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Parto do pressuposto de que não é sua responsabilidade, que têm currículos extraordinários, que os Deuses conspiraram, que os elementos são do contra, que foi um azar tremendo, etc. Enfim, todos os pressupostos possíveis e imaginários que protejam uns tipos que andam por aí e que se dizem ministros e secretários de estado. E até estendo a benevolência ao ponto de me abster em reclamar responsabilidades políticas.
Mas há um ponto impossível de contornar. Perante a tragédia dos fogos do último fim-de-semana preferir frases como: “Para mim seria mais fácil, pessoalmente, ir-me embora e ter as férias que não tive, mas agora não é altura de demissões”, “Têm de ser as próprias comunidades a ser proactivas e não ficarmos todos à espera que apareçam os nossos bombeiros e aviões para nos resolver os problemas. Temos de nos autoproteger, isso é fundamental”, “O país tem de ter consciência que a situação que estamos a viver vai seguramente prolongar-se para os próximos anos. O pacote florestal vai produzir efeito ao longo de uma década. Se julgam que há alguma solução mágica estão completamente enganados”, “O governo não tem nenhuma varinha mágica”. Quem profere estas frases na circunstância que todos sabemos não pode assumir cargos de responsabilidade pública.
A comparação pode não ser perfeita, mas imagine-se um alcoólico em último grau com uma cirrose tremenda e que agoniza desesperadamente no leito da morte, ou um doente com cancro do pulmão que fumou anos a fio três maços de tabaco por dia e que nos últimos minutos de vida vão ouvindo de quem tem obrigação de lhe segurar a mão “se não tivesses fumado não estarias assim” e “não tivesses bebido tanto”. Acaso achar-se-ia que essas seriam pessoas com perfil para acompanhar essas almas nesses terríveis minutos finais? Por mais fantásticos que fossem os currículos e por maior razão que lhes assistisse, nunca, mas nunca seriam pessoas com perfil adequado para acompanhar aqueles que agonizam.
Não sou pela política do afecto que entendo ser contra procedente e bastante irritante. Mas também sou contra gozar com todas as pessoas e desrespeitar aqueles que acabaram de viver experiências desesperantes.
Pelo exposto, entendo que há que demitir os ministros e secretários de estado que tiverem ser demitidos. Quanto ao primeiro-ministro, que é da mesma cepa, que fique. Precisamos de saber em eleições o que valem os Portugueses de hoje.
Pedro Bazaliza
Convidado Especial
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