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A nova censura

por Pedro Correia, em 01.06.09

 

Pelo conteúdo da sua 'recomendação' à  TVI e sobretudo pelo momento escolhido para a tornar pública, em pleno período oficial de campanha eleitoral, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social confirma-se como um organismo que serve essencialmente os interesses do Governo. É lamentável que assim seja. E ainda mais lamentável que uma das suas vogais, em declaração de voto, tenha achado insuficiente a vergastada no canal televisivo que mais tem incomodado o primeiro-ministro. Estrela Serrano, numa inovadora teoria sobre a interligação de determinados trejeitos com o conteúdo jornalístico, contesta a "muito peculiar linguagem gestual e facial" de Manuela Moura Guedes.

Acabamos assim todos de receber, por parte da antiga assessora de imprensa de Mário Soares, uma originalíssima lição de jornalismo: os "risos irónicos e outras formas de expressão não verbais atentam contra o rigor da informação, pela conotação valorativa ou depreciativa que imprimem" às notícias.

"Como forma de comentário não verbal que na realidade é, o modo de apresentação das notícias do 'Jornal Nacional de Sexta' produz um efeito manipulador, ao induzir a antecipar juízos de valor sobre as notícias", conclui judiciosamente a vogal Estrela Serrano. Risos irónicos? Um verdadeiro escândalo: nunca tal se viu em lugar algum.

Já se ouve falar por aí em nova censura, sob o disfarce de uma determinada sigla. Serei o último a desmentir tal tese.


32 comentários

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De Anónimo a 01.06.2009 às 13:41

Tenho uma vaga ideia de um livro da douta estrela da ERC sobre os seus tempos de assessoria de imprensa de Mário Soares e das manipulações dos media que ajudava a fazer.

Mas é o que tenho de memória, talvez alguém que tenha comido menos queijo possa ajudar.
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De Amêijoa Fresca a 01.06.2009 às 14:10

Contra a liberdade,
que incomoda muita gente,
a nossa sociedade
não pode ser negligente.

De dedo apontado
contra opiniões divergentes,
temos um país ornamentado
de políticos indigentes.

A Justiça para julgar
e o Poder para governar,
o mexilhão não deve pagar
para o poderem enganar!
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De l.rodrigues a 01.06.2009 às 14:20

Se nós, espectadores, não devemos confundir o mensageiro com a mensagem, este não deveria evitar fazer parte da mesma?

Não costumo ver a senhora, mas sempre me fez confusão o pivot que faz juízos sobre a notícia. Uma coisa é ser jornalista outra é ser comentador.

Se vai comentar, pelo menos mude de camisa ou ponha um chapéu.
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De Manuel da Mata a 01.06.2009 às 14:52

Senhor Pedro Correia,

Digaga-ma lá, se me quiser fazer o favor, se considera a entrevista de MMG a MP algo que se pareça com jornalismo.
Eu também podia ter sido jornalista; porém, optei por uma actividade sem tamanhas resonsabilidades e porque gosto de tomar posições, "liberrimamente". Gosto de tomar partido. E às vezes contra as posições do meu partido
Andar-se disfarçado de jornalista e com capa de independente, deve ser muito difícil. Como deve pesar o fardo!
Cumprimentos respeitosos.
PS- Olhe que eu não socretino.
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De Anónimo a 01.06.2009 às 15:46

digaga-lhe lá, sessenhor pêpêpedro cucucurreia.
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De Anónima a 01.06.2009 às 21:10

"Olhe que eu não socretino".

