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À pergunta de como instaurar uma nova monarquia em Portugal, Gonçalo Ribeiro Telles Respondeu que para tal bastava chegar à fala com cada um dos portugueses.
Assim, a Causa Monárquica jamais deveria ser encarada como uma questão binária, de tudo ou nada, dependente de resultados absolutos. Deverá antes ser motivada pela afirmação, porta a porta, alma a alma, dos valores da nação portuguesa verdadeiramente livre reflectida na centenária Instituição Real, reserva moral dum nobre povo com direito a um futuro. Porque se o rei for livre, assim será o seu Povo.
Sabemos como a Liberdade, o valor mais caro à humanidade, é um bem precário, quando não uma vã miragem. Os filósofos, escritores e cientistas há muito que sentenciaram um prognóstico: a contingência Humana é desde logo uma incontornável limitação aos seus profundos ensejos de realização, cabendo ao domínio do espírito a resolução desse problema.
Mas se este tema em sentido filosófico é uma questão complexa e subjectiva, a abordagem que hoje aqui faço é duma perspectiva bem mais prosaica e vital: refiro-me àquilo que uma sociedade evoluída pode e deve fazer pela promoção dos requisitos mais primários da Liberdade.
Um Estado paternalista que proporciona uma educação deplorável e um ensino inadequado, um país que exibe dramáticos níveis de iliteracia e ausência de pensamento lógico, está longe de promover a autonomia aos seus cidadãos. Não há verdadeira liberdade sem exigentes critérios de escolha. Mas o mais trágico é quando a jusante, essa pretensa liberdade é definitivamente comprometida pela pobreza e pela miséria dos milhões de portugueses que vivem entre o desemprego e o trabalho indiferenciado. Só se estivermos muito distraídos é que não reparamos que há muitas pessoas que ao fim-de-semana têm que optar entre um café e um maço de tabaco e os bilhetes de transporte para um passeio em família. Demasiados portugueses não têm possibilidade nem apetência para comprar um livro, muito menos têm orçamento para consertar o Magalhães avariado do seu filho. Só se estivermos distraídos é que não reparamos naqueles que vivem a humilhação de terem de passar ao largo da farmácia ou a mercearia do bairro onde devem uma conta calada. Enfim, é preciso vivermos numa redoma para não nos cruzarmos com pessoas que passam o vexame da impotência em prover a sua família de condições de subsistência razoáveis.
Para lá dalguns privilegiados funcionários do Estado, em Portugal impera meio país acossado pelo medo que a crise lhe bata à porta, e outra metade que não tem condições económicas dignas. Ou seja, que não é verdadeiramente livre.
De resto a realidade portuguesa é no mínimo esquizofrénica: esta opressão convive paredes meias com sofisticadas infra-estruturas de alcatrão e betão, e sob a promessa de um moderno aeroporto e linhas de alta velocidade que poucos portugueses terão possibilidades de algum dia usufruir. E não me venham com acusações de catastrofista ou de profeta apocalíptico: com o vicioso modelo de desenvolvimento escolhido, assistencialista, igualitário e desresponsabilizador, não se vislumbra solução: nos dias que passam a luta dos portugueses é pela sobrevivência individual e como povo, quando deveria ser pela conquista sua da Liberdade.
Texto publicado originalmente em Dezembro de 2009, que integra o livro Liberdade 232, disponível aqui.
Nos dezoito meses subsequentes ao 25 de Abril o poder da esquerda revolucionária apoiada por sectores radicais das Forças Armadas, com a cumplicidade dos comunistas e dos seus satélites (então como hoje com representação eleitoral muito semelhante, de cerca de 18% na Assembleia Constituinte) controlando os sindicatos e os Órgãos de Comunicação Social, nomeadamente a rádio e a omnipresente televisão, vai tomando conta do País que a 25 de Novembro se encontra à beira da guerra civil.
Nesse dia, como acontece a muito boa gente, a minha família é aconselhada a deixar Lisboa, e partimos todos para umas imprevistas “férias” em local recôndito, que a caça às bruxas há muito que se prenunciava (era normal o pivot do telejornal adjectivar um partido à direita do PS como “fascista” ou “da vergonha”). Mas foi pela emissão televisiva que assistimos à reviravolta do golpe, quando é cortado o piu ao major Duran Clemente para a emissão prosseguir dos estúdios do porto com uma comédia de Danny Kaye. Dois dias depois, estávamos de volta às aulas e o "processo revolucionário em curso" estava definitivamente comprometido. A democracia prevalecera ao "poder popular", ou seja "da rua", discricionário, tirânico. Quem como eu viveu esses emocionantes dias (com catorze anos era um precoce activista) tem a perfeita noção do valor precioso da liberdade. Que é o que hoje se devia celebrar.
Sempre foi ambição de José António Saraiva que o seu semanário concorresse com o Expesso. Se em relevância há muito que lhe conquistou-lhe o lugar, suspeito que esta semana, em tiragem, o Sol dá um capote: ironicamente vitoriei a obtenção do meu exemplar já sem direito a brinde nem revista Tabu. Parabéns.
