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Não há como as notícias sobre o novo governo grego para apreciarmos em todo o seu esplendor a mediocridade e enviesamento da comunicação social portuguesa, com SicN, Público, DN e JN à cabeça. O governo que os media retratam como dinâmico e inovador é o que conseguiu alienar em poucos dias a opinião dos países que o governo grego imaginava como aliados contra a «austeridade», que é, como sabemos, o nome que a esquerda dá às boas contas. Hollande manda Tsipras dar uma curva e consola-o com acordos culturais; Renzi diz que pois, pois, e dá-lhe uma gravata; a Espanha nem quer ouvir falar das novas presunções caloteiras; o governo português satiriza os sonhos infantis.
Este governo em que os nossos media veem gente notável, desempoeirada, genial, um punhado de académicos ilustres que descobriu como ser-se feliz e endividar-se sem nunca pagar, é o mesmo governo cujo académico mais confrangedor, o peripatético marxista arribado da América, já foi reconhecido pelo que vale em Inglaterra («falei com um académico, e não com um ministro», disse um membro do governo inglês), já conseguiu a recusa do BCE de avançar dinheiro contra títulos de dívida, e a quem Schauble já bateu com a porta na cara das ilusões. Com a mania das vanguardas,com a ideia de que as suas luzes conduzirão à verdade 27 democracias que julga enganadas, a criatura grega ainda insiste que não paga o que deve, e que lhe devem dar mais e a fundo perdido, porque ele traz «uma solução para Europa», a mesma que 27 países não querem. Mas a nossa comunicação social vê nisto verdades profundas, uma revolução europeia, uma multiplicidade de amanhãs a cantar.
Um governo inexperiente, irresponsável, ignorante e tonto aprofunda a ruína da Grécia, mas os nossos media vislumbram nisso um caminho exemplar. No fim, perdem os gregos. Mas para os nossos media, no fim a culpa será alemã.
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