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António Costa, o antigo número 2 de José Sócrates, resolveu seguir os hábitos do seu então número 1 e agora que é número 1 no lugar do número 1 pressiona os jornalistas e comentadores, tal qual o número 1 quando ele era o seu número 2. O resultado dá igual, a matemática não falha. E apenas se estranha que a generalidade da comunicação social se preste ao número de não se indignar com tamanho resultado, pois os jornalistas costumam ser uns vidrinhos muito críticos relativamente a este tipo de ajustes de contas. A não ser que o acerto de contas seja feito pelo António Costa. Ele pode.
“Seres humanos de todo o mundo uni-vos” é a palavra de ordem que sobrevém da desafiante crónica de Henrique Monteiro hoje no Expresso a propósito da tragédia daqueles que, pelas nossas migalhas, morrem às portas da Europa fugidos da miséria. O cronista perora contra as fronteiras, afinal os diques da nossa cultura e fortuna, que afinal são "construções abstractas que não se vêm do espaço". Sim, a questão das migrações "não deveria ser de controlo, mas de partilha". Bonitas palavras, bem fáceis de escrever, tão difíceis de praticar. O problema é que vivemos numa contingência gravitacional bem terrena que nos atira para o chão: até que ponto escancarar as fronteiras da Europa no mediterrânio serviriam tal intenção? Descendo à terra madrasta, até que ponto o português (e o hemisfério norte em geral) estará desposto a aceitar um brutal ajustamento, na persecução de um corajoso projecto de distribuição e reequilíbrio da riqueza entre o norte e o sul? Se a coisa já é o que é quando para a sobrevivência dum estilo de vida (o do Euro), numa democracia em pré falência como a nossa, nenhuma corporação está disposta a ceder privilégios e o banzé quase degenerava em guerra cívil...
Se o empreendimento e a riqueza são fruto do compromisso, uma mistura equilibrada entre ordem e liberdade, vistos do espaço os portugueses têm muita sorte e pouco que se queixar – choram de barriga cheia, refastelados no sofá do mundo a comer pipocas a teorizar sobre a pobreza. E as migrações, vistas pela televisão ou do espaço, são assunto fácil de resolver.
José Sócrates ter um testa de ferro que se chama Rui Mão de Ferro é demasiado cómico para ser verdade. Parece um filme do 007 em que as bond girls tinham todas nomes sugestivos como Ontop, Honey Ryder, Pussy Galore, Bonita, Mary Goodnight e afins. A sério, este país é uma séria cómica. Desde reuniões secretas entre parentes de um grupo familiar (GES) que eram afinal gravadas, a um ex-Primeiro-Ministro a quem o chauffeur de nome João Perna ficou encarregado de ir buscar guito, para dar uma perninha ao patrão. Até ao Mão de Ferro que escondia provas contra-Sócrates. Isto nem o melhor escritor arranjaria um enredo tão bom.
Sócrates e Grupo Espírito Santo são quase tão incríveis como uma história de ficção. No meio disto tudo há 12 milhões de euros que foram transferidos para o ex-primeiro ministro por duas empresas de Hélder Bataglia (presidente de uma empresa do grupo GES, ESCOM), e cinco milhões transferidos pela construtora Lena (3 milhões), a mesma que cria este jornal I em 2008, mesmo em vésperas das eleições que deram vitória ao segundo mandato de Sócrates, (o jornal foi depois vendido a angolanos), e ainda há 2 milhões transferidos para Sócrates por um empresário holandês Jeroen van Dooren.
Todos os caminhos vão dar aos mesmos nestas histórias.
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Perante resposta tão fundamentada, faço minhas as ...
O capitalismo funciona na base da confiança entre ...
"...Ventura e António Costa são muito iguais, aos ...
Deve ser por a confiança ser base do capitalismo q...
"que executem políticas públicas minimalistas, dei...