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Passei por uma agência da Caixa Geral de Depósitos e pedi o livro de reclamações (pedi mesmo, escrevi mesmo, não é uma figura de estilo para introduzir o texto que ficou no livro de reclamações, à espera de uma resposta).
"Tive conhecimento de que a CGD decidiu entregar meio milhão de euros do fundo de apoio às vítimas dos incêndios aos hospitais de Coimbra.
Parece-me uma atitude absolutamente indigna.
1) As pessoas que contribuíram com certeza queriam apoiar directamente as vítimas e não o Estado que lhes falhou;
2) Esta decisão corresponde a desviar meio milhão de euros da economia destas regiões deprimidas para uma das zonas mais ricas do país, investindo num serviço que esmagadoramente serve as populações urbanas não afectadas;
3) Financiar o seu accionista nesta base é vergonhoso".
Se tenho dados da origem dos doentes dos hospitais de Coimbra? Não, apenas bom senso e experiência de quem conhece a cidade e a região. Dados concretos, com números exactos, pode pedi-los à administração dos hospitais de Coimbra.
Henrique, vamos começar do início. Dos recentes grandes incêndios, os com maior impacto deram-se no distrito de Coimbra. Os municípios mais afectados ficam a quinze, vinte minutos, de Coimbra, para leste e para oeste (Cantanhede, Lousã) e outros como Oliveira do Hospital ou Arganil apenas um pouco mais longe. O hospital de Coimbra (o CHUC) é o hospital central a que ocorre esta população, tanto para consultas externas das especialidades que não têm nos seus centros de saúde, como para urgências, como internamentos. Há muita gente desses concelhos que demora menos a chegar a Coimbra do que um morador de Moscavide, em Lisboa, demora a chegar ao Hospital de Santa Maria. Afluem ao Hospital de Coimbra também muita gente de distritos vizinhos, como Viseu, Guarda, etc. Eu vivi 20 anos na Lousã, e conheço muito bem a região, assim como conheço muito bem o hospital de Coimbra, porque volta e meia sou "cliente" ou acompanhante. Henrique, não estou a falar de cor. O desconhecimento sobre o território e população é todo seu.
Henrique, um ponto prévio:
1 – Eu sou contra o financiamento do SNS pelo dinheiro das dávidas. Ponto final nisto.
O que eu ainda não entendi é porque é que as pessoas de Coimbra são privilegiadas por causa da localização dos HUC. Simplesmente, não percebo a sua lógica. É a mesma coisa que dizer-me que os habitantes da freguesia de Alvalade, por causa da localização do Santa Maria, são privilegiados em relação às freguesias da Ajuda e de Belém. É que nem sequer é verdade que as pessoas de Coimbra sejam a maioria das pessoas que os HUC servem. Olhe pense lá: o distrito de Coimbra, fora a cidade, tem, suponhamos, 300 mil habitantes. Coimbra tem 100 mil. Todos os habitantes do distrito têm as mesmas doenças e todas procuram os HUC para tratamentos. Que conclusão é que tira?
Henrique, tentar convencer-me que não entendeu o que eu disse, não é muito lisonjeiro para si. Mas, na hipótese de ser esse o caso, vou tentar explicar de outra maneira, mais sistematizada. A sua tese, desde o princípio, é que beneficia uma população priveligiada, não a mais afectada. Há várias maneiras de o hospital beneficiar uns e não outros, vejamos as hipóteses:
1 – Os habitantes da cidade de Coimbra têm um tratamento diferenciado no hospital em relação á população do Casal de Ermio? Não, todos os que entram no hospital são tratados da mesma maneira.
2 – Quem é tratado nos HUC é maioritariamente da cidade de Coimbra? Não. Se a cidade de Coimbra tem cem mil habitantes e o resto do distrito tem trezentos mil, faça as contas. Percebe a lógica?
3 – O problema é a distância? A dificuldade maior de deslocação aos HUC das populações dos outros concelhos, em relação à população da cidade de Coimbra? Não. Eu provo-lhe que a população de algumas freguesias do concelho de Lisboa demora mais a chegar ao hospital de Santa Maria do que a população de alguns concelhos vizinhos de Coimbra aos HUC.
Sobre este seu último comentário, nem sei bem o que dizer… li duas, três, quatro vezes e parece-me que desafia toda a lógica. Isto parece um daqueles exercícios de quebra cabeças para miúdos. Ora vejamos: se beneficia mais gente do que a afetada, beneficia também a afetada. Certo?... De outra maneira: O hospital não recusa ninguém. Portanto, um habitante da Tocha que vai fazer um tratamento na unidade de queimados dos HUC, desde que seja bem tratado, não se importa que ao lado estejam dois habitantes da freguesia de Sto António dos Olivais e três habitantes da freguesia de Ceira.
Pronto, agora pense em tudo o que escrevi.
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