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Os inimigos de Rentes de Carvalho

por henrique pereira dos santos, em 17.03.17

Não conheço o suficiente de Rentes de Carvalho (li um livro de que não me lembro o nome mas de que me lembro de ter gostado bastante) para ter opinião sobre o que vale e muito menos para ter opinião sobre as suas opiniões políticas, que tenho ouvido aqui e ali.

Também não conheço o suficiente dos inimigos de Rentes de Carvalho, como Patrícia Reis (não sabia quem era mas já estive a ver que tem um curriculum literário que se deve ter em conta) ou como Irene Pimentel (que sei quem é e de quem já li umas coisas).

Patrícia Reis diz que Rentes de Carvalho "vota na extrema direita por ter vizinhos árabes e não se sentir seguro" e isso é suficiente para Patrícia Reis não o querer ler mais, e Irene Pimentel diz que "vota em Wilders, pois concorda com a expulsão dos marroquinos, todos eles criminosos para ele", o que é suficiente para considerar Rentes de Carvalho repugnante.

O meu problema (passando por cima da duplicidade de critérios que lhes permite não se incomodar com todos os apoiantes de forças anti-democráticas de esquerda) é que não consigo confirmar estas afirmações de Rentes de Carvalho: no caso de Patrícia Reis não encontro o menor sinal dessas declarações existirem, mas posso ter procurado mal, claro, (o máximo que encontrei sobre os seus vizinhos são coisas destas "A sociedade multicultural... eu não posso ser nem a favor nem contra. A sociedade multicultural é uma realidade. Eu tenho vizinhos de umas 12 ou 13 nacionalidades e toda a gente se dá muito bem com toda a gente) e no caso de Irene Pimentel são uma deturpação muito grosseira do que disse Rentes de Carvalho.

Daí a minha perplexidade: qual é a credibilidade e utilidade de críticas morais a terceiros, feito a partir de uma posição de superioridade moral do autor da crítica, quando para as fundamentar se usam distorções grosseiras do que os criticados dizem?

Ou será que se considera legítimo atribuir a terceiros argumentos que eles não usaram, sabendo que desde que seja para defender o lado bom da sociedade (nós, evidentemente), a maioria dos que escrevem e falam no espaço público escondem e relevam a profunda desonestidade deste tipo de comportamentos?


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