M. Rosa, em 08.01.17

Importa elogiar abertamente a afeição, a coragem e o desassombro de Rita Ferro em chamar o avô a um aqui e agora que teima em ser-lhe tão indiferente.

Geringonça

por Vasco M. Rosa, em 26.12.16

O cenário da comunicação ao país do sr. PM na noite de natal é o verdadeiro exemplo da geringonça. Que linda sinceridade!!!

Que dirão daquela indigência visual os «artistas plásticos» e «os agentes culturais» que correram a um almoço em cervejaria de beira-rio a festejá-lo? Não poderiam eles, se contratados, fazem melhor? Certamente que sim.

Ah, e como devem estar aborrecidos agora, que em tantos aspectos foram abandonados como restolho que já não serve pois o assalto político foi consumado? Eles sim, ajudaram a montar a geringonça que os deixou para trás, em favor do aparelho politico.

O MNE refere-se à concertação social como «feira de gado» e continua em funções? Claro, basta que AC venha sorrir e dizer umas graças à moda dele, para que tudo siga adiante, sem arestas.

QUe 2017 seja melhor para todos nós, senão estaremos fritos.

O banco da verdade

por Vasco M. Rosa, em 20.12.16

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Não é dia de chover no molhado, porque felizmente não cai chuva e Lisboa livra-se por isso de mais complicações do que as que já tem em matéria de trânsito.

As obras do dr. Medina não são já um teste à paciência dos lisboetas, mas um teste à sua capacidade de tolerância diante duma ocupação do espaço público por obras que avançam por toda a parte ao mesmo tempo mas sem aquela rapidez e finalização que seria desejável. Quem sabe, o motivo é demorar para que se perceba que coisas estão a ser feitas... Infantilidades políticas, irresponsabilidades de todo o tamanho...

Por exemplo, não se entende que bancos colocados entre Campo Pequeno e Entre Campos, libertos dos plásticos que os envolviam há dias, fiquem agora sujos de pó e lama sem que um único e simples operário, numa hora ou duas de trabalho, no máximo, os limpe convenientemente, do primeiro ao último!

Isso simplesmente prova que as obras decorrem sem qualquer supervisão que as obrigue a resultados efectivos e consolidados para benefício imediato do povo. Havendo direcção de obra por parte da CML,  jamais seria tolerável, mais que umas horas decorridas, que os bancos que as fotografias apresentam ainda estivessem por limpar. (Mas que profissionalismo é esse?!...)

Quero ver o dr. Medina todos os dias a acompanhar a obra que deixa à Cidade para se fazer eleger (pela primeira vez), como espera conseguir. Sem isso, é um magnífico demagogo que não sente a vida do quotidiano da cidade que ele pretende governar. Ora isso...!

Vá lá com o paninho limpar os bancos — se não tiver quem o faça por si...

 

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