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Todos os professores sabem que os alunos que frequentam o básico, e pretendem seguir estudos, quando passam para o secundário sofrem os efeitos da transição abrupta de um sistema laxista para uma avaliação mais efectiva. Esta informação é passada informalmente aos alunos finalistas pelos professores com o objectivo de os preparar para o impacto desta mudança de critérios no seu aproveitamento.
Por seu turno, os professores do secundário não escondem perante os caloiros a sua frustração ao receberem nas suas aulas alunos invariavelmente mal preparados e incapazes de assimilar sem dificuldades o programa do ano em curso.
Chegados a este estádio, professores e alunos procuram gerir o melhor possível os danos causados por nove anos de ensino deficiente. A palavra de ordem é recuperar. Com a universidade à vista e médias por vezes quase impossíveis de alcançar, o sentimento nos alunos é muitas vezes de angústia e desorientação. No meio deste caos emocional e curricular é bom que os encarregados de educação tenham possibilidade de investir uns cobres em explicações, o negócio paralelo que nas últimas décadas floresceu à sombra das constantes e ineptas reformas do sistema educativo.
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