O que não seria se fosse...
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De Pedro Correia a 02.06.2009 às 23:33

Senhor Manuel da Mata,
Tenho o maior respeito pelas suas opiniões, aqui tão bem expressas, sempre com tanta elevação, na caixa de comentários do Corta-Fitas. Há muitas variantes de jornalismo. Há até o 'novo jornalismo', lançado por escritores como Truman Capote e Tom Wolfe. Há o chamado jornalismo de opinião, há o jornalismo cumulativo que António Marinho Pinho praticava quando estava com um pé num jornal e outro pé na advocacia. MMG é pivô há 20 anos, todos a conhecem. Tem as qualidades e defeitos que os portugueses conhecem há duas décadas. Estranho que só agora tanta gente descubra que ela é má profissional. Dizem que não gostam do telediário dela, mas não perdem uma emissão. Acho isso insólito. Eu só vejo aquilo de que gosto: a TVI é um canal privado, faz o jornalismo que entende.
Os meus cumprimentos
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De Manuel da Mata a 03.06.2009 às 08:21

Não sendo da profissão, vou lendo e vendo para me manter minimamente informado.
Penso que o facto de a TV i ser um canal privado, não lhe confere o direito de tudo fazer. Naquele espaço informativo, como V. sabe muito bem, tem havido uma caça ao homem e com meios
que a outra parte não tem para se poder defender. Mas aqui entre em jogo as paixões partidárias e está tudo dito.
Eu, pessoalmente, tendo passado por lá - também passei pelos outros -para ver o que dava a dupla MMG-VPV, assisti àquele espectáculo televisivo único, que, do meu ponto de vista, foi muito mau em termos jornalísticos.
Mas não fui coagido a passar por lá.
O mesmo se passa com este blogue. Passo por aqui diariamente e nem sempre estou de acordo, mas é um espaço onde tenho podido debater. Continuarei a passar.
Bom dia, senhor Pedro Correia.
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De Anónimo a 01.06.2009 às 16:35

Eu sou sincero.

A mim, o que particularmente me irrita, é que a d. MMG mostre ostensivamente que não está completamente esclarecida de que o Sr. Eng. Sócrates, mais a sua Família e Amigos, não estão todos completamente inocentes num caso com um nome estrangeiro de que para aí se fala.
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De zoe a 01.06.2009 às 17:46

Boa tarde

Sinceramente, já não há paciência para o tema MMG ! Já deu o que tinha a dar... O João Tordo e o Nilton escreveram um post sobre o sucedido dois dias depois e foram desancados como se fossem extraterrestres ...

E, já que toda a gente manda bitaites sobre o assunto, também tenho o direito de mandar os meus:

A perseguição sem açaime a José Sócrates. família, amigos e namorada começou depois de ele dizer que o JN das 6ªs feiras era um jornaleco de extrema-direita que o JEM tinha arranjado para a mulher se distrair.

Pessoalmente acho que houve um momento na carreira de MMG em que ela esteve muito bem, foi quando fez o anúncio para o detergente de máquina Ariel . Foi, sem dúvida, o seu momento mais alto de televisão.
Agora MMG, já enjoa.
zoe
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De Anónimo a 01.06.2009 às 18:40

O Nilton escreveu sobre o caso 2 dias depois? E onde está esse tal post? Foi comido pela traça?
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De zoe a 01.06.2009 às 19:58

o post do Nilton, foi de 27 de Maio.
Quando falei de dois dias, foi no sentido figurado, esqueci-me das aspas, vou presa por isso??
zoe
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De Anónimo a 01.06.2009 às 20:10

Não vai presa, mas tem de ir dormir com o chefe.
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De zoe a 01.06.2009 às 21:43

depende do chefe...
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De Anónimo a 01.06.2009 às 20:39

Ela queria dizer Bruno Pires, mas equivocou-se muito equicavacada.
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De zoe a 02.06.2009 às 19:58

uma pessoa equicavacada é uma pessoa que se equivocou com o cavaco???
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De Blondewithaphd a 01.06.2009 às 18:36

