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Casas de Portugal

por João-Afonso Machado, em 20.11.12

Quando estudante em Lisboa, em outro milénio, era a Casa do Minho, a noite de S. Martinho, muitas castanhas e água-pé. E os amigos, os primos, os parentes, gente de Ponte de Lima, da Barca, de Guimarães, de Braga, um abraço enorme sempre carregado de saudade da nossa terra. Quase como se fosse cá, entre castanholas e concertinas. Uma festa, uma emoção enorme, uma desgraça...

Não vai muito tempo descobri em Lisboa a Casa dos Arcos de Valdevez, vizinha da Sé. Saltei os muitos lanços de escadas, rapaziada minha, saia uma malga de tinto, - mas... os arcoenses lisbonados dormiam ainda!

Depois fui descobrindo outros nichos de identidades que se querem perdurando. Convergindo contra a maré dispersora das grandes metrópoles. A derradeira foi a Casa da Comarca da Sertã, bocado de terra portuguesa, bem portuguesa, encravada a meio caminho do território continental, onde o xisto ainda espreita por cima o cimento e o mau-gosto. E onde fui recebido de braços abertos.

Tratava-se de apresentar um livro meu. É certo, tenho raízes familiares nesse canto felizmente esquecido da multidão - e infelizmente esquecido dos portugueses que gostam, estimam e preservam Portugal. Mas, facto é, logo no primeiro instante senti-me em casa. Rodeado pelos meus. E assim não podia calar a percepção de essas - às vezes - despercebidas entidades onde no mundo das massas se reencontra a essência de cada percurso, cada destino.

Como, à margem do signo da incognitude, não saborear a proximidade dos nossos - de tudo o que é nosso: os familiares, os parceiros, os sabores, mesmo os aromas em que nascemos, crescemos e já precisamos para viver?


11 comentários

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De Nãavejo a 20.11.2012 às 16:50

E a dos altos altos, que é dela?
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De Saltos a 21.11.2012 às 13:09

A dos Saltos altos...
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De Onde Já Se viu a 20.11.2012 às 17:48

Na Casa da Comarca da Sertã bebe-se água Vitalis?!
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De Ó linda terra da Sertã. a 21.11.2012 às 10:19

"felizmente esquecido da multidão - e infelizmente esquecido dos portugueses que gostam, estimam e preservam Portugal"
Quer dizer, senhor doutor, a Sertã é para ser vista ao longe, em lindas estampas afixadas nas paredes da casa da Comarca da Sertã. Se lá for muita gente, perde o seu encanto bucólico e castiço. Eu, como natural de Cernache do Bonjardim, fico muito sensibilizado ;)
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De João-Afonso Machado a 21.11.2012 às 11:14


Acha mesmo que foi isso que eu quis dizer?
Como prefere Cernache do Bomjardim: visitado por pessoas que gostam estima e preservam Portugal ou por uma multidão a deixar papeis no chão por toda a parte?
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De António a 21.11.2012 às 11:42

O João Afonso Machado não tinha falado em lixo. Estas terras do interior precisam mesmo de multidões, é assim que se dinamiza o comércio e se dá vida ás terras. Não de meia dúzia de lisboetas que vêm apreciar o património, isso sempre teve. São os mesmos que quando se ouve falar em estradas para o interior, reclamam contra a politica do betão. É preciso que se perceba de vez que o interior do país não é uma reserva de património etnográfico e paisagístico e  que a malta não vive só de fazer bucho recheado.
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De João-Afonso Machado a 21.11.2012 às 12:32


Mas sabe que a multidão, por defenição, é sempre incontrolável ou quase. É barulho, lixo, incómodo, algazarra. Multidão não quer dizer muita gente.
Por outro lado, as pessoas que apreciam o Interior não têm necessáriamente de ser de Lx. aliás o meu caso.
POr isso, o desejável é muita - muitissima gente - dinamizando todas as actividades comerciais das terras, deixando lá o seu dinheirinho, mas sem estragar nem perturbar.
Até porque senão há uns que não regressam por causa dos outros...
Até lhe digo: aqui de cima, já estou apontado à Pampilhosa da Serra. Há lá muitom que me interessa conhecer.
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De Blondewithaphd a 21.11.2012 às 11:21


Pois parabéns, então!
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De João-Afonso Machado a 21.11.2012 às 12:33

Obrigado.
Conseguiu o autógrafo?
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De António a 21.11.2012 às 11:53

A malta da Casa da Comarca da Sertã que diga mas é alguma coisa aí em Lisbos sobre a falta de médicos na extensão de saúde de Cernache e tanta outra coisa que aqui falta. Essas casas não podem ser só centros de convívio e de tertúlias.
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De carneiro a 21.11.2012 às 18:31

Com esse tipo tão irritado por Cernache quem não põe lá os pés sei eu. 
Nem fotografias quero ver.

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