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As faixas de campeão
Tenho lido em várias análises nos jornais e blogues que a crise financeira internacional favorecerá eleitoralmente o Governo em 2009, o ano de todas as eleições. Há mesmo interpretações que dão como certa a derrota da oposição e, de facto, do lado socialista existe uma espécie de triunfalismo misturado com certo desprezo pelos adversários. Ainda falta um ano, mas o PS já está em campanha e parece ter encomendado as faixas de campeão.
No entanto, em política um ano é muito tempo. Se a crise se agrava, não vejo como é que o PS pode conseguir outra maioria absoluta. Se houver um voto de protesto nas europeias, as autárquicas ficam condicionadas e, com dois maus resultados para o Governo, as legislativas estarão em perigo. Quem prevê facilidades, deve desenganar-se.
Cenários complicados
Nas actuais sondagens, o PS surge acima de 40%. O PSD abaixo de 30%. Ora, isto revela valores demasiado semelhantes aos das eleições de 2005, o que não é plausível, pois as circunstâncias são diferentes. Admitindo que os partidos menores do parlamento aumentam a votação (o conjunto formado por CDS, PC e BE ficaria acima de 21%), para conseguir chegar à maioria absoluta, o PS teria de garantir uma participação muito elevada ou esmagar o PSD abaixo dos níveis históricos. Nenhum dos dois factores é provável, devido à abstenção e ao voto de protesto, a começar já nas europeias. No auge de uma crise económica sem paralelo, num contexto de grande descontentamento popular, a maioria absoluta do PS só será possível se a oposição lhe der a vitória sem luta.
Os socialistas partem com vantagem para as legislativas de Outubro, mas sofrerão inevitavelmente o desgaste do poder. Se vencer sem maioria absoluta, o PS dependerá de alianças com o CDS ou com o Bloco. O terceiro cenário será a grande coligação com o PSD. As soluções são todas instáveis. A assembleia não pode ser dissolvida em 2010, devido às presidenciais. O que sair de Outubro de 2009 terá de durar, pelo menos, até Outubro de 2011.
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