A minha alma está parva! Só pergunto: entre as inúmeras formas de que o jornalismo se reveste, não há uma variante opinativa? E o jornalismo não é um sucedâneo do panfletarismo? E não era/é o Tom Wolfe que se insurge contra a acefalia das massas provocada pelo jornalismo aséptico? Que tal robots como pivots? Assim ninguém se apercebia de metalinguagens nenhumas! Valha-me Deus!
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De Pedro Correia a 02.06.2009 às 23:29

Muito bem dito, Blonde. Eu ia referir isso, mas você antecipou-se - para melhor.
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De Prisa a 01.06.2009 às 18:46

Uma sujeita que faz poucochinho do licenciado ao domingo e por fax, na UI, com quatro cadeiras dadas pelo mesmo prof, que assinou projectos de casinhas feitos por outros, que não tem amigos nenhuns envolvidos no caso Fripór (como ele diz, no seu belo inglês técnico), que fumava às escondidas enquanto obrigava os outros a absterem-se do cigarro, há algum direito de ela fazer isso? Não há. Se eu mandasse isto dava prisa.
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De Português Suave a 01.06.2009 às 21:06

Já agora, conviria saber, por exemplo, o motivo pelo qual o PSD mantém a confiança no sr. Elísio Cabral de Oliveira, membro da ERC por si indicado e que vem sistematicamente a revelar-se um socretino ainda mais feroz que os inenarráveis Azeredo e Estrela.
A coisa é tanto mais estranha quanto se sabe que o sr. Elísio não tem passado jornalístico nem qualquer formação académica (muito menos na área, claro).
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De M.Coelho a 01.06.2009 às 21:16

Mas porque é que só falam na ERC ?
Falem também, e muito pouca gente o tem mencionado, na posição do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.
Será que eles também estarão a fazer fretes ao governo ?
O que estão a fazer é pura demagogia defendendo o que é indefensável, ou seja, a lei da selva jornalística.
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De Português Suave a 02.06.2009 às 10:17

O Conselho Deontológico do SJ passou a mero papagaio da ERC.
Uma vergonha, tanto mais que os "conselheiros" sindicais deviam estar fartos de saber que a ERC não tem competências legais em matéria de deontologia jornalística e, portanto, as suas posições a esse propósito traduzem um manifesto abuso de poder.
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De M.Coelho a 02.06.2009 às 13:26

Se assim é, não está nas mãos dos jornalistas mudar a situação ?
Se não mudam é porque a maioria está contra a sua opinião. Será ?
Neste contexto, e em termos de classe, o que vale a sua opinião ?
Respeito, certamente, porque todas as opiniões merecem respeito.
Aplicação prática, nenhuma, porque a maioria não estará de acordo consigo.
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De Português Suave a 02.06.2009 às 15:43

Mas qual opinião?
Limitei-me a referir o facto de a ERC não ter competência legal para apreciar a deontologia jornalística...
Você sabe do que está a falar?
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De M.Coelho a 02.06.2009 às 17:23

Então não entendo a conversa dos papagaios...
Talvez seja mais conversa de aves canoras ou trepadeiras, não ?
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De je a 02.06.2009 às 10:21

o conselho «deontológico» do sindicato é um orgão sem qualquer prestígio e em que nenhum jornalista decente se reconhece, basta ver quem são alguns dos nomes que por lá passaram e a «deontologia» que praticam na sua vida profissional. vocês sabem do que é que eu estou a falar...
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De M.Coelho a 02.06.2009 às 13:21

Só uma pergunta :
Quem define prestígio...?
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De Anónima a 02.06.2009 às 15:44

Não é certamente qualquer coelho saído da toca socretina...
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De M.Coelho a 02.06.2009 às 17:49

Nem certamente qualquer anónimo...
Mas digo-lhe mais:
Também não acho que seja qualquer serventuário da "independência" Moniz-guedesiana.
Um conselho:
Não ponha etiquetas a quem não conhece e que se apresenta pelo nome e com dados para contacto.
Ter opinião não é sinal de seguidismo. Talvez para o anónimo, por o ser, seja.

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