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Aqueles opinadores oficiosos da esquerda romântica ou "caviar", como se lhe queira chamar; com o dinossáurico Mário Soares à cabeça, que hoje reclamam o retorno da “política” ao palco da discussão europeia incorrem quanto a mim num erro grave: a descodificação do aparentemente desconexo confronto no Xadrez europeu revela um inaudito braço de ferro liderado pela chanceler alemã em ordem a pressionar urgentes ajustamentos financeiros nos países incumpridores, assunção da qual depende a sobrevivência da moeda única conforme a conhecemos. Ou seja, somos por estes dias privilegiados testemunhos dum confronto da mais alta e sofisticada po-lí-ti-ca: de um lado, a Grécia que simboliza a toleima da não concessão à “economia da realidade”; do outro, os guardiões da Europa, que arriscando ao limite a viabilidade do euro, adiam até ao último momento um salvamento in-extremis pressionando os países incumpridores. Suspeito que os apelos de Soares, Seguro e dos jornalistas regimentais se referem à reabilitação dum velho e gasto discurso a contracíclo com a realidade, mais comummente conhecido por “demagogia”. Nem mais nem menos o canto da sereia que nos trouxe a este atoleiro.
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