"O único consenso que o nosso sistema político constitucional prevê para a nomeação do procurador-geral da República é o que resulta do facto de o mesmo ser nomeado pelo Presidente da República sob proposta do Governo". Francisco Teixeira da Mota, in Público Será?
A nomeação de um PGR não é bem como diz. A escolha, ou antes a proposta, é do Governo, mas o Presidente faz mais do que "nomear quem lhe for apresentado". O PR só nomeia quem quiser, isso é certo. Não há uma imposição do executivo ao Chefe de Estado. Se quiser, e no limite, a decisão acaba por ser partilhada.
Quanto aos consensos, a História é outra. Quem quiser fazê-lo numa tentativa de ser mais abrangente, poderá avançar para consultas com outros partidos. Mas aí dá-se o perigo de haver fugas de informação e a queda na praça pública da discussão em torno do perfil do PGR. Compete ao primeiro-ministro, e só a ele, saber se quer ouvir o PSD e os outros. António Guterres era mais dialogante, Sócrates não me cheira que queira seguir pela mesma via. E o diálogo deu no que deu...