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Lutz Brückelmann acusa o Corta-fitas (na verdade deveria acusar-me a mim, que as outras pessoas que aqui escrevem não têm a menor responsabilidade no que eu escrevo) de desonestidade intelectual por eu considerar a frase:
"vota em Wilders, pois concorda com a expulsão dos marroquinos, todos eles criminosos para ele"
uma grosseira deturpação da frase
"pacientemente explico que partilho a sua ideia de deportar os marroquinos que, na Holanda, encabeçam as estatísticas da criminalidade."
O argumento de Lutz Brückelmann é o de que "A precisão "na Holanda" retira qualquer possibilidade de se não ter referido aos marroquinos em geral".
Saltemos por cima de que ainda que essa interpretação fosse inquestionável, nada na frase de Rentes de Carvalho permite dizer que considera todos os marroquinos como criminosos.
Mas essa interpretação está longe de ser inquestionável, porque uma coisa é dizer que se "defende a deportação dos marroquinos, que encabeçam as estatísticas da criminalidade" e outra é dizer-se que se "defende a deportação dos marroquinos que encabeçam as estatísticas da criminalidade".
No primeiro caso, defende-se a deportação de todos os marroquinos, com a justificação de que encabeçam a criminalidade, no segundo caso defende-se a deportação dos marroquinos que encabeçam as estatísticas da criminalidade, e só desses, não dos outros.
O que torna tudo isto profundamente desonesto não é esta confusão de interpretações por causa de uma vírgula, essa confusão é admissível, o problema é que existem várias outras declarações de Rentes de Carvalho em que explicitamente ele defende o segundo ponto de vista, chegando a corrigir jornalistas que exactamente o interpelam com a primeira interpretação, a de que haveria uma defesa da deportação dos marroquinos em geral.
Só que para os seus detractores é muito mais fácil chamar-lhe repugnante porque defende a deportação de todos os marroquinos por culpa de alguns, uma posição moralmente indefensável, que discutir a razoabilidade de deportar criminosos para os seus países de origem, posição que é muito mais complexa porque põe em destaque o conflito entre dois valores moralmente defensáveis: o direito à segurança das pessoas comuns e o direito a um tratamento justo para com criminosos.
Repugnante é deturpar os argumentos dos outros para obter uma posição mais favorável e justificar o sectarismo de transformar um adversário em inimigo.
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