Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Sem me considerar um portento de desportivismo, tenho de confessar aqui uma das virgindades que me restam: nunca assobiei uma equipa, ou a execução de um hino, num estádio de futebol. Marcado pela provocação desejabilíssima de Bacall a Bogart, penso que os assobios merecem melhores causas. E do Serviço Militar ficou-me o hábito de respeitar a Música Nacional, tanto a nossa como a alheia. Costumo levantar-me e descobrir-me no momento em que ambos são tocados, esboçando, tão discretamente quanto posso uma posição de sentido, quando se inicia o nosso.
Vem este arrazoado como prólogo a um juízo sobre a reacção dos principais políticos franceses às assobiadelas que a Marselhesa suscitou, antes de uma jogatana de selecções, a imigrantes Tunisinos e seus descendentes. Tenho a convicção entranhada de que os povos que sabem reagir contra o insulto aos seus símbolos estão um bocadinho mais longe da Decadência, por pouco agradáveis que nos possam ser. Assim com as punições da dessacralização da bandeira e o entoar extático do Star Spangled Banner, nos Estados Unidos. E o festival dito chauvinista que, volta e meia, vem de Paris e que, em tempos, se voltou contra Serge Gainsbourg.
A presente indignação é que não demonstra grande jeito. Doravante, sempre que se queira evitar um embate com a poderosa equipa dos Bleus, basta esboçar uma vaia. E o pior é não se aperceber de que um hino republicano e jacobino não é propício a gerar sentimentos de consideração daqueles que não integram a Nação na concepção revolucionária que, infelizmente, imprimiu. Como esses nascidos em França cheios de ódio contra o País de acolhimento aos pais, que sentem a fidelidade à Pátria transplantada para raízes mais longínquas, de que se consideram herdeiros. A sua integração foi um falhanço da República tão grande como a imposição das armas revolucionárias à Europa na derrocada do Império Napoleónico. E com muito menos glória, aquela que, sobre as paradas, faz a simbologia desfazer-se em fumo.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
A confiança constrói-se. Já se percebeu com quem M...
Perante resposta tão fundamentada, faço minhas as ...
O capitalismo funciona na base da confiança entre ...
"...Ventura e António Costa são muito iguais, aos ...
Deve ser por a confiança ser base do capitalismo q...