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Conheci António Louro há uns anos quando comentou uns posts sobre fogos no blog Ambio.
Eu disse uns disparates, António Louro corrigiu, eu argumentei, as contra-respostas eram sólidas e consistentes e, como habitualmente faço, disse que mais valia discutir o assunto no terreno. Marcámos uma visita e andei por Mação um dia inteiro, guiado por António Louro, demonstrando que o que dizia estava mais certo que o que eu pensava.
Depois fomos tendo contactos esporádicos por mail ou outros meios virtuais, sobretudo por causa de fogos e gestão florestal, mas também porque Mação tinha um projecto de "transporte a pedido" que eu gostaria de conhecer melhor e saber os resultados. Os contactos foram tão esporádicos que cheguei ao ponto de passar a vergonha de o encontrar numa ocasião social sobre gestão florestal e fogos e não o ter reconhecido (em minha defesa tenho a minha péssima memória que me faz trocar e esquecer os nomes dos meus filhos, mas poucas vezes me senti tão envergonhado por não reconhecer uma pessoa que evidentemente tinha obrigação de conhecer e por quem tenho um manifesto respeito).
Ultimamente, a frequência das suas intervenções públicas por causa dos fogos e da gestão florestal - para além de Vice-Presidente da Câmara de Mação, é Presidente do Fórum Florestal - permitiu que confirmasse a solidez do que diz e o raro bom senso do que vai dizendo sobre fogos (e isso é independente de eventuais diferenças de pontos de vista num ou noutro aspecto).
Noto particularmente uma intervenção sua, penso que no Expresso da Meia-Noite, em que o elogio do jornalista ia no sentido de dizer que desde que a Câmara de Mação tinha aprendido com as lições de 2003 e adoptado uma série de procedimentos alternativos, não ardia grande coisa em Mação.
Em vez da atitude habitual de um político, que seria confirmar a bondade da sua acção política, atribuindo-se a si próprio os méritos pelos resultados em Mação, António Louro foi claríssimo a responder que era uma questão de tempo até voltar a ter grandes fogos em Mação. Aconteceu logo no dia seguinte ao programa em causa, mas sobretudo ontem e hoje.
O que me parece relevante é o que aparentemente (não tenho informação mais sólida que a dos jornais, o que não me deixa seguro) está descrito nesta peça: uma clara noção de riscos, uma clara noção de prioridades e uma organização preparada para não pôr pessoas em risco de vida.
É tão raro ouvir um Presidente de Câmara ser tão lúcido como neste parágrafo: "“Não há combate nem estratégia que valha durante a noite, com este vento que se fez e faz sentir. A nossa principal preocupação é proteger e salvar pessoas e bens”, disse Vasco Estrela" que achei por bem assinalar que há exemplos que demonstram que trabalhar com bases sólidas parece ser bem mais útil que a habitual fanfarronice dos meios, dos teatros de operações, das projecções das equipas em triangulação e outros narizes de cera habituais.
Obrigado, António Louro.
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