Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
"A sugestão dos candidatos é uma competência conjunta do Banco de Portugal e do Tribunal de Contas, mas a nomeação formal depende sempre do Governo.", diz o jornalista amigo, sedeado, neste caso, no Observador.
"1 — Os membros do conselho superior são nomeados pelo Conselho de Ministros, sob proposta conjunta do Presidente do Tribunal de Contas e do Governador do Banco de Portugal.", dizem os estatutos.
"8. Visa-se promover a independência pessoal da seguinte forma: - a nomeação dos membros do órgão máximo do Conselho das Finanças Públicas (que é o Conselho Superior) é efectuada, conjuntamente, por duas entidades politicamente independentes, o Banco de Portugal e o Tribunal de Contas (art.º 13º);", diz a introdução da proposta de estatutos apresentada pelo grupo de trabalho encarregado dessa tarefa.
A minha dúvida é se o jornalista não faz ideia da utilidade de um sistema de pesos e contra-pesos numa democracia madura, ou se simplesmente fica satisfeito com justificações como esta:
"Segundo o Expresso, o nome da economista italiana não levantava qualquer objeção significativa entre os membros do Governo socialista, mas acabou por ter o mesmo destino de Luís Vitório."
Pela parte que me toca, eu teria vergonha de ser jornalista e escrever uma peça como esta sobre uma questão central: a independência das entidades de escrutínio das políticas públicas (não falando já da ligeireza com o que o Observador, não só este jornalista, mas também este jornalista, aceitam que o Primeiro Ministro se recuse a apresentar o fundamento das suas decisões ao parlamento, como se isso fosse uma questão menor para aferir a qualidade do sistema democrático que temos).
Quando vos disserem que a responsabilidade da abstenção e do crescimento do sentido de inutilidade da intervenção política é da responsabilidade dos partidos, digam que sim, que é verdade, que em parte isso é verdade, mas seria bom não esquecer a responsabilidade dos jornalistas na situação, bem ilustrada por este caso em que uma garantia de independência é transformada, pelo jornalista, numa mera sugestão.
ADENDA: parece que no Observador há quem entenda o essencial do que está em causa
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Continuação Para esta manipulação do parlamento co...
A 29 de Julho de 1976 o comunista José Rodrigues V...
Vou fazer uma lista com as asneiras, só as grossas...
Será necessária uma nova, delicada, definição de c...
As divisões territoriais históricas são diferentes...