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Estive a ver, com muito interesse, a sua entrevista de ontem à TVI.
Partilho da sua preocupação em relação às pensões mais baixas e por isso não entendo as razões pelas quais, no Orçamento de Estado do ano passado, deu o aval à opção de devolver rendimentos aos que mais recebem em vez de procurar algum equilíbrio na melhoria das condições de vida dos mais pobres.
Mas deixemos esse ponto e concentremo-nos nas propostas de orçamento deste ano.
Vi o seu esforçado exercício para tentar demonstrar que os 8 mil, ou os 44 mil contribuintes com património imobiliário acima de, respectivamente, um milhão e 500 mil euros, pagarão o suficiente para fazer uma grande diferença nas pensões de 2 milhões de pensionistas que recebem abaixo de 600 euros.
Percebo a sua dificuldade em demonstrar que sem taxas verdadeiramente confiscatórias sobre poucos, a contribuição da proposta de que agora se fala acrescentará pouco às pensões de muitos.
Venho por isso propor-lhe uma medida alternativa para atingir os mesmo objectivos: privatize a Caixa Geral de Depósitos, em vez de pôr os tais dois milhões de pensionistas, e os outros, a financiar bancos.
Repare:
1) do ponto de vista dos serviços prestados pelo banco, é irrelevante quem é o dono, continuam a ser prestados sem qualquer problema;
2) do ponto de vista dos pensionistas, os 2,7 mil milhões de euros de investimento no banco dariam para pagar os tais 200 milhões de aumento durante mais de dez anos, sem tanta ginástica e sem necessidade de ir ao OE buscar outras fontes de financiamento;
3) do ponto de vista dos contribuintes, era menos um imposto a pagar, o que até lhe dava margem para, se quisesse, aumentar na mesma o dito imposto associado a uma redução de outros impostos, da forma que achasse mais justa e mais eficiente do ponto de vista da economia;
4) do ponto de vista da economia, o aumento de rendimento dos pensionistas traria aumento de consumo, alargamento de mercados, aumento de investimento para lhe dar resposta, aumento do crescimento económico e maior colecta fiscal para acudir melhor à pobreza.
Pense nisso.
Não tenho a menor dúvida de que concordará comigo que retirar uma parte do rendimento de alguém que descontou 21 anos e recebe 300 euros por mês para o forçar ser accionista de um banco deficitário é uma enorme crueldade social, só possível em pessoas que não têm a menor sensibilidade social, o que não é seguramente o seu caso.
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