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Mas será que ainda não perceberam...

por Rui Crull Tabosa, em 02.01.13

...que a larguíssima maioria dos pensionistas que aufere reformas superiores a 1300 euros não descontou para ter aquelas pensões?

No dia em que alguém me disser que uma pessoa pode fazer um PPR em que desconta durante 30 ou 35 anos, mas o montante a receber será calculado apenas com base no valor das contribuições dos últimos três, cinco ou dez anos - como sucede com a grande maioria das actuais reformas - avisem-me que eu também quero!


7 comentários

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De Miguel Loureiro a 02.01.2013 às 16:09

Prove o que diz!
O querido nem vai precisar de reformas... Faça PPR!
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De Rui Crull Tabosa a 02.01.2013 às 16:33


Começando pelo fim, vá chamar "querido" a outro.
Quanto a provar o que afirmei, é preciso dever um pouco à inteligência para se não saber que, na larguíssima para não dizer totalidade dos casos de funcionários públicos e mesmo dos trabalhadores do sector privado, os vencimentos auferidos nos últimos anos de carreira contributiva, mercê das progressões e actualizações salariais efectuadas (e naturalmente descontada a inflação) são largamente superiores aos de inícioo de carreira.
Ou acha que, por exemplo, um assessor prioncipal ou técnico superior principal ganhava o mesmo que um estagiário ou um técnico superior de segunda?
Um pouco mais de seriedade não lhe ficaria mal, mas percebo bem que a ideia é continuar a sacar à grande que os que vierem que se lixem.
Vergonha de gente.
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De Miguel Loureiro a 02.01.2013 às 18:02

Não me diga que não é querido por ninguém...
Eu sei que que devo bastante à inteligência, mas não queixo e vou aprendendo todos os dias. Mas a quem devo mesmo muito mais é à esperteza, porque tive que dar sempre no duro, à minha custa e à custa da mina falta de inteligência, o que não acontece com todos...
Quanto ao que disse e não provou, fico à espera, não de paleio, mas de números e não se esqueça de (mesmo contando com todos os anos) de entrar com o fator da inflação.
Até o vosso Cavaco não foi na conversa...
Quanto à seriedade, já não digo o mesmo da inteligência e peço meças!
Quanto ao sacar à grande, lá saberá do que fala, com nomes e tudo...
Por causa dos novos é que estou preocupado, mas não consigo!.
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De Rui Crull Tabosa a 02.01.2013 às 19:01

Deixando de lado os cumprimentos, como imagina nunca feito nenhum levantamento geral sobre a conversão das contribuições para a CGA ou a SS em reformas. Mas, desde já lhe digo que devia ser feito.
Não negará, em todo o caso, que as contribuições devidas por trabalhadores por conta de otrem tendem a aumentar ao longo da carreira, e não só por efeito da inflação como da própria progressão. Trata-se de uma evidência.
Mas também admitirá que não foram raros os casos em que trabalhadores do sector privado, por si ou até por convenência dos seus empregadores, descontavam apenas uma parte do ordenado e só descontavam pela totalidade nos últimos anos de carreira. Como talvez também conheça casos de muitos trabalhadores autárquicos que compraram as casas camarárias onde iviam por 'tuta e meia'.
É tudo isso que agora somos - uns e outros - chamados a pagar.
Custa? Claro que sim, mas injustiça é, perante um futuro em que nenhuma pensão das novas gerações está garantida, as mais velhas não abdicarem de um corte temporário nos seus benefícios, para cujo montante, insisto, todos sabemos que não contribuiram integralmente.
De resto, os cortes adicionais reportam-se a uma minoria de reformados que não chegará aos 10%, os que auferem pensões mais altas.
E o caso é simples: ou vamos por este caminho, que obviamente não é agradável, ou vamos pagar uma factura ainda maior pois deve imaginar que o mundo - quem nos emprestou dinheiro para evitármos a falência iminente de 2011 - não deixará de actuar em conformidade caso não nos adaptemos às nossas possibilidades.
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De Miguel Loureiro a 02.01.2013 às 20:53