Foto Carlos Lopes Público
A edição de sexta-feira do semanário "Sol", alvo de uma providência cautelar, já seguiu para o aeroporto de Lisboa para ser transportada para Angola, Moçambique e Cabo Verde, disse à Lusa fonte do jornal.
Sem gritos de ordem, sem autocarros, sem juventudes partidárias, sem bifanas e sem apoios que não a dedicação dos próprios, a concentração teve lugar e cumpriu largamente os seus propósitos: fazer chegar a mensagem de que o silêncio institucional sobre as alegadas tentativas de condicionamento da liberdade de expressão em sentido amplo estava a ser ensurdecedor.
Adolfo Mesquita Nunes, nO Insurgente
Chego ao escritório vindo de S. Bento e confirmo que a indignação deste grupo de cidadãos que se manifestou pela Liberdade é mais do que legítima: afinal há uma providência cautelar com vista a impedir a publicação de mais escutas no semanário "Sol".
Em frente ao Parlamento estiveram muitos daqueles que não se conformam com o condicionamento da liberdade de imprensa por um poder político tentacular e com o crescente descrédito dos órgãos de soberania. De resto, a petição foi entregue e Sócrates que se cuide, que este foi apenas o primeiro dia duma luta que nunca deveria acabar. Pela liberdade.
Video 31 da Armada
Esta inaudita época da tecnologia e do conforto, trouxe consigo o fenómeno da participação cívica virtual, das "redes sociais" e "petições online", para todos os gostos causas e feitios. Entre a colheita dumas couves no Farmville, a aceitação dum convite a um evento que nunca irá, o cidadão, à distancia dum clique adere a um grupo contra a pesca à linha, e torna-se fã duma qualquer associação política no facebook. É a ilusória cidadania de rabinho sentado, a militância com o esforço dum dedo e três neurónios, tão anódina quanto estéril.
A gravíssima situação política que a democracia e o país atravessam, exige que por uma vez prescindamos da comodidadezinha e saiamos à rua para manifestar a nossa indignação, defender a Liberdade e resgatarmos a esperança em Portugal. Um longo caminho que começa amanhã, às 13,30 em frente ao parlamento.
A petição Todos pela Liberdade atingiu já mais 5400 signatários: na quinta feira frente ao parlamento teremos que ser muitos mais.
Uma crónica brilhante de João Carlos Espada, na edição de fim-de-semana jornal I:
(...) Dizem-nos que a única posição compatível com a liberdade é a que defende o casamento enquanto contrato voluntário entre [por enquanto] duas pessoas, sejam elas do mesmo sexo sejam de sexos diferentes. Por isso é acrescentado que quem quer que discorde deste ponto de vista defende um ponto de vista opressor, uma vez que recusa direitos iguais à posição divergente, a que defende casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Há aqui uma curiosa dissonância cognitiva. O que temos pela frente é uma discordância entre duas opiniões particulares, igualmente legítimas no plano político. Não há uma opinião opressora e uma opinião livre. A opinião de que os casamentos devem envolver pessoas do mesmo sexo é um ponto de vista tão particular e tão criticável como a opinião de que os casamentos devem apenas abranger pessoas de sexo diferente. Isto significa que, se impusermos na lei que os casamentos devem abranger pessoas do mesmo sexo, estamos a impor uma opinião particular sobre as pessoas que defendem uma opinião particular diferente, a de que o casamento deve ser para pessoas de sexo diferente.
Por outras palavras, nenhuma das propostas em presença é neutra e o Estado não pode reclamar-se de qualquer delas em nome da neutralidade relativamente a concepções particulares do bem. Perante este dilema, uma sociedade livre tem uma solução relativamente simples, embora ela possa não satisfazer os fundamentalistas de ambos os lados: manter o casamento para pessoas de sexo diferente e criar uma instituição jurídica diferente para as uniões do mesmo sexo. Estas últimas podem também ser abertas a casais de sexo diferente que considerem a sua união equivalente às uniões entre casais do mesmo sexo.
Esta foi a solução pacificamente adoptada na "livre Inglaterra", com a criação das "civil partnerships". É a solução liberal por excelência, que corresponde ao princípio "live and let live", viver e deixar viver. Não requer um acordo, nem sequer uma votação por maioria. Deixa espaço para a convivência pacífica entre as duas opiniões, sem que uma tenha de se impor à outra. (...) Ler tudo
«Os noruegueses já responderam a esta proposta da indústria: vigiar a internet de cada um é como os correios começarem a abrir e ler as nossas cartas. Claro que o problema dos ‘downloads’ ilegais é grave – mas querer propor às operadoras que devassem os nossos consumos de internet para bloquear o serviço, é, digamos, mau sinal.»
Francisco José Viegas, n' A Origem das Espécies
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