Rui Crull
Vamos pegar o touro pelos cornos? Então é assim:
1. Não sou burro nem desinformado (http://contra-faccao.blogspot.pt/);
2. tenho 65 anos, sou Arquiteto, fui professor 39 anos, tenho filhos e netos;
3. Estou reformado há 17 meses (tantos como o governo de exercício);
4. Se já não há dinheiro do que descontei, onde anda?
5. descontei o que tinha que descontar durante 39 anos;
6. Estatisticamente vou viver mais 10 anos;
7. matematicamente vou receber durante 10 anos, dos 39 que descontei;
8. Como acaba de confessar, não há estudos sobre esta coisa das reformas e a discussão faz-se com base no "achismo";
9. Há especialistas que sabem destas coisas mais do que nós que defendem o contrário do que "acha";
10. Onde pára o dinheiro dos nossos descontos;
11. Quem lhe disse que são os ativos que pagam aos reformados;
12. Quem foi que fez a dívida, eu, os portugueses ou os Bancos;
13. desde quando é que eu ou o sr. tem que pagar dívidas e fraudes de terceiros;
14. Por que é que os jovens não terão direito à reforma;
15. Que raio de moral tem um Estado de confiscar os seus cidadãos ou rasgar os contratos feitos entre as partes;
16. o que é que considera uma pensão alta, 1.500 euros;
17. para além de tudo, a Política ou tem Ética ou é usurpação e
18. cansei de listar questões que podem servir para o tal ESTUDO e não meras e convenientes opiniões de café.
Leia o livro da Raquel Varela para começo e depois continuamos.
Em defesa dos direitos de todos os cidadãos, ao trabalho, à constituição de família, à subsistência, à dignidade e à Reforma, com a mesma dignidade.
Já sei que me vai perguntar pelo dinheiro, mas digo-lhe já que está por aí (ninguém o queimou), concentrado em menos gente, nos offshores (sem pagar impostos), fruto de opções políticas que quem governa vai tomando a favor de quem o tem.
E pronto!
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De Rui Crull Tabosa a 02.01.2013 às 23:16

Vejamos:
É um erro pensar-se, e muitos assim pensam, que há um contrato sinalagmático entre um trabalhador e a CGA ou a SS para a sua reforma individual. Não há efectivamente um relação cidadão/Estado despojada das responsabilidades deste para com os demais cidadãos, que auferem muitas das suas/nossas contribuições sociais e fiscais. Trata-se de uma decorrência do tal 'Estado social' que todos dizem defender mas que por vezes não aceitam nas suas manifestações. O dinheiro das suas/nossas contribuições foi e está a ir para os rendimentos mínimos, as prestações não contributias e muitas outras despesas do Estado com os cidadãos.
Pela dívida não fizemos nada e, porém, fizemos tudo. Fizeram-se concerteza despesas e investimentos necessários e virtuosos (o SNS, saneamento básico, a rede rodoviária até aos anos 90 - lembra-se, a AE Lisboa-Porto ia até ao Carregado... - mas também se fez muita asneira: a Parque Escolar, o Aeroporto de Beja, as SCUT, de um modo geral as PPP rodioviárias, aumentou-se escandalosamente o número de funcionários públicos, de resto ainda no tempo de Cavaco e depois com Guterres. Permitiram-se negócios escandalosos, como o dos submarinos, e autênticos saques lesa-Pátrica, de que o BPN é só o exemplo maior. Enfim, foi uma bela festança que hoje, como sempre acontece, somos chamados a pagar. Ninguém tem culpa como todos a temos.
Agora, a verdade é que, como se estivessemos em situação de guerra, não é tempo para egoísmos mas para cada um dar o seu contributo a prol do comum e das futuras gerações.
Nada será perfeito, mas a verdade é que  desde o 25/4 - e tenho 46 anos - nunca um tão grande esforço vi fazer para reduzir efectivamente a despesa pública, pois só assim poderemos ansiar pela tão necessária baixa de impostos. Claro que é urgente apostar no crescimento económico, mas isso só pode ser alcançado, não com mais investimento público estéril, mas com a criação de condições favoráveis ao investimento. E isso está a ser feito.
Se, como País, deitarmos a perder o enorme esforço que estamos a fazer, pode crer que a conta vai chegar por outra via e, não duvide, será ainda mais dramática.
Se me permite, há quem esteja muito pior que nós e é nesses que devemos pensar quando somos chamados aos sacrifícios.
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De jo a 03.01.2013 às 15:31


Estamos a criar condições favoráveis ao investimento. É pena que os investidores não pensem assim. Onde está o investimento produtivo em Portugal no últimi ano e meio? Se descontar a compra de activos pré-existentes a preço de saldo não se vê nada. A queda do consumo está a arrastar a queda do investimento. Parece que os virtuosos investidores estão a comprar dívida pública alemã e a colocar o dinheiro em off-shores.
A sério! A idéia que empobrecendo enriquecemos até pode parecer fazer sentido, mas infelizmente não está a funcionar